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Cultura

CATHERINE CHRISTER HENNIX EM SERRALVES

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“Raag Surah Shruti” é uma composição minimal para voz e tamburium, com textos de Ayshe al-Bauniyah, que teve estreia mundial no dia 1 de abril em Serralves.

A composição eletrónico-instrumental tem inspirações místicas na tradição musical islâmica e na música clássica Hindu. Desta forma, é óbvia a relação entre a performance e a tentativa de alcançar uma experiência espiritual através de sons fundamentais. De facto, escreve C. C. Hennix ser “possível, dentro de certos limites, expandir a gama de sons sagrados recorrendo a meios eletrónicos, nos termos dos quais novas conceções de som surgem”.

A experiência espiritual proposta por Hennix assenta numa lógica monista da realidade que se revela simbolicamente pela primeira letra do alfabeto árabe: Alif. Esta vogal, silenciosa, constituinte e unificadora do mundo, torna possível a tentativa de apreensão da “mística Unidade do Ser” – whadat al-wujud – através do som.

O que Hennix propõe é uma experiência panteísta, uma regressão da fratura que a nossa perceção encontra no mundo dos sentidos: essa tendência lógica para objetivar e dividir. A perceção da Unidade, entre sujeito e objetos, é o objetivo de Hennix.

A compositora sueco-americana tem sido das mais importantes criadoras no minimalismo americano. Na década de 70 estudou com La Monte Young e gravou a sua mais importante obra: “The Electric Harpsichord”. Dedicou-se ainda à matemática e às ciências da computação,  competências que aliou ao seu processo criativo.