Artigo de Opinião
SPORT LISBOA E BENFICA: UM JUSTO CAMPEÃO
O Sport Lisboa e Benfica arrecadou o título de campeão nacional da temporada 2013/2014 com justiça inquestionável. Apesar disso, o início de temporada foi muito conturbado. A falta de troféus da época anterior deixava “feridas por sarar”, com a continuidade de Cardozo discutida até ao fecho de mercado de transferências (último dia de Agosto), um presidente fragilizado pela defesa “a solo” que fez da continuidade de Jorge Jesus, deixando o treinador com um contrato monetariamente mais robusto, mas num enquadramento menos legítimo na relação de poder com os jogadores. Este contexto proporcionou o protelamento da depressão da época passada para a actual, com exibições no primeiro terço de temporada muito sofríveis, que levaram a que, no final da oitava jornada, o Benfica tivesse um atraso de cinco pontos relativamente ao tricampeão F.C. do Porto.
O jogo com o FCP, na última jornada da primeira volta, foi o ponto de viragem na época “encarnada”. Uma vitória que marca a “fuga” do Benfica para a liderança, e inversamente, o “descolamento” do FCP dos lugares cimeiros, acentuado com o decorrer da época.
Na boca de alguns dirigentes benfiquistas este era o “melhor plantel dos últimos 30 anos” do clube da Luz. Embora estas declarações sejam de um “populismo” atroz, é inquestionável que este clube constituiu um grupo muito bem apetrechado, qualitativa e quantitativamente. A manutenção das “pedras” basilares da precedente época e um acrescento de jogadores internacionais A de imensa qualidade possibilitavam, teoricamente, uma melhoria relativamente ao ano anterior.
Jorge Jesus construiu uma equipa extremamente compacta, com uma predisposição para o sacrifício e entreajuda entre sectores, funcionando em bloco entre os 11 jogadores. Os 4 avançados participam proactivamente em todos os momentos de jogo. Em organização ofensiva, denotam enorme mobilidade. Lima e Rodrigo alternam movimentos em largura, fugindo para a zona dos extremos, permitindo a Gaitán e Markovic incursões em profundidade em zonas interiores, irrompendo pelo sector defensivo contrário, num arrastamento de marcações constantes com e sem bola. A esta mecanização de movimentações em organização ofensiva junta-se a capacidade de trabalho e o enorme espírito de sacrifício deste quarteto. Estes avançados pressionam muito alto a saída de bola adversária, não renegando um constante desgaste físico no processo defensivo. Destaco neste aspecto a evolução de Markovic, que vinha catalogado como um 10 “rebelde”, com fundamentos de jogo rudimentares, apenas à espera da bola no pé para “explodir” em velocidade. Agora, vemo-lo muitas vezes no flanco a proteger as costas dos laterais. Ressalvo também a boa época de Rodrigo, desta vez sem lesões, denotando uma excelente condição física, demonstrando ser um avançado completo, ocupando a totalidade dos espaços ofensivos. Aparece com frieza a finalizar, executando movimentos interiores (de fora para dentro), fugindo também para uma linha para permitir diagonais nas suas costas (deslocações de dentro para fora).
No meio campo convém também ressalvar o papel de Fejsa, um médio defensivo mais posicional, equilibrador, que, quando em posse, lateraliza o jogo. Este jogador veio substituir, a meio da época, com muita eficácia, o titular indiscutível Matic, um jogador “box to box”, muito mais que um recuperador de bolas, portador de verticalidade no passe, que proporcionava inúmeras incursões até zonas de finalização, onde, posteriormente, aplicava o seu potente remate. Apesar de Matic ser inegavelmente melhor jogador e muito mais completo, Jorge Jesus sempre preferiu um “pivot” mais fixo, um pouco à semelhança de Javi Garcia, jogador equilibrador da equipa campeã de 2009/2010. Destaco ainda Enzo Pérez, um jogador crucial no meio campo, incumbido da ligação entre sectores, tem facilidade em transportar a bola até zonas adiantadas do terreno, aparecendo com frequência junto da área para rematar ou assistir. Na transição defensiva, é também muito rápido em pressão, na tentativa de recuperação do esférico em zonas adiantadas.
No quarteto defensivo, a segurança foi apanágio durante toda a época. Com uma pressão muito alta por parte dos avançados e a cobertura de Fejsa, os centrais Garay e Luizão ficaram muito menos expostos aos contra-ataques adversários. Nas laterais, a qualidade ofensiva de Maxi Pereira alternava com a estabilidade posicional de Sílvio. O problema do lateral esquerdo foi definitivamente resolvido com Siqueira, seguro a defender e com muita facilidade em apoiar o ataque. Na baliza, o guarda-redes Oblak substituiu o “mal-amado” Artur. Julgo-o mais seguro e “elástico” que o brasileiro, mas é justo dizer que beneficiou da mudança de estilo do Benfica, que abandonou a vertigem ofensiva, optando por um controlo mais pragmático das partidas, o que originou menos ameaças por parte das equipas adversárias.
