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Educação

NO MUNDO DA FANTASIA…ENTRO DE BARRIGA CHEIA

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Nas últimas quintas-feiras, dias 22 e 29, os vários alunos das turmas D e E do 6º ano, da Escola Básica 2/3 Penafiel Sul, ocuparam a biblioteca escolar num horário invulgar. A partir das 17 horas, este espaço, dedicado à concentração e ao estudo, foi invadido pela azáfama de adolescentes ansiosos pelas atividades que os esperavam.

No mundo da fantasia…entro de barriga cheia!! é o nome do projecto organizado por três professoras que não se deixam ficar pela sala de aula: Ana Santarém, Luísa Lopes (professoras de Educação Visual e Educação Tecnológica e membros do grupo Oficinanina, que organiza alguns eventos e workshops no decorrer do ano letivo) e Maria José Nogueira (professora de Português e professora bibliotecária).

Para esta atividade, os objetivos passaram por: “Proporcionar momentos de aprendizagem num formato lúdico; Dar a conhecer a importância das Artes e da Língua Portuguesa na vida de todos nós; Promover a leitura e Favorecer o trabalho em grupo”. A atividade contou ainda com a presença da assistente operacional Maria José e com o apoio da Escola Segura.

Assim, os alunos tiveram “direito a actividades surpresa e ao momento em que as histórias ganham vida”, desconstruindo a ideia que está presente na mente de muitos jovens quando se fala em biblioteca, o cliché do lugar “chato” e enfadonho.

As três professoras não temeram este lugar-comum na cabeça dos alunos e “convidaram” as duas turmas para uma noite que dificilmente esquecerão, pois, como alguns pais revelaram logo após a primeira noite, a satisfação era muita.

6º E

A primeira turma foi o 6º E. Os alunos chegam, irrequietos, à biblioteca.

Para começar, as professoras mostram um filme, Desafio do Ano. Agora a biblioteca já não é “apenas” o espaço onde grandes obras literárias aguardam por uma leitura. Agora a biblioteca é uma sala de cinema, ainda que improvisada.

Tal como quando se ouve rádio, o visionamento do filme também é distraído. No meio de idas à casa de banho, chamadas telefónicas e conversas de adolescentes, o filme ia sendo visto. Mas, engana-se quem pensa que isso fez com que a turma não percebesse o objetivo do filme. “Trabalhar em grupo” e “Não desistir” são algumas das mensagens que ficaram na cabeça destes alunos.

Já passa das 19 horas quando a turma se dirige para uma sala transformada em restaurante. Escolhem-se os funcionários que, orientados pelas professoras, começam a pôr a mesa, de forma ágil.

Come-se esparguete à bolonhesa, cozinhada de forma saudável, pois apenas foi regada em azeite. Durante o jantar as conversas oscilam entre trabalho, tema que nunca sai da cabeça de uma professora que se preze, e diversão, a “ideologia” seguida pelos jovens. A refeição é terminada num instante… Há mais atividades à espera!

Retorna-se para a biblioteca para realizar um Bibliopaper, onde os alunos, em grupo, demonstram os conhecimentos adquiridos sobre a biblioteca. É bom que não tenham esquecido o que aprenderam na visita guiada a este espaço, há um ano atrás.

A atividade que se segue intitula-se de Vamos, maestro. Um aluno tem de sair da biblioteca, enquanto o resto da turma decide que música interpretar. O aluno retorna e os restantes trauteiam, em “la…la…la…”, a música escolhida.

Adivinha é a atividade que termina o divertimento. Desenha-se num papel branco e espera-se que outros acertem. De forma frenética, o grupo da pessoa que desenha tenta adivinhar. Atiram-se nomes para o ar, mas nem todos acertam. Apesar de tudo, o jogo é tão viciante que duas das professoras se juntam às charadas. Ninguém acerta!

Já é tarde e é preciso dar a noite por encerrada. Desenhos animados finalizam o momento, enquanto as professoras distribuem pipocas. Estava tudo pensado!

O momento é seguido por um chocolate quente ou chá, dependendo do gosto, acompanhado de uma fatia de bolo.

Agora só falta vestir o pijama e “entrar” no saco-cama.

A excitação é muita, mas, um a um, vão adormecendo. Amanhã há aulas!

6º D

O 6º D é a última turma a usufruir desta atividade. Antes das 17 horas os alunos chegam à biblioteca. Mal podem esperar pelo que vai acontecer!

O esquema de actividades varia, como é de calcular, e os alunos começam pelo Bibliopaper. Segue-se a resolução de charadas, Caça ao Livro, em que, novamente em grupo, os alunos descobrem títulos de livros. De repente, a biblioteca é uma maratona, onde jovens correm para todas as direções.

A fome chama e volta-se para a sala que foi, precisamente há uma semana atrás, um restaurante. Hoje é-o novamente.

O menu é o mesmo, não há discrepâncias, mas as conversas já não. As professoras deixaram o “trabalho” de lado por breves momentos e os risos são mais fortes. Os alunos também se riem. A conversa que provoca o riso não é a mesma, mas o sentimento sim: uma imensa alegria por estar naquele momento, naquela partilha de saberes transversal a qualquer faixa etária.

Volta-se à biblioteca para o Vamos, maestro. Mas a atividade não é executada da mesma forma. Agora, apenas três elementos (do grupo criado logo no início das atividades) ficam no lugar do saber, enquanto os outros abandonam, vagarosamente e contra a vontade, o mesmo. Estes três elementos são quem escolhem a música a trautear e esta é a novidade. Agora é a grande mancha de alunos que adivinha. Muitos não sabem que música escolher e socorrem-se dos telemóveis e computadores, na tentativa de encontrar uma música que não seja de fácil associação. “Essa, ela sabe”, e rapidamente a música é eliminada das possibilidades.

Tal como na outra quinta-feira, Adivinha termina a diversão. A folha de papel branco volta a ser o centro das atenções, numa tentativa de adivinhar o que outro desenha.

Neste jogo, uma equipa, um trio feminino, destaca-se de forma clara. Nunca perdem na sua vez e são quem acerta quando outros grupos não sabem a resposta. Com cada resposta validada, as raparigas festejam vitoriosamente.

O jogo chega ao fim mais cedo do que devia. Agora vem a “sessão de relaxamento”, cinema e pipocas. Não se pode querer mais!

Volta-se ao “restaurante” para aquecer a alma. Chocolate quente ou chá, acompanhados de uma fatia de bolo, são a opção.

Depois, os jovens vestem-se para a noite que os aguarda. O cansaço é notório, mas eles insistem em retardar a dormida. As professoras não acedem, até porque sexta-feira é dia de aulas.

Não se ouvem bocejos, mas, lentamente, os alunos vão adormecendo, alienando-se do espaço em que estão. Agora a biblioteca também é a sua casa!

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