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Tecnologicamente Falando

A Rede 5G

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Em 2019 foi apresentada a nova rede 5G que prometeu uma evolução significativa das comunicações através de redes móveis na década de 2020. Este avanço é impulsionado pelo avanço das tecnologias e pelas novas necessidades de comunicação dos utilizadores.

Mas afinal, o que é a rede 5G, para que serve e o que vai mudar na utilização dos dispositivos?

O que são as gerações das redes móveis?

5G designa a quinta geração de redes móveis, uma convenção que começou na década de 1980 com a primeira geração. A rede 1G foi revolucionária por tornar possível a comunicação analógica apesar de apenas permitir a realização de chamadas telefónicas, com baixa velocidade e com diversos problemas de segurança e interferências.

Depois da 1ª geração, chegou, na década de 1990, a rede 2G que trouxe um aumento na segurança das comunicações e motivou o alargamento da banda de frequências onde estas ocorriam, aumentando assim a capacidade da rede móvel. A principal inovação desta geração foi a introdução do SMS e MMS como meio de contacto, ainda que as velocidades de transferência de dados se mantivessem baixas. 

Em 2003, foi introduzida a rede 3G que possibilitou o acesso à internet em dispositivos móveis através de dados móveis, sendo que trouxe desenvolvimentos na banda de frequências utilizada nas comunicações e na velocidade a que a transferência de dados ocorre. Para além disto, os utilizadores da rede móvel passaram a poder efetuar videochamadas e assistir a TV e conteúdos audiovisuais a partir dos dispositivos.

Mais recentemente, na década de 2010, a instalação de redes 4G teve impacto no aumento da resolução das imagens e na evolução dos serviços de gaming. Contudo, o principal avanço nesta geração foi o aumento da velocidade da internet que atingiu dez vezes a velocidade da rede 3G.

Fonte: James Yarema

O que muda com a tecnologia 5G?

Numa era tecnológica em que cada vez mais dispositivos utilizados diariamente são, não só eletrónicos, como dependentes de uma ligação à internet, tornou-se necessário que a rede de telecomunicações suportasse o crescente tráfego de dados e informação. A rede 5G apresenta um aumento de velocidade, que poderá atingir os 20 Gbps (Gigabits por segundo)  no download e 10 Gbps no upload, segundo dados da UIT (União Internacional de Telecomunicações). Este aumento significa uma melhor experiência de utilização onde várias tarefas com elevado tráfego de dados podem ser realizadas em simultâneo.

Para além de melhorar a execução das ferramentas e processos de comunicação já existentes, esta geração de rede móvel permitirá ainda o desenvolvimento de novos projetos de realidade virtual e streaming de imagem de alta definição.

Uma das aplicações da nova rede móvel é o desenvolvimento de cidades mais inteligentes, em que a rede contribui para o controlo do gasto de água e energia. Outras áreas de aplicação da tecnologia 5G poderão ser a agropecuária, indústria, e-Saúde, Media e Entretenimento ou o setor automóvel e postal.

Para consultar mais informações acerca da rede 5G e da sua regulação em Portugal, aceda ao Portal 5G gerido pela ANACOM.

Fonte: https://portal5g.pt/categoria/perguntas-frequentes/

Quais os problemas apontados?

Desde que foi apresentada globalmente, a rede 5G tem vindo a gerar discórdia em relação a alguns pontos que podem apresentar problemas e obstáculos ao seu funcionamento.

Problemas de saúde

Por utilizar frequências de radiação eletromagnética mais elevadas, a implementação da rede 5G gerou preocupação em alguns utilizadores no que diz respeito aos efeitos da radiação na saúde. Atendendo a esta preocupação, diversos limites de segurança na gama de frequências utilizadas e na intensidade dos dispositivos foram introduzidos a nível global e são regulados em Portugal pela ANACOM. Ainda assim, os efeitos do campo eletromagnético na saúde continuam a ser discutidos, sem que exista consenso na comunidade científica acerca das consequências a médio prazo.

