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Cultura

FANTASPORTO: UMA NOITE DE JOGOS, VIAGENS E TERROR

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O dia 28 de Fevereiro iniciou-se cedo no Fantasporto, no Grande Auditório do Rivoli, com o terror dos exorcismos em “Asmodexia”, de Marc Carreté, e “White Settlers“, de Simeon Halligan, um thriller do mesmo realizador de “Splintered”.

Às 17h, foi feita a antestreia mundial de “Hungerford“, o primeiro filme de Drew Casson, que divaga pelo terror e pelo sci-fi, no momento em que a cidade de um grupo de amigos é possuída por forças sinistras.

Pelas 18.30h, era projetado o filme “Deadly Virtues”, de Ate de Jong, precedido pelo um vídeo gravado, pela equipa do filme, exclusivamente para o Fantasporto, em que se destaca a espontaneidade em que a longa-metragem foi feita e se faz um apelo ao público para a ajuda na divulgação. Iniciado com o provérbio zen “O mestre aparecerá quando o pupilo estiver pronto para aprender”, o drama/thriller, do mesmo realizador de “Drop Dead Fred”, relata a invasão da casa de um casal por um completo estranho, que inicia com a mulher um extenso jogo de ameaças, obediência e intimidade, em que os votos “Love. Honour. Obey.” ganham uma dimensão trágica imensurável.

Por volta das 21h, a curta de animação “My Kingdom”, de Debra Soloman, era projetada, pela primeira vez, numa tela europeia. Recomendada por Bill Plympton, é uma animada sátira que relata a importância do espaço pessoal e da privacidade num mundo que lhe dá cada vez menos valor.

Seguir-se-ia a presença tímida de Ernesto de Nova, realizador de “Hassan’s way/ El rayo”, que, não querendo adiantar muito relativamente ao mesmo, proferiu apenas as seguintes palavras: “This is my first movie so please take it easy”. O documentário teria como tema a história do regresso a casa de um emigrante, que investe as suas poupanças num trator de segunda mão e parte de Espanha, ansiando a chegada à sua cidade-natal em Marrocos, onde a família e possíveis melhores condições de trabalho o esperam. Numa demanda demorada, em que encontra pessoas únicas com perspetivas diferentes entre si, o documentário aborda a emigração e a procura de emprego, temas bastante atuais, através de uma lente realista, mas, simultaneamente encantadora.

Antecedendo a última sessão da noite, “BEAUTY”, uma curta-metragem de Rino Stefano Tagliafierro, encantou os olhos de qualquer espectador, pondo em movimento as figuras de quadros de pintores como Caravaggio, Miguel Ângelo, entre muitos outros. Tal como o realizador afirma, este é um “um caminho de suspiros através das emoções da vida. Um tributo à arte e à sua beleza desarmante” e mais não poderia ser acrescentado.

“Interior.Familia.” seguiu-se. A curta-metragem realizada por Esteve Soler, Gerard Quinto e David Torras, foi apresentada por um deles, Esteve Soler, e conta a história de um casal de pais que acorda o filho adulto a meio da noite, para lhe contar algo urgente que mudaria a sua vida para sempre. Repleta de humor negro, esta curta é uma sátira ao capitalismo atual que arrancou muitas gargalhadas da audiência.

Realizado por Matt Win, cuja presença foi confundida com a do produtor em pleno palco, “The Hoarder” foi o último filme da noite. Esta antestreia mundial conta com a participação de Misha Barton, atriz de “The Sixth Sense”, e com Robert Knepper, ator da série de televisão “Prison Break”. “The Hoarder” relata a história de Ella, uma rapariga que, desconfiada da lealdade do seu noivo, decide forçar a entrada numa unidade de armazenamento de um aterrador armazém subterrâneo, para poder encontrar um antigo diário que lhe prove a inocência do seu futuro marido, acabando por ficar presa. Para poder escapar do armazém e sobreviver, alia-se a um peculiar grupo de estranhos que também se encontram presos, mas uma série de acontecimentos inesperados dificultam-lhes a jornada. Este foi o filme cujo género mais se adequaria ao Fantasporto, mas que desiludiu pela presença de tantos clichés do universo do terror. Durante 87 minutos de filme, não houve nenhuma espécie de inovação.

Aquando da exibição de filmes no grande auditório, “Jorge y Alberto contra los demonios neoliberales”, uma longa-metragem realizada pelos irmãos Quintana, teve também a sua antestreia no Festival, no pequeno auditório. Esta coprodução brasileira e argentina conta a história que recebem uma visita do presidente da Argentina, que lhes pede que o ajudem a encontrar a filha, raptada por neoliberais. Na sua longa jornada, inesperados acontecimentos dão-se e descobrem uma conspiração que pretende dar um novo rumo à política do país.

Este filme foi antecedido por uma curta-metragem do português Fernando Vendrell, “Almirante Reis”, que retrata a solidão, o amor e a raiva, numa rua da baixa lisboeta. A sua exibição no Fantasporto enquadra uma homenagem ao realizador.

O último filme a ser exibido no pequeno auditório foi “Flying Down to Rio”, de 1933 e realizado por Thornton Freeland. O filme musical da RKO Pictures está inserido na retrospetiva do trabalho dos protagonistas, Fred Astaire e Ginger Rogers, que se estenderá pelos restantes dias do festival.

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