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Ciência e Saúde

CONGRESSO DE SAÚDE PÚBLICA: “O MELHOR SERVIÇO DE SAÚDE NÃO É SUFICIENTE, SE NÃO GARANTIRMOS QUE AS PESSOAS SABEM COMO O UTILIZAR”

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Foram mais de mil os inscritos para as comunicações orais. A Sessão Plenária do início da tarde de sexta-feira começou com a participação em diferido (vídeo) de Ilona Kickbusch, professora na The Graduate Institute Geneva Switzerland, que introduziu o tema “Health Literacy for Health Promotion”.

Andreia Jorge Silva, diretora de Serviços de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde, comentou o vídeo da reconhecida professora. A fusão dos ideais destas duas oradoras resultou na conclusão de que “o melhor serviço de saúde não é suficiente, se não garantirmos que as pessoas sabem como o utilizar”.

A comentadora vinculou que é necessário ter um olhar perspetivo sobre o caminho a percorrer para conseguir melhorar a literacia em saúde. Segundo a diretora, a inovação só será alcançada quando a literacia da saúde estiver incluída nos percursos de vida dos indivíduos, uma boa gestão dos percursos dos cuidados de saúde e uma qualificação dos espaços de atendimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Num segundo momento, Miguel Arriaga, mestre em Psicologia Clínica e de Saúde, tomou a palavra e deu a conhecer a “Estrutura Temática Integrada – Ativa Saúde – por um estilo de vida saudável”. O orador defendeu que não basta possuírem-se boas ideias e ferramentas no que respeita ao campo da saúde. Falta a ativação. Ou seja, chegar às pessoas para que a sociedade possua literacia em saúde.

Depois da defesa da ativação da saúde, foi a vez da oradora Mirieme Ferreira, mestre em Saúde Publica. Mireme deu a conhecer as “Estratégias integradas na Rede de Municípios Saudáveis” e a sua evolução. De acordo com a socióloga, este projeto tem como principais objetivos a capacidade das pessoas possuírem uma vida saudável, um maior nível de educação e de literacia em saúde, a redução da desigualdade em saúde, a promoção da equidade, da participação e da capacitação e, finalmente, a promoção do desenvolvimento sustentável.

Num quarto momento, a saúde foi abordada por outra perspetiva. Felisbela Lopes e Rita Araújo, investigadoras da área da comunicação em saúde, na Universidade do Minho, alertaram o público para o “Papel dos Media na Promoção da Literacia em Saúde”. “Os media devem alterar algumas práticas, mas as fontes têm de promover outra relação com os media. Só assim se poderá falar em Literacia em Saúde”, concluíram as investigadoras.

Francisco George, Diretor-Geral da Saúde, propôs uma “Reforma da Saúde Pública” e destacou, essencialmente, alguns pontos-chave abordados durante o Congresso. Em declarações ao JUP, o Diretor-Geral da Saúde falou do estado da saúde pública em Portugal:

 “Ainda há muito para fazer, mas muito já foi feito. Estamos em muitas áreas no primeiro plano a nível global, mas ainda há trabalhos a fazer, nomeadamente no que respeita às doenças crónicas. 86% do burden das doenças que incapacitam e matam os portugueses são as doenças crónicas intransmissíveis. É aí que temos que investir.”

Seguiu-se a Cerimónia de Entrega de Prémios. Na categoria de “Melhor Comunicação Oral”, a vencedora foi a Graça Maria Correia. O “Melhor Póster”, foi atribuído a Sofia da Silva Rocha e o José Manuel Rocha Amoreira arrecadou o título de “Melhor Fotografia”.

Posteriormente, Catarina Marcelino, secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, subiu ao palco com uma mensagem de esperança: “a igualdade de oportunidade para todos, ao nível da saúde e bem-estar, irá ser alcançada”

Maria Neto, Presidente da Comissão Organizadora fez um balanço do congresso, em conversa com o JUP:

“Os objetivos do Congresso foram cumpridos e conseguimos partilhar muitas experiências no âmbito da Saúde Pública, algumas com inovações. Conseguimos levar o barco a bom porto.”

Por fim, a Tuna de Tecnologia da Saúde do Porto levou a cabo uma pequena atuação que encerrou o evento. Com “objetivos cumpridos”, o V Congresso Nacional de Saúde Pública terminou com a promessa de um novo congresso, no próximo ano, em Coimbra.