Opinião

Israel – A prosperidade alicerçada na opressão de um povo

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Os fatores por detrás da contenda israelo-palestiniana estendem-se por vários campos: vão desde a reivindicação de territórios à luta palestiniana pelo direito à autodeterminação política, passando pela fulcral divisão religiosa. Cada vez mais irresolúvel, este conflito é de uma complexidade impossível de explicar numas quantas linhas de texto. Não seria vantajoso, por essa razão, enveredar aqui por uma perspetiva excessivamente histórica.

Posto isto, é obrigatório mencionar que no coração deste conflito está, e sempre esteve, a desigualdade. As forças palestinianas são manifestamente insuficientes para combater o poderio militar israelita, financiado pela toda poderosa nação dos Estados Unidos da América. Através dos seus corpos militares, o estado israelita controla em prática as operações dentro do território israelo-palestiniano. A própria Faixa de Gaza (onde habitam quase 2 milhões de palestinianos), governada pelo Hamas, tem o seu espaço aéreo e marítimo controlado por Israel. Além do controlo de fronteiras, que efetivamente confina os habitantes de Gaza dentro do seu território, Israel limita o acesso palestiniano a assistência médica, eletricidade e recursos hídricos. 

Semelhante é o que se passa no território da Cisjordânia, que ao longo dos anos sofreu várias invasões dos israelitas. Progressivamente, mais e mais território deste enclave foi sendo colonizado. Atualmente, ainda que tal estatuto não seja oficialmente reconhecido, Israel exerce domínio exclusivo sobre quase ⅔ do território da Cisjordânia, incluindo a muito disputada cidade de Jerusalém. Além do racionamento de água, que também é exercido na Cisjordânia, Israel monopoliza a economia, o turismo e a exploração de recursos minerais. A construção de infraestruturas por parte da administração palestiniana também é limitada, isto quando as suas infraestruturas não são inteiramente destruídas pelas forças militares israelitas.

A realidade deste conflito é uma de opressão e desigualdade para as quais não há fim à vista. A tirania de Israel sobre o povo palestiniano corta-lhe qualquer perspetiva de desenvolvimento futuro, condenando milhões de pessoas a uma vida indigna, aterrorizante e vazia de esperança. Adotar uma posição neutra neste conflito, como em todos, só favorece o lado mais forte. A aversão aos ideais islâmicos e a condenação das práticas de Israel não têm de ser mutualmente exclusivos. Os direitos humanos, por definição, não são seletivos. Palestina livre!

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