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Cultura

OUPA: ELES SÃO O CERCO

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Kest, Joca, Lendária, Pedro Gomes, Raquel Pompilio, Ricardinho, Ruubi e T-Raune. Estes são os jovens que dão voz ao OUPA, iniciativa integrada no projecto “Cultura em Expansão” que dinamizou sete bairros do Porto. O objectivo? Reforçar a identidade cultural da zona oriental do Porto e apoiar os jovens residentes.

No Cerco, o projecto abriu os horizontes ao proporcionar oficinas de escrita criativa, masterização e edição de vídeo, conhecimentos fundamentais para qualquer músico.

O rap foi a expressão musical mais explorada e até se podia dizer que o hip hop os escolheu. Como aponta Pedro Gomes, o hip hop nasceu na rua e eles também, meninos (e meninas!) de rua que encontraram na música a sua expressão. Mas Joca, entre risos, encontra uma explicação mais fácil: “desde chavalo, sempre foi o estilo que mais ouvia”. Ainda assim todos concordam que a forte intervenção social deste estilo possa ter sido a chave da escolha.

A excepção à regra é Raquel Pompilio. Com referências musicais que incluem Janet Jackson, Aretha Franklin ou Anita Baker, a jovem pisa de forma feroz os ritmos do soul e R&B. “É uma forma de intervenção mais soft que apela à sensibilidade das pessoas.” No OUPA é vital porque “dá um toque mais sublime ao rap, que é cru”.

Mas engana-se quem pensa que foi só com o OUPA que a música ganhou forma palpável (ou audível) nas vidas deste grupo. Por exemplo, Pedro Gomes, para muitos Drunk Nigga, iniciou a sua carreira musical em 1998 e viu nos Alcool Club a sua formação; T-Raune “vadiou” por toda a cultura hip hop até, em 2009, chegar à música; Kest “mergulhou” no rap em 2006; Joca encontrou a música com 15 anos e com a mesma idade Ruubi deu o primeiro concerto.

Talento é algo que não falta a nenhum destes jovens e o JUP comprovou tudo isso no ensaio. A pequena sala é um palco imaginário, mas a alma e dedicação é visível em cada verso. Capicua, uma dos orientadores que compõem o OUPA, olha para eles com o mesmo orgulho de uma mãe que olha para um filho. Nem que tenha sido apenas por três meses.

Dia 5 de Julho, no Teatro Rivoli, tudo acaba, mas Pedro apressa-se a explicar que não é o fim. Só mesmo das oficinas.

Para todos eles, o OUPA representa uma peça fundamental no crescimento musical e, arriscamo-nos a dizer, até pessoal. T-Raune explica que a dedicação do DJ D-One (outro dos orientadores) em explicar certos detalhes de produção vai ser fundamental para o jovem músico. Contudo Kest acredita que o espírito de grupo vai ser uma das grandes marcas. Raquel concorda. Até porque, como ela diz, “aqui está o nosso suor”.

*A iniciativa da Câmara Municipal do Porto teve como formadores destes jovens o músico e videasta André Tentúgal, a rapper Capicua, o DJ D-One, a psicólogo Gisela Borges, o realizador Pedro Cruz e Tiago Espírito Santo.

Dia 5 de Julho deixe-se surpreender por estes jovens. Às 17 horas, no Teatro Rivoli. Oupa!

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