NO LAMAÇAL DE PENAFIEL

O FC Porto venceu bem e saiu incólume de Penafiel, mantendo acesa a chama da luta pelo título. Foi justa a vitória dos portistas, a sexta consecutiva: o que configura a melhor série de triunfos da “era” Lopetegui.

Num jogo muito exigente do ponto de vista físico para ambas as equipas, tendo em conta o mau estado do relvado (mais parecia um lamaçal), os azuis e brancos conseguiram aproveitar as poucas oportunidades de golo criadas para vencer o jogo.

O futebol praticado foi mais directo e objectivo, sem grandes adornos técnicos nem fintas desnecessárias, pois o campo não estava para isso. Quanto aos jogadores, foram obrigados a jogar de forma mais atlética e combativa.

Devido à muita chuva que caiu durante o dia, as condições do relvado foram piorando com o passar do tempo de jogo. Sobretudo na segunda parte, o terreno ficou impraticável e foi quase impossível jogar futebol de qualidade, porque a bola prendia no terreno e não deslizava. Não é certamente um futebol bonito de se ver, mas a solução foi, muitas vezes, não complicar e aliviar a bola para a frente de qualquer maneira.

O FC Porto jogou em Penafiel quase na máxima força, com a excepção de Brahimi, que se encontra na CAN (Taça das Nações Africanas) a representar a Selecção da Argélia.

Durante a primeira meia hora, o jogo decorreu sem sobressaltos nem lances de perigo para as duas balizas. Mas eis que, na primeira oportunidade de golo, o FC Porto chegou à vantagem no marcador. Estavam decorridos 31 minutos quando Casemiro, bem desmarcado, tentou alvejar a baliza, mas acabou por ser o mexicano Herrera a carimbar o golo.

Três minutos depois, novo golo do FC Porto. Óliver Torres apareceu à vontade sobre o lado direito do ataque e fez um passe de “morte” para Jackson Martínez que, também à vontade, só teve que encostar para o golo. Em apenas quatro minutos, os azuis e brancos construíram uma sólida vantagem de dois golos. E foi com o resultado em 0-2 que se chegou ao intervalo.

A precisar urgentemente de pontuar (para fugir aos lugares de descida), o Penafiel entrou na segunda parte completamente transfigurado e com uma atitude mais positiva. Foi assim que, logo aos 5 minutos, a equipa da casa chegou ao golo, por intermédio do avançado Rabiola (ex-FC Porto), que aproveitou da melhor forma um lance confuso na área portista.

Após o golo, o Penafiel subiu no terreno e ainda assustou o FC Porto. Para dar mais segurança e estabilidade à equipa portista, Julen Lopetegui fez entrar Marcano para o lugar de Quaresma.

Ora, a aposta do treinador do FC Porto resultou em pleno, na medida em que a sua equipa estabilizou e, aos 62’, os dragões fizeram o terceiro golo (1-3), através de Óliver Torres. O jovem prodígio espanhol aproveitou bem uma grande jogada de Jackson Martínez e, após assistência de Casemiro, fez o golo da tranquilidade.

Até ao final do jogo, destaque apenas para uma boa iniciativa individual do extremo Cristian Tello, que deixou dois adversários para trás mas, depois, não teve engenho e arte para bater o guarda-redes penafidelense.

Num jogo onde as péssimas condições do relvado não permitiam grandes brilhantismos, houve dois jogadores em evidência: os portistas Óliver Torres e Jackson Martínez. Vendo-os jogar, deu-nos a sensação de que ambos não se sentiram afectados pelo mau estado do terreno. Mostraram bons pormenores técnicos, mesmo no meio de tanta água e de tanta lama. Ambos passam por um bom momento a nível individual: o jovem espanhol está há três jogos consecutivos a marcar para a Primeira Liga, enquanto que o avançado colombiano é, cada vez mais, líder isolado da tabela dos melhores marcadores (14 golos).

Este jogo entre portistas e penafidelenses assinalou o fim da primeira volta do nosso Campeonato. Ora, se o Penafiel continua em zona de despromoção, o FC Porto mantém-se a seis pontos do líder Benfica. O caminho a percorrer é longo e nada está decidido na Primeira Liga. Afinal de contas, faltam ainda 17 jornadas.