Para além do habitual 4x2x4, Jorge Jesus utiliza como esquema alternativo o 4x2x3x1, com Cardozo como ponta de lança, Sálvio e Gaitán como extremos e Lima como segundo avançado. Este sistema enquadra dois jogadores preponderantes em épocas anteriores, mas que, na presente temporada, não tiveram a utilização habitual. Sálvio (por lesão) e Cardozo (motivos disciplinares) foram utilizados apenas esporadicamente. O paraguaio permite à equipa um jogo mais directo, potência e precisão de remate e perigosidade no jogo aéreo. Sálvio, impossibilitado de competir durante 6 meses, continua a ser o extremo “encarnado” com melhor qualidade de remate e aquele que mais frequentemente aparece na “cara” dos guarda-redes para finalizar.
A justiça deste título é incontestável. Penso porém que não houve um salto qualitativo no Benfica relativamente à época anterior, como vem sendo apregoado em determinada imprensa, que prefere hiperbolizar por questões financeiras em vez de analisar idoneamente o fenómeno desportivo. Na minha opinião, o Benfica está diferente, mais comedido no discurso e na abordagem aos jogos, subordinando o resultado ao elogiadíssimo “futebol espectáculo” ou “rolo compressor”, catalogações que marcaram as anteriores épocas, inócuas no que a títulos diz respeito. Para essa mudança, a “derrocada” na “recta final” da época passada, com a perda de três títulos, foi crucial. O que fez a “balança pender” para o lado dos “encarnados”, este ano, foi a quebra do eterno rival Futebol Clube do Porto. Mais do que de uma potencialização intrínseca, o Benfica beneficiou de uma perda de qualidade muito exponencial por parte do outro candidato ao título. Em termos pontuais, o Benfica pode fazer ainda 79 pontos, tendo acabado o campeonato passado com 77 pontos, menos 1 do que o Porto (78), o que denota uma performance semelhante. Os cronistas que pediam a “cabeça” do treinador Jesus e anunciavam um fim de ciclo são os mesmos que actualmente prognosticam um “reinado triunfal” de muitos anos. É pena que esses articulistas, com tantos anos de comentário futebolístico, apenas reconheçam competência quando aparecem os troféus. O Benfica foi igualmente competente nestas duas últimas épocas, mas, nesta temporada, apenas existiu uma única equipa com arcaboiço de campeã, quando na última época o título “assentava” bem a qualquer uma das duas instituições.
Diogo
21 Abr 2014 at 17:07
Concordo com tudo, David. Acho que é importante que muita gente veja que o Benfica não está assim tão diferente da época passada. Acabou foi por ter a vida facilitada: não teve rivais à altura. Comparativamente com este campeonato, os títulos do Porto nas duas últimas devem ser muito mais valorizados!
David Guimarães
23 Abr 2014 at 19:54
Obrigado por nova participação Diogo.
Os títulos do Porto foram muito difíceis de conquistar o que os valoriza exponencialmente. O FCP fez 75 e 78 pontos nas duas últimas épocas, tendo registado 1 derrota em 60 jogos. É lamentável, que a subvalorização dessas conquistas por determinada imprensa, se tenha reflectido nas opiniões da massa adepta do Futebol Clube do Porto. Só depois desta época falhada é que Vítor Pereira tem sido reconhecido. Pior do que isso, foi a própria direcção, não ter demonstrado inabalável apreço pela performance do treinador espinhense à frente do clube. O que resvalou numa substituição (desnecessária) por Paulo Fonseca.
Um abraço amigo
Miguel Braga
21 Abr 2014 at 17:45
Mais um artigo meticulosamente bem elaborado que demonstra um profundo conhecimento do “desporto rei” de Portugal, o Futebol. Continua assim…
Pedro Marques Pinto
21 Abr 2014 at 18:29
Fazes uma análise inteligente e muito profunda da presente temporada que o Benfica acaba de conquistar, de uma forma justa como reconheces logo no título, algo que sempre dignifica a boa e saudável competição entre clubes. O futebol mantém analogias muito interessantes com o fenómeno da guerra e da libertação dos instintos físicos e racionais em campo, e, por isso, parece-me assaz conveniente a abordagem sociológica e quase científica (a táctica utilizada, as competências individuais dos jogadores, o trabalho dos treinadores, os adversários, as explicações para os sucessos e fracassos) que fazes do jogo de futebol e do campeonato português em concreto neste artigo. Como leigo que sou a comentar as vicissitudes do futebol, mais não posso fazer do que reportar-te esta pequena observação. Em suma, o Benfica foi um justo campeão e o FCP não teve qualidade suficiente (ou motivação, não sei) para reclamar o título esta época. Só acho lamentável que a massa adepta do Benfica asselvaje o património estatuário da capital. Mas as massas, como alguns sociólogos franceses do século XIX afirmavam, são colectividades irracionais, impulsivas e politicamente alienadas. Mas isto já são outras discussões.
