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Ciência e Saúde

Suplemento Mineral pode travar a progressão da Doença de Fígado Gordo

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Foi apresentado a 3 de Abril de 2022 no encontro anual da American Society for Investigative Pathology um estudo conduzido por investigadores da Universidade do Michigan, durante 18 meses, sobre suplementação mineral, com o objetivo de estimar os seus efeitos no desenvolvimento da esteatose hepática.

Dois grupos de camundongos com esteatose hepática foram submetidos a uma dieta rica em gordura e analisados durante 16 semanas. Um desses grupos efetuou adicionalmente suplementação mineral. No final, os fígados destes ratos foram analisados, tendo-se verificado que os camundongos que receberam suplementação mineral apresentavam menos lesões hepáticas. Este grupo encontrava-se substancialmente protegido contra a formação de tumores. Este estudo identificou ainda alterações proteicas precoces que ocorrem nos fígados de camundongos sob dieta rica em gordura e como a expressão dessas proteínas é influenciada pela suplementação mineral. Estas descobertas permitem perceber de que forma as alterações proteicas contribuem para a lesão hepática e quais os mecanismos potenciais pelos quais os minerais da dieta podem diminuir esses danos.

O suplemento mineral utilizado neste estudo é constituído maioritariamente por cálcio, magnésio e oligoelementos e é obtido a partir de algas marinhas. Este suplemento dietético é já comercializado em alguns países e usado em vários produtos para consumo humano na Europa, Ásia, Austrália e América do Norte.

Os autores justificam a importância das descobertas relembrando que “A esteatose hepática em estado avançado é irreversível, podendo nesses casos desenvolver cicatrizes permanentes (cirrose) ou, até mesmo cancro de fígado.”, sendo que atualmente, não existem fármacos aprovados pela Food and Drugs Administration (FDA) para o seu tratamento.

Caso se verifique que esta combinação de minerais pode mudar o prognóstico da doença em humanos, “esta descoberta poderá ter um enorme impacto na saúde humana”, disse Dr. Muhammad Nadeem Aslam, responsável pela investigação.

A Doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD) vulgarmente conhecida como doença do fígado gordo é uma das causas mais comuns de lesão hepática nas sociedades ocidentais. Esta patologia tende a desenvolver-se em pessoas obesas, com diabetes ou com níveis de colesterol altos. Estima-se que cerca de 25% dos adultos em todo o mundo tenham algum grau de esteatose hepática. Em alguns destes indivíduos, a progressão da doença leva à inflamação do fígado e lesão dos hepatócitos, a esteato-hepatite não alcoólica (NASH). Perante dano hepático mantido, esta doença pode ainda evoluir para cirrose hepática em cerca de 25% dos casos. O desenvolvimento de tumores hepáticos, incluindo o carcinoma hepatocelular, é também uma consequência comum.

A adição de minerais na dieta pode desempenhar um papel protetor ao interferir no avanço da esteatose para a esteato-hepatite não alcoólica (NASH).

Texto por Sara Tainha. Revisto por Maria Teresa Martins.