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Educação

“MUDA DE CURSO: VIOLÊNCIA NO NAMORO NÃO É PARA TI!” APRESENTADO NO PÓLO ZERO

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A iniciativa de combate à violência no namoro quer envolver os organismos das academias que desenvolvam ações “criativas, inovadoras e sem barreiras”, segundo a Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, levadas a cabo pelos jovens universitários no próximo ano letivo. As candidaturas decorrem entre 15 de março e 30 de abril e cada projeto recebe até 5 mil euros (dependendo do número de candidaturas).

O slogan foi pensado – a par dos cartazes, crachás e vídeo – em conjunto com algumas associações habituadas a lidar com audiências jovens, com vista a implicar os jovens na mudança. São vários os pontos do país que possuem instituições do ensino superior que vão receber até ao final do ano letivo eventos com esta temática, organizados pelas universidades.

A campanha junta a Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade com as Federações e Associações académicas e de estudantes de todo o país e algumas organizações não governamentais (ONG). É composta por uma linha de apoio a projetos de combate a uma realidade bastante sentida, mas pouco percecionada.

A violência no namoro jovem em números

Um relatório preliminar da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), apresentado esta terça-feira na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), revelou que 1 em cada 4 jovens vê a violência no namoro como um ato perfeitamente aceitável. A violência psicológica é a mais comum e a que mais tem aumentado desde o relatório do ano passado (de 9% para 19%).

Outro dos resultados do relatório descreve como um ato normal a violência praticada através das redes sociais, aos olhos da maior parte dos rapazes inquiridos.

O estudo, realizado em todo o país, abrangendo cerca de 5500 jovens com uma média de 15 anos, concluiu, no entanto, que é também entre o sexo masculino que se encontra a maior parte das vítimas.

Estudantes como agentes de transformação social

Perante os dados, a Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, acredita que em Portugal há uma “cultura de violência” e que o caminho passa pela prevenção.

Ana Luísa Pereira afirmou o papel da federação como agente de transformação social e sublinhou que a violência no namoro “não é inevitável”. “É responsabilidade também nossa”, por isso, não se deve “calar a denúncia de todas as situações injustas” e é preciso “arregaçar as mangas e começarmos nós próprios a fazer as mudanças que queremos ver implementadas”, explicou.

A apresentação desta iniciativa no Porto foi esta terça-feira, no Pólo Zero, onde estiveram presentes a Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, a presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Ana Luísa Pereira, a representante da Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social, Patrícia Patrício, e o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo.

Ensinar desde cedo a diversidade e respeito

A par desta campanha dirigida aos universitários, tem vindo a ser delineada uma estratégia nacional de educação para a cidadania, em parceria com o Ministério da Educação, que já começou a dar frutos.

Esta terça-feira, Catarina Marcelino anunciou que o combate à violência de género e estereótipos são temas que vão ser tratados desde o ensino pré-escolar até ao 12º ano já a partir do próximo ano letivo. “Estas questões têm que começar a ser trabalhadas no pré-escolar, para que as crianças as encarem como negativas desde muito cedo, tal como hoje fazem a reciclagem a partir dos três anos”, referiu a Secretária de Estado. “É no pré-escolar, entre os três e os cinco anos, que nós, enquanto seres sociais, integramos de uma forma quase definitiva o que é ser homem e o que é ser mulher”, explicou.

A proposta tem como finalidade trabalhar na sala de aula os temas dos direitos humanos e dos estereótipos de género, em que se inserem as questões da violência e da desigualdade. A iniciativa será apresentada “em breve” e, para já, a Secretária de Estado deixa no ar a possibilidade de “envolvimento de outras organizações”.