Continua a escrever assim David.
Um grande abraço
David Guimarães
23 Abr 2014 at 18:11
Muito obrigado pelas tuas sábias palavras Pedro.
Quando elogias a minha forma “quase científica” de abordar o futebol fico com uma satisfação enorme. Aquilo que tento fazer nas minhas análises a este jogo é tentar dissecá-lo utilizando várias áreas do saber. Estes artigos primam pelos aspectos técnicos estando o foco no fenómeno futebolístico per si. Também irei ter outra rubrica de artigos históricos desta modalidade onde utilizarei a transdisciplinaridade. Porém, esta divisão não será estanque. Tentarei sempre uma articulação entre o futebol e as mais diversas ciências sociais (História, Sociologia, Antropologia,).
Quanto ao vandalismo a que o património estatuário foi sujeito, também acho lamentável. A identificação abusiva entre o Benfica e identidade nacional portuguesa leva a que os símbolos, sustentáculo da memória colectiva, sejam associados ao clube mais popular do nosso país. Mas, a força popular do Benfica e o interesse na sua glorificação por parte dos vários agentes sociais, faz com que estas atitudes não sejam questionadas.
Um grande abraço.
Bernardo Sousa Santos
21 Abr 2014 at 22:02
Grande Artigo caro David
Sem duvida mais justo e bem escrito do que qualquer benfiquista poderia ter feito.
Saudações vermelhas e brancas
Miguel Pauperio
21 Abr 2014 at 23:07
Concordo plenamente com esta exposição do David , articuladas neste brilhante artigo. Tenho acompanhado o percurso deste jovem no jup, que é uma grande mais valia para este jornal.
joao barbosa
22 Abr 2014 at 2:32
concordo totalmente com o que foi escrito. Penso ,no entanto , importante dizer que é extraordinario como uma equipa que tem como lateral esquerdo um jogador banal (siqueira), como lateral direito um jogador pouco evoluido (maxi pereira)e como principal suplente de central outro jogador banal(jardel) consegue ter tanta segurança defensiva e tanto equilibro.
É certo que na liga portuguesa , principalmente em casa, os grandes quase não defendem e que na champions as coisas correram mal ao slb, mas basta olhar para o exemplo do f c porto que tem uma insegurança defensiva e um desiquilibrio enorme e, no entanto, tem mais qualidade individual na defesa, para dar mais esse merito a jorge jesus.
David Guimarães
23 Abr 2014 at 18:42
Amigo João mais uma vez muito obrigado pela participação neste espaço de debate.
Não concordo contigo quando dizes que Siqueira é um jogador banal e que Maxi é pouco evoluído. Siqueira defende e ataca com muita segurança e Maxi, apesar de não ser tão consistente no processo defensivo, proporciona uma dinâmica ofensiva imprescindível no modelo de jogo benfiquista.
Quando fazes a transposição da qualidade defensiva do Benfica no campeonato, e a avalias num contexto “Champions” concordo contigo. O que até ajuda a sustentar a minha opinião sobre a performance semelhante do SLB nestas duas últimas épocas. Convém lembrar que, em ambas as temporadas, o Benfica acabou eliminado da fase de grupos, sendo relegado para a Liga Europa.
O mérito de Jesus é total. Acho que o Benfica melhorou defensivamente pela forma como os avançados e os médios trabalharam no processo defensivo, o que proporcionou uma maior estabilidade nos 4 defesas. Subscrevo também que, em termos de potencial individual, o quarteto defensivo do Porto é superior. Mas o indivíduo, no futebol, não “vive” alheado da dinâmica colectiva.
Um abraço e continua a escrever as tuas opiniões.
António Gonçalves
22 Abr 2014 at 21:40
David, mais um grande texto.
