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Paredes de Coura 2024: Diário de Bordo – Parte 2

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O segundo dia do festival Vodafone Paredes de Coura foi repleto de concertos memoráveis, com atuações que fizeram vibrar o público desde as margens do rio Taboão até ao palco principal.

Dia 15 de agosto acordamos nas nossas tendas após um sono curto, às 9 da manhã, com o som dos soundchecks. A realidade do festival exigiu-me uma adaptação rápida: durante os quatro dias, a música está presente a qualquer hora. Se não há música vinda do recinto, há sempre as colunas dos campistas, e se por algum milagre não houver nem uma nem outra, não será por muito tempo.

Fotografia: Inês Aleixo

O acampamento continuava a desabrochar, contando com famílias e gente de todas as idades. Dos mais velhos aos mais novos, parecia um sentimento geral o de apreço pelo espaço do acampamento, ao ponto de muitos ficarem a ouvir os concertos de lá. De facto, as margens do rio Taboão tornam-se bastante confortáveis para acampar, com várias casas de banho, duches, locais para lavar a loiça, uma pequena praça da alimentação e loja de conveniência, bem como espaço para carregar dispositivos e fazer grelhados.

A praia fluvial continua a ser o local favorito dos campistas, com tantas toalhas estendidas que mal se consegue caminhar. Durante a tarde, junto às pequenas cascatas do rio, Joy (Anonymous), o duo londrino formado por Henry Counsell e Louis Curran, e coincidentemente o último nome no line-up do dia, subiram ao pequeno palco montado na areia e deram uma music session memorável para todos os banhistas.

Gilsons, Wednesday, Sleater-Kinney, Los Bitchos, L’Impératrice e Protomartyr foram apenas alguns dos nomes do line-up empilhado do dia.

Os brasileiros Gilsons trouxeram a essência do samba a Paredes de Coura, contando com um público verdadeiramente entusiástico, contagiado pela boa disposição da banda. A plateia reagiu de forma esfuziante às canções mais conhecidas dos artistas, como “Várias Queixas” e “Devagarinho”.

A banda norte-americana Wednesday, formada em 2017, subiu ao palco Yorn. Conhecida pelo estilo shoegaze, é composta pela vocalista e fundadora Karly Hartzman, pelo guitarrista Jake Lenderman, pelo guitarrista Xandy Chelmis, pelo baterista Alan Miller e pelo baixista Ethan Baechtold. A multidão sempre presente do palco secundário recebeu com a euforia devida os artistas.

Pouco mais tarde, Sleater-Kinney, uma banda americana de rock alternativo formada em 1994, conhecida por suas raízes no movimento riot grrrl e o seu som enérgico, marcou presença no palco principal. Liderada por Corin Tucker e Carrie Brownstein, a banda lançou álbuns aclamados como “Dig Me Out” e “The Woods”, dos quais tocou algumas canções para Coura.

Los Bitchos, conhecidas pela sua mistura vibrante de surf rock, música latina e psicadélica, destacaram-se pelo seu espetáculo energético, que contou com música do álbum de estreia, “Let the Festivities Begin!”, bem como do segundo álbum, lançado este ano, “Talkie Talkie”.

Fotografia: Inês Aleixo

L’Impératrice seguiram-se no palco Vodafone. Aqui estão 5 curiosidades sobre L’Impératrice para quem quer aprofundar o seu conhecimento sobre a banda:

1. L’Impératrice foi formada em 2012, em Paris, por Charles de Boisseguin e expandiu-se para a banda atual de seis membros com Flore Benguigui a juntar-se em 2015.

2. O seu primeiro álbum, “Matahari”, foi lançado em 2018, resultando numa digressão bem-sucedida em França.

Fotografia: Inês Aleixo

3. O seu EP de 2015, “Odyssée”, foi reeditado em 2016 como “L’Empereur” após um fã ter reproduzido, acidentalmente, o álbum original na velocidade errada, o que a banda achou suficientemente intrigante para criar uma versão oficial.

4. L’Impératrice mistura pop, nu-disco e electro, criando um som retro, mas moderno, que atrai entusiastas de todo o mundo.

5. O mais recente álbum, “Pulsar”, foi lançado apenas há 2 meses, contando já com milhões de reproduções.

A banda francesa proporcionou-nos um dos melhores concertos do festival, recebendo uma ovação longa e bem merecida no seu final.

Fotografia: Inês Aleixo

Protomartyr, conhecidos pelo seu som energético e letras que exploram temas sociais e existenciais, apresentaram a sua mistura de pós-punk, noise rock e garage rock para criar uma sonoridade provocativa que os festivaleiros apreciaram.

Slow J, Deeper e Sprints marcaram também este dia, em especial o rapper português, responsável pela enchente do dia.

Com mais um dia repleto de música e grandes atuações, o segundo dia do festival chegou ao fim.

Artigo redigido por: Sara Silva

Fotografias por: Inês Aleixo

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