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Cultura

FRANKIE CHAVEZ: “AINDA QUERO FAZER MUITO PELO ROCK!”

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O JUP sentou-se à conversa com Frankie Chavez após o concerto na Casa da Música, no passado dia 16. O músico falou sobre o seu percurso na indústria e o seu último disco, “um álbum de extremos”.

 

A razão por que decidi imediatamente pedir a entrevista foi o facto de te ter visto aqui, na Casa da Música, há cerca de 3 anos, dia 2 de setembro de 2011. Na altura, foi um concerto de entrada livre, no exterior do edifício, e ainda estavas a dar os primeiros passos na tua carreira. Qual o balanço que fazes destes últimos 3 anos?

O balanço? O balanço é… Olha, eu acho que é positivo! (risos) Passei de tocar os primeiros concertos em auditórios pequenos para uma Casa da Música, que é, para mim, um marco porque é uma casa de prestígio, há grandes nomes da música a vir cá. É muito gratificante ter pessoas a quererem ver o concerto, com bilhetes pagos… E toda a gente veio! Foi ótimo. Nestes últimos três anos, fartei-me de tocar! Tenho tocado imenso, comecei também a tocar fora do país, que me deu algum alento e ânimo para continuar. Em Portugal também tem corrido bem! Tenho tido datas e olha! Hoje estou aqui na casa da Música, que para mim é espetacular.

 

E relativamente a esses países onde tens tocado – Alemanha, Holanda, Itália – sentes que tens uma reação positiva do público lá fora?

Sim, sinto. Comecei a sair de Portugal em 2012, há já dois anos, e houve dois ou três países em que eu percebi que as coisas tinham corrido bem. Por exemplo, Itália foi um desses sítios. Começamos a receber convites para tocar em vários festivais e percebi que tinha havido ali qualquer coisa… Há algum pessoal que já gosta e portanto eu tenho continuado a ir lá. Vou outra vez a Itália dia 1 de novembro. O disco está lá a ser distribuído e houve alguma promoção. Aquilo que eu fiz cá durante este tempo também estou a fazer lá e está a correr bem. Vamos ver se eu consigo espalhar por aí a palavra! (risos)

 

Que obstáculos tens sentido?

Obstáculos? Que dizer… Inicialmente eu não tive grandes possibilidades senão continuar a tocar, e tocar por cachês mais baixos. O meu primeiro disco foi investimento meu enquanto para o Heart & Spine recorri a crowdfunding. Achei que já havia público suficiente para poder ajudar no funding do disco e resolvi arriscar. Com isto estou a dizer que sempre fiz música independente, ou seja, eu não tenho uma editora por trás que consiga financiar os discos. Se calhar porque na altura eles não se mostraram interessados, mas eu agora também não sei se estaria… Quer dizer, este disco já saiu com distribuição da Universal e o que eles fizeram foi ótimo para a minha carreira, foi ótimo para o disco e para a produção do disco. Mas eu não sei se me via hoje a assinar com uma editora com aqueles contratos que se faziam “agora são 2 discos” ou “durante 3 anos tens de estar aqui”. Eu acho que, hoje em dia, com o acesso a mecanismos como o crowdfunding é possível um músico independente conseguir singrar. Claro… é muito mais difícil, muito mais custoso e muito mais trabalhoso…Mas, por outro lado, dá outra pica! (risos) Eu estou a gostar muito… Se calhar se estivesse numa major podia estar onde vou estar daqui a 2 anos, mas por outro lado também não estava independente… Eu estou a curtir! (risos)

 

Fala-nos um bocadinho deste último álbum, Heart & Spine.

Eu comecei a escrever este disco quando lancei o Family Tree, em 2011. As músicas foram aparecendo. Eu não me fechei em casa naquela de “bem agora vou fazer isto”. Não, as coisas iam surgindo, eu ia escrevendo músicas… Um ano e meio depois percebi que já tinha ali canções suficientes para gravar um disco. Portanto, ao longo destes dois ou três anos eu fui escrevendo músicas um bocadinho sobre aquilo que me foi acontecendo. Foi um período completamente… esquizofrénico, no sentido em que aconteceram coisas ótimas e aconteceram coisas péssimas e este disco é um bocadinho isso: um disco de extremos. Foram anos muito atribulados!

 

E acerca da evolução de um disco para o outro: têm sonoridades bastante diferentes. Como é que isso surgiu?

Quando gravei o meu EP ainda estava em formato one-man band, sozinho. Para o Family Tree convidei algum pessoal para gravar isto e aquilo… alguns elementos, teclas, baixo. E depois houve uma altura em que decidi começar a fazer os concertos com um baterista, o João Correia, que hoje toca comigo. Começámos a apresentar o Family Tree em formato duo e ao longo de dois anos a tocarmos juntos acho que a nossa sonoridade evoluiu para uma coisa mais coesa. E isso foi interessante porque nós criámos uma sonoridade própria. Por exemplo, eu tive a necessidade de ligar guitarras elétricas para poder fazer sobressair aquilo que eu antes fazia nas guitarras acústicas… Acabámos por chegar a uma sonoridade mais rock, mais alegre. As músicas também foram sendo escritas ao longo desse tempo e quando fomos gravar fizemo-lo já nesse sentido: guitarra/bateria. Evoluímos como banda, evoluímos como pessoas e portanto a sonoridade veio connosco, cresceu e ficou algo mais próximo daquilo que fazemos ao vivo, mais rockeira, mais power.

 

Sentes-te bem recebido no Porto?

Sinto-me muito bem recebido! Gostei imenso deste concerto. A princípio as pessoas estavam um bocadinho paradas mas conseguimos quebrar o gelo e a partir daí…

 

Sentes que já fizeste pelo Rock o que querias fazer?

Não, ainda quero fazer mais! (risos) Já fiz alguma coisa mas ainda quero fazer mais! E quero que o Rock faça também mais por mim! (risos)

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