Concordo que o benfiquista foi um justo vencedor, quero só acrescentar mais duas ideias:
1- O Plantel do Benfica, este ano, é melhor que o dos adversários directos, no entanto, este ano também passou por dificuldades, quando viu Salvio e Cardozo fora das convocatórias a maior parte do ano e quando viu Matic, uma das principais figuras benfiquistas, voltar para o Chealsea a meio da época. Penso que esta época, apesar de uma queda no nível competitivo da 1ª liga, principalmente devido à baixa de qualidade do Porto, o Jesus, provou que não tem dificuldades em substituir jogadores importantes. Realmente até o “Manel” joga.
2- Penso que o ponto de viragem que indicas não está totalmente correto. Antes da vitória sobre o Porto não podemos esquecer a morte do Eusébio. Esse é para mim o momento de viragem no campeonato. Acredito que todo o conjunto de momentos simbólicos, desde a peregrinação à estátua do Pantera Negra até ao próprio funeral, serviram para unir todos os adeptos e mostraram aos jogadores a importância e a grandeza da instituição que representam. Esta carga emocional, pode bem ter servido de “motor de arranque” para um final de época bem mais feliz que o do ano passado.
António Gonçalves
22 Abr 2014 at 21:40
*Benfica
David Guimarães
27 Abr 2014 at 3:25
Obrigado pela valorização das crónicas que tenho feito amigo António Gonçalves.
Indicaste, com sentido, a morte de Eusébio como o momento de viragem na época. O seu desaparecimento dá-se uns dias antes do clássico no Estádio da Luz, e penso, que foi um catalisador importantíssimo para essa vitória, bem como para uma melhoria de rendimento que se verificou daí em diante.
Dizer que o plantel do Benfica é melhor que o do Porto é discutível em minha opinião. É, sim, mais equilibrado, tendo uma qualidade homogénea por posição. Esta conjuntura origina uma grande concorrência pela titularidade, o que, no FCP não se verificou, com alguns jogadores a terem titularidade indiscutível. Mas, em potência, julgo o onze titular do Porto superior ao do Benfica. Embora, seja inegável uma melhor performance colectiva dos encarnados este ano.
Peço-te que continues a intervir lançando ideias complementares aos meus artigos.
Um abraço.
Carlos Martins
23 Abr 2014 at 1:30
Mais um bom artigo, David. Concordo quando dizes que a “quebra do FC Porto” foi essencial para “fazer a balança pender” para o lado do Benfica.
No essencial, acho que este título do Benfica se deve mais a demérito do FC Porto do que propriamente a mérito dos encarnados. Ou seja, o FC Porto acabou por entregar de mão beijada o título ao Benfica, na medida em que, ao longo da época, foi dando vários “tiros no próprio pé”. Refiro-me a uma série de erros:
– má formação do plantel (sem qualidade suficiente para lutar pelos objectivos definidos);
– erros clamorosos e pouco comuns de quase todos os elementos da defesa, que levaram a equipa a sofrer golos por falta de concentração;
– erros tácticos durante grande parte da época (como a aposta num duplo pivot defensivo);
– falta de dinâmica e de intensidade do meio-campo;
– ausência de um onze-base titular que dê estabilidade e confiança à equipa;
– escassez de extremos de qualidade acima da média;
– falta de coesão da equipa no seu conjunto;
– ausência de espírito de sacrifício e daquela mística de vitória que caracteriza o FC Porto…
O que nos vale é que, depois de uma época má, vêm normalmente épocas gloriosas. Oxalá se mantenha a tradição…
David Guimarães
23 Abr 2014 at 19:36
Carlos queria agradecer-te, mais uma vez, pelas simpáticas palavras e preciosas opiniões.
Discordo ligeiramente de ti quando afirmas que foi mais importante o demérito portista do que o mérito do Benfica para o título. Penso que o Benfica foi muito competente e o Porto muito intermitente. Não sei, sinceramente, qual dos dois contextos teve maior importância (talvez equiparáveis). O que pretendo afirmar é uma não melhoria qualitativa do Benfica em relação à anterior época.
Muito boa síntese sobre as causas da “derrocada” portista esta época. É uma análise certeira, mas penso que ainda existem outras razões. Vou partir desta tua sucessão de pontos para um eventual artigo sobre o falhanço do FCP nesta época. “Lanço” já uma ideia: Não terá sido a aposta em Paulo Fonseca um atraiçoamento à identidade do Futebol Clube do Porto? Porquê um clone de Jorge Jesus quando temos uma “escola” de treinadores que perfilham os nossos métodos? Gosto muito de Luís Castro mas penso que tem os “dias contados” à frente do clube. Não será Nuno Espírito Santo uma boa escolha para este enquadramento identitário?
