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Educação

ESCOLHER O PERCURSO, PROJETAR O FUTURO

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Fotografia: UP

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Há muitos alunos que desde tenra idade ambicionam realizar estudos superiores, no entanto esta é apenas uma das possibilidades para obter formação. Embora o crescimento seja lento, há cada vez mais jovens a frequentar os cursos profissionais, numa primeira fase apenas nas escolas profissionais, entre 1989 e 2005, e desde 2005 nas escolas secundárias.

“Muitos jovens que optaram por estes cursos ganharam uma nova motivação para aprender e para se desenvolverem, para se revelarem na sua humanidade (interesses, perspectivas, expectativas e ambições). Aprendem, assim, num ambiente formativo mais ligado à vida comum, à prática e às profissões, um ambiente mais estimulante, com módulos-tarefas-objetivos mais explícitos, mais concretos e realizáveis”, declara Joaquim Azevedo, professor catedrático da Universidade Católica.

Cada vez mais, devido à delicada situação económica do país nos últimos anos e ao consequente aumento do desemprego e redução do rendimento familiar, os jovens questionam-se sobre a pertinência e possibilidade de ingressar no ensino superior. Como afirma Joaquim Azevedo, “para jovens oriundos de grupos sociais mais desfavorecidos e alguns de classe média baixa, este investimento em estudos de nível superior pode, assim, tender a ser desvalorizado ou adiado, em detrimento de um ingresso imediato nos mercados de trabalho. (…) Poderá haver ainda jovens que consideram os cursos superiores livrescos e desligados das necessidades do mundo do trabalho, o que os pode afastar da opção pelo prosseguimento de estudos”.

Uma vez que se qualificam técnica e profissionalmente num período de três anos para uma área profissional, os alunos que optam pelo ensino profissional podem entrar mais cedo no mercado de trabalho que aqueles que optam pelo ensino superior e, muitas vezes, auferem um vencimento mais baixo do que os licenciados. No entanto, estes aspetos também constituem limitações, já que “existe hoje em Portugal um excesso de licenciados que se podem recrutar com salários baixos e em empregos precários. (…) É difícil falarmos assim em termos gerais sobre oportunidades de emprego. O acesso aos mercados de trabalho é muito difícil para qualquer jovem e as opções a fazer serão sempre cada vez mais exigentes e cirúrgicas, para uns, e uma espécie de qualquer coisa serve para outros”, sustenta o professor da Universidade Católica portuguesa.

Em cada situação, os jovens fazem as suas opções mediante os objetivos e metas que estabelecem, mas também considerando as oportunidades que possuem. Assim, “esta é uma realidade que importa ir acompanhando com o máximo cuidado, avaliando e verificando o que funciona bem e o que serve apenas para criar gavetas fechadas para onde são empurrados os jovens que revelam dificuldades em lidar com este tipo de ensino geral ou liceal que predomina. Há escolas secundárias que devem abandonar estes cursos ou o modo profundamente deseducativo como os enunciam; outras há que devem continuar a oferecê-los e com uma qualidade cada vez mais refinada. Os jovens pedem-no e merecem-no”, conclui Joaquim Azevedo.

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