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Cultura

TRADIÇÕES MIRANDESAS EM DESTAQUE NA UP

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Organizado pelo Orfeão Universitário do Porto (OUP), o Congresso de Tradições Mirandesas tem como convidados figuras ilustres da área e pretende dar a conhecer uma das tradições culturais mais antigas no nosso país.

Filipe Rocha, um dos responsáveis dos Pauliteiros de Miranda do OUP, afirma que o congresso surgiu da necessidade que os membros sentiam de “juntar no mesmo espaço diferentes pessoas para falar de uma tradição que o Orfeão quer representar”. O responsável destaca a importância de preservar a tradição do Planalto Mirandês, uma “região muito caricata que se destaca muito da restante cultura que temos em Portugal”. Para além disso, a iniciativa pretende mostrar o trabalho feito pelos orfeonistas e divulgar o grupo.

Sofia Ribeiro, responsável do grupo de Pauliteiras e membro da comissão organizadora do Congresso, destaca a importância das tradições portuguesas. “Ainda há jovens a interessarem-se com a tradição e a quererem transmiti-la a mais pessoas. Queremos mostrar a tradição mirandesa aos portuenses e os motivos porque gostamos realmente daquilo que aqui fazemos”.

O Congresso de Tradições Mirandesas é uma iniciativa inédita na Universidade do Porto e o primeiro evento do género organizado pelo OUP. Sofia admite que teve receio no início, mas ficou surpreendida com a adesão do público. Ambos os responsáveis têm boas expectativas e esperam poder realizar uma segunda edição.

O evento terá lugar sábado, dia 25, na Reitoria da Universidade do Porto. A entrada é livre, mas o OUP organizou uma campanha de crowdfunding para ajudar na cobertura dos gastos.

PROGRAMA

Parte I – “A terra de Miranda do Douro”, Dra. Celina Pinto

Parte II – “O mirandês e a tradição oral”, Professor Dr. António Bárbolo Alves e Dr. Mário Correia

Parte III – “A música tradicional”, Henrique Fernandes e Alexandre Meirinhos

Parte IV – “As danças de Pauliteiros de Miranda”, Dr. Mário Correia e Dra. Ana Ferreira

 

A TRADIÇÃO MIRANDESA NA UNIVERSIDADE DO PORTO

Filipe explica o surgimento de um grupo etnográfico tão regional, na Universidade do Porto, a mais de 270 km de distância. “O grupo de Pauliteiros surgiram da união de vários alunos da Terra de Miranda que vieram estudar para a cidade”. Já frequentadores do Orfeão, estes estudantes procuraram trazer para o núcleo académico um pedaço da tradição mirandesa.

“Na altura o Padre Mourinho, do Planalto Mirandês, veio ao Orfeão ensaiar aquele que viria a ser o futuro grupo de Pauliteiros. A partir deste salto inicial, a geração que se formou foi educando as seguintes e, 60 anos depois, temos ainda um grupo sólido.” Atualmente, os Pauliteiros do OUP têm cerca de 15 elementos ativos.

As Pauliteiras do OUP surgiram a 25 de maio de 2010 e hoje contam com 16 membros efetivos. Filipe Rocha explica a discrepância temporal entre a formação do grupo masculino e feminino de Pauliteiros/as do Orfeão. “Tradicionalmente esta dança é masculina. Poderia haver de facto mulheres a dançar, mas nunca com o rótulo de grupo de Pauliteiras”, afirma. Alguns historiadores defendem que o surgimento das Pauliteiras não é recente, havendo registos antigos de participações femininas na dança, quando havia falta de homens.

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