Um abraço e continua esta excepcional participação
Carlos Martins
24 Abr 2014 at 1:06
Em relação ao mérito ou demérito do Benfica na conquista deste título, o que eu quis dizer foi que um FC Porto a jogar ao nível a que nos habituou nas últimas décadas (um Porto a jogar “à Porto”) jamais teria perdido o Campeonato desta forma.
À equipa do FC Porto faltou “nervo”, faltou garra… Faltou-lhe, acima de tudo, espírito de sacrifício, pois grande parte dos jogadores não deu tudo quanto podia dar em campo. É urgente que a próxima época traga de volta aquela mística de vitória que tanto caracteriza o clube.
Quanto ao treinador, penso que o facto de a aposta em Paulo Fonseca não ter resultado vai levar o Presidente Pinto da Costa (pois é ele e só ele quem escolhe o treinador) a mudar de estratégia, optando por um treinador com um perfil diferente. Ou seja, depois de quatro épocas com treinadores jovens e com pouca experiência de 1ª Liga (Villas-Boas, Vítor Pereira e Paulo Fonseca), o Presidente deverá (penso eu) agora apostar num treinador com experiência internacional.
Se a opção for um treinador português, a minha aposta (e desejo) vai para o Fernando Santos. Se for um treinador estrangeiro, então aí o leque de escolhas é maior, mas não arrisco nomes…
João Guerra
23 Abr 2014 at 23:38
Caro David
Fiquei encantado com a clareza e conhecimento com que escreves!
Seguir-te-ei!
Quanto ao Porto, este ano, como já foi amplamente referido, deixou-se ultrapassar pelos rivais.
Também subscrevo o que disseste acerca do Vitor Pereira e da época passada.
Nesta não houve consistência, segurança, ambição.
É pena que um treinador como o actual, da casa, seja “queimado” por este final de época.
A-ver-a-ver!
Um grande abraço,
João Guerra
Victor Ventura
25 Abr 2014 at 1:42
Esta vitória do SL Benfica só é comparável à vitória do Chris Benoit na Wrestlemania XXIII
António Mesquita
26 Abr 2014 at 20:03
És igual ao Modrić oh filho!
João Luís Martins
1 Mai 2014 at 16:49
Grande David, como prometido aqui estou. Li os teus textos resolvi comentar este, por agora.
Antes de mais, devo destacar a forma como escreves, se fosse professor seria um privilégio corrigir uma prova tua, pois, a clareza com que escreves as tuas ideias é até invejável.
Quando ao teu comentário, não poderia estar mais de acordo com a quase totalidade da tua análise! como aliás em diversas conversas que tivemos, concluímos ter um pensamento semelhante. Apenas discordo de um outro pormenor mais técnico. Por exemplo, o estilo de jogo ofensivo dos milhafres é totalmente diferente quando joga um Cardoso comparativamente a qualquer outro avançado (tirando o Funes Moris que acho ter características semelhantes). O Cardoso é um jogador muito lento, muito posicional, com uma dificuldade louca em ajudar no processo defensivo da equipa, principalmente, porque não possui nem velocidade, nem capacidade para andar a descer e a subir no terreno. Quero com isto dizer, que uma das grandes mudanças no sistema dos milhafres, não foi apenas a colocação de fejsa (como disseste, e bem, mais posicional que Matic) mas, na minha opinião (e isso é importante ressalvar) a pressão defensiva começar exactamente nos avançados rápidos, móveis e com “grande pulmão” como é o caso de Lima, Rodrigo e por vezes Markovic que frisaste muito bem a evolução de “compreensão” do jogo que teve nestes últimos meses. Para terminar, queria realçar a fabulosa época da dupla de centrais dos Milhafres, onde Garay é desde há muitos anos exímio e, agora, junta-se um maduro, experiente, inteligente, com claras ambições e capacidades de ir ao Mundial, Luisão.
Estarei atento aos próximos textos 😉 Abraço
David Guimarães
2 Mai 2014 at 18:51
Amigo João estou muito grato pelos teus elogios e reconhecimento.
Apenas dizer que reconheço o trabalho de Lima, Rodrigo e Markovic como preponderantes para a estabilidade defensiva do Benfica como exprimi no artigo. Importante a ressalva que fazes à alteração de modelo defensivo com a presença, ou não, de Cardozo. De facto o paraguaio não trabalha tanto defensivamente como os seus colegas de sector. Já agora, para completar, dizer que Cardozo é muito menos móvel não faz movimentações em largura e em profundidade, que fazem parte das dinâmicas habituais do Benfica. Por isso, tem sido relegado para o banco na maior parte dos jogos. Não pela inegável qualidade individual, mas sim, pela menor integração no “oleado” processo colectivo.
Um abraço e continua, por favor, a participar nos debates.