Privacidade

Devido às diferenças físicas das redes 4G e 5G, as antenas da rede 5G necessitam de ser colocadas a uma distância geográfica menor entre si do que as antenas da rede 4G. Tal deve-se ao facto da capacidade de penetração das ondas através de edifícios ser inferior nas ondas da rede 5G pelas frequências utilizadas. Desta forma, a localização de um aparelho conectado à rede 5G é mais precisa, podendo até indicar o edifício onde o utilizador se encontra. O aumento da precisão pode ser benéfico no desenvolvimento de sistemas de geolocalização ou em situações de urgência, mas acarreta igualmente algumas questões de privacidade e proteção pessoal.

Cobertura da rede 5G

Como as restantes gerações de redes móveis, a rede 5G não oferecerá cobertura em todo o planeta ao mesmo tempo. A sua instalação dependerá muito do investimento das operadoras de telecomunicações que, até ao momento, têm vindo a focar a sua ação nas grandes cidades e zonas com maior densidade populacional. Neste mapa do site nperf é possível visualizar de forma geográfica a distribuição da rede 5G atualmente. Os Estados Unidos e a Europa apresentam já uma grande cobertura, o que contrasta com a cobertura no continente africano, onde a rede apenas se encontra disponível nas maiores cidades, numa área de distribuição menor. 

Como já aconteceu com a cobertura da rede 4G e das  gerações anteriores, prevê-se que algumas áreas do planeta tenham de aguardar vários anos até que a rede 5G seja implementada.

Portugal apresenta uma densidade de cobertura mais elevada no litoral com ênfase nas metrópoles de Lisboa e Porto , sendo que várias zonas do interior têm apenas acesso a redes 3G ou 2G.

Fonte: www.nperf.com

O que é importante considerar na compra de um novo telemóvel?

Os telemóveis acompanham-nos no dia a dia e têm-se vindo a tornar essenciais em diversas tarefas. Os modelos mais recentes já estão a ser fabricados com adaptações para a tecnologia 5G mas ainda existem várias opções que não incluem conectividade a esta rede. Se for comprar um telemóvel agora, deverá investir num modelo 5G?

Ao considerar esta questão é importante relembrar que estes equipamentos continuam a funcionar em locais onde só estejam instaladas infraestruturas de gerações anteriores, podendo utilizar as redes 4G, 3G e até 2G. Contudo, um dispositivo que não seja compatível com 5G, nunca poderá utilizar a maior velocidade conferida por esta rede e as restantes características.

Para além disso, a tecnologia 5G não se encontra completamente desenvolvida, já que se encontra na fase inicial de distribuição em massa. Assim, é esperado que, ao longo dos anos, surjam novas aplicações ainda desconhecidas. Este tipo de inovação pode necessitar de hardware que um dispositivo fabricado com o atual conhecimento não comporte, o que pode ser um fator que contribua para o adiamento de uma compra.

Tendo tudo isto em conta, coloca-se ainda a questão da localização geográfica onde utilizará o dispositivo. Uma vez que não está previsto que a cobertura da rede 5G no planeta seja uniforme, um smartphone com acesso à rede 5G trará mais vantagens caso viva numa grande cidade ou no litoral de Portugal.

 

Para quando o 6G?

As gerações da rede móvel têm vindo a ser atualizadas no início de cada década. Portanto, é expectável que pelo ano de 2030 seja anunciada a nova rede 6G por instituições como a Next Generation Mobile Networks Alliance. Ainda pouco foi divulgado sobre a próxima geração mas os principais objetivos parecem ser o desenvolvimento de um modelo mais avançado de cidades inteligentes com uma melhor dinamização de semáforos, carros e outros serviços conectados e sincronizados através da rede móvel.

As velocidades deverão rondar os 95 Gbps, quase cinco vezes mais que o expectável para a rede 5G, abrindo novas possibilidades para tecnologias mais inteligentes.

Texto por Maria Amaro. Revisto por Maria Teresa Martins.

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