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Cultura

NOVO FILME DE KIM KI-DUK PELA PRIMEIRA VEZ EM PORTUGAL

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Apesar de ter extinguido a secção Orient Express, a competição da presente edição do Fantasporto mostra ainda uma forte presença do cinema asiático. Ao 3º dia do festival, a estreia em Portugal de One on One, o mais recente filme de Kim Ki-Duk, era uma das sessões mais aguardadas. O realizador coreano, aclamado e controverso tem sido já uma escolha habitual na seleção oficial. Após uma estreia doméstica um tanto desapontante em Maio do ano passado, One on One foi escolhido como filme de abertura dos Venice Days, a secção paralela do Festival Internacional de Veneza 2014, cidade a que voltou dois anos após ter vencido o Leão de Ouro com Pietá.

Um homícidio brutal de uma estudante por um grupo organizado de sete membros, sem outra motivação que a da ordem que receberam para o fazer, desencadeia uma vingança. Um a um, os membros são perseguidos e obrigados a confessar o crime cometido, pretexto para a exibição de repetidas formas brutais de tortura no estilo visualmente próximo e explícito do realizador.

No Festival Internacional de Cinema de Busan, o realizador afirmou que o filme seria baseado num evento recente que ameaçou os direitos democráticos apesar de nenhum crítico ou jornalista o ter identificado. A referência não seria assim tão óbvia já que Kim Ki-Duk acabou por prometer 10 milhões à pessoa que o identificasse.

O filme interessará somente ao espectador que compartilhar o sentimento de assassínio transportado pela única personagem feminina marcante, declarou o autor à imprensa. Ao contrário dos seus filmes anteriores, o diálogo é muito mais utilizado e traz uma certa moralização, denuncia o confronto com a quotidianização da violência no mundo, expõe a raiva vingativa, de direção confusa, perante a predação da sociedade. Levanta questões. Até que ponto somos culpados pelas ordens que cumprimos? Qual a nossa liberdade perante as estruturas de poder dominantes? No final, quando o ecrã escurece, em lugar da habitual assinatura do realizador vemos surgir a questão Quem sou eu?.

Ainda na mesma noite haveria lugar para nova ante-estreia mundial – Awaiting, thriller de ritmo intenso, cujo cartaz de grande formato se vê na entrada do Rivoli desde o início do Festival, desafiando a curiosidade da audiência. E estranha-se o regresso à Europa.

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