Cultura

Primavera Sound 2025 despede-se em festa eletrónica ao som dos DJs

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No último dia do festival, notava-se um ambiente mais pacato: já não era preciso correr de modo a sorver o máximo de uma vasta e dispersa oferta. A multidão concentrava-se agora num palco único, percorrido por quatro DJs durante a tarde. Num jeito diferente de descontração, as pessoas deixavam-se envolver pela música, ora sentadas no relvado, ora com um leque a sussurrar ao seu som, ora a dançar com a batida. 

Como habitual, a tarde foi inaugurada por uma artista portuguesa: Catarina Silva, bracarense de gema, abriu com orgulho o palco.

Seguiu-se HAAi. A DJ australiana, que já figurara na edição de Barcelona em 2022, chega agora ao Porto. Residente no Reino Unido, ganhou nome após vencer, em 2018, o Essential Mix of the Year, da BBC1. Este prestigiado prémio é concedido ao episódio mais votado do programa semanal Essential Mix. Trouxe sonoridades techno recheadas de detalhe.

Com o cair da tarde, a audiência compunha-se e a energia subia: os dançarinos aglomeravam-se para receber os momentos mais aguardados do dia. Mura Masa, o cérebro por trás de algumas canções de artistas como Charli xcx, Christine and the Queens, Damon Albarn e Jamie Lidell, deu vida ao palco juntamente com a vocalista Fliss. Em 2017 foi galardoado com o Grammy Award para Melhor Álbum Dance/Eletrónico, e é já uma presença recorrente no Primavera Sound, tendo estado três vezes em Barcelona e no Porto em 2022. 

 

Para fechar o festival em grande, Paul Kalkbrenner chega da cidade europeia do techno, Berlim. Este artista, que representa uma das maiores referências mundiais do techno, classifica as suas performances como live acts. Talvez seja porque o palco, mais que os estúdios (a sua discografia é relativamente pequena) é o lugar onde a sua magia acontece. Ofereceu uma experiência única: um repertório energético e absorvente, capaz de transportar o público para um lugar de êxtase.

O dia que não chegou a ser noite podia ser o menos chamativo para muitos. Foi, contudo, em tudo, uma autêntica chave de ouro. Uma tarde de domingo para respirar, dançar, fechar com a alma revigorada e a transpirar alegria. O Primavera deixa, assim, as árvores do Parque da Cidade a reverberar, em ânsia por um novo retorno em 2026.

Fotografia: Joana Vale

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