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Artigo de Opinião

É SÓ A 1ª JORNADA…

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Carlos Martins

Carlos Martins

Este ano, o Verão até foi diferente no que ao futebol diz respeito. Este foi um ano de Mundial de futebol, no Brasil, com dezenas e dezenas de jogos (64, no total) no curto espaço de 30 dias, repartidos entre junho e julho.

No entanto, não é isso que satisfaz os nossos adeptos. O verdadeiro adepto do futebol, em boa verdade, só se sente realizado com a competição interna de clubes, ou melhor, do “seu” clube. É isso que anima as conversas e as tertúlias, os debates e as discussões, sejam elas no café ou no emprego, na escola ou na faculdade.

O verdadeiro adepto quer, acima de tudo, que o seu clube ganhe – mesmo que seja a praticar mau futebol. Pois que para ver um bom “espetáculo”, mais vale ir à ópera ou ao teatro. Sim, no futebol, queremos é que os nossos vençam…

Já há algum tempo que o verdadeiro adepto sentia uma certa ansiedade pelo início do nosso Campeonato. Os “viciados” são assim: necessitam da sua dose, no mínimo semanal, que ajude a matar o vício.

Ora, a 1ª jornada do Campeonato serviu já de aperitivo para o que resta da época. Terá certamente sabido a pouco, mas deixou um leve travo daquilo que nos espera nas próximas 33 jornadas.

O FC Porto foi, dos três “grandes”, o primeiro a entrar em ação. E a verdade é que não desiludiu os seus sócios e simpatizantes. Os dragões apresentaram um futebol dinâmico e com espírito de vitória, bem diferente do da temporada passada. Apesar de a equipa ainda precisar de muitas correções e ajustes, e de estar ainda longe do que pretende Lopetegui, a verdade é que, para início de época, não foi mau de todo. Contra um Marítimo bem organizado, que praticamente se limitou a defender (e quase abdicou de atacar), os dragões souberam fazer circulação de bola e esperar pelo momento certo para “matar” o jogo.

O franco-argelino Brahimi foi não só a melhor contratação do FC Porto esta época, como também o melhor jogador em campo. Ainda assim, quem teve destaque nas primeiras páginas dos jornais foi, com inteira justiça, Rúben Neves, que, aos 17 anos, se tornou no mais jovem de sempre a marcar um golo pela equipa principal do FC Porto. Mas esta equipa portista promete. Quando conseguir melhorar a finalização, pode tornar-se um caso sério, tal a quantidade/qualidade de soluções ofensivas.

Quanto ao campeão nacional em título, o Benfica mostrou vontade e querer, justificando inteiramente os três pontos conquistados. A vitória dos encarnados foi, por isso, justíssima. O Paços de Ferreira ainda incomodou na 1ª parte e chegou a assustar a nação benfiquista, mas pouco mais fez. O penalty falhado pelo pacense Manuel José aos 10 minutos poderia ter enervado o Benfica e mudado o curso do jogo. Mas tal não sucedeu. Pouco depois desse lance capital, o Benfica chegou ao golo e, mais tarde, na 2ª parte, marcou o 2º e desfez as dúvidas quanto ao vencedor.

Apesar de, neste momento, o Benfica apresentar um plantel mais fraco do que na temporada passada (os jogadores que saíram não foram ainda devidamente substituídos), a verdade é que, até ao final de agosto, ainda vão chegar reforços à Luz, sobretudo para o meio-campo e para o centro do ataque. O Benfica aí está e devemos contar com ele no ataque ao título, embora seja, para já, menos “candidato” do que o FC Porto.

Relativamente ao Sporting, foi, dos três “grandes”, o único que tropeçou nesta ronda inaugural. Os leões empataram em Coimbra, onde deixaram escapar dois pontos nos últimos minutos, e, a meu ver, muito justamente. Podemos especular sobre qual teria sido o desfecho da partida se William não tivesse sido expulso e se o Sporting tivesse podido jogar 90 minutos onze contra onze. Sim, possivelmente teria ganho o jogo; possivelmente o treinador Marco Silva teria gerido o jogo de outra forma, de maneira a equilibrar mais a equipa. Mas a verdade é que a expulsão do jovem “leão” foi inteiramente justa, pelo que as queixas não poderão ser dirigidas ao árbitro, mas apenas ao próprio jogador.

Os restantes jogos trouxeram mais do mesmo: um futebol competitivo e muito disputado, mas poucas ou nenhumas surpresas dignas de assinalar. Não há, no entanto, motivos para desesperar. Afinal, é só a 1ª jornada…

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