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Cultura

DIZZY: “TRANSPARENTE RETRATA A MINHA IMAGEM A 100%”

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Para quem (ainda!) não te conhece, quem é o Dizzy? Como surgiu o nome Dizzy?

O Dizzy é um homem nortenho, uma pessoa normal, é um pensador, um escritor, um indivíduo calmo e um pouco reservado.

O nome Dizzy surgiu em 99, altura em que comecei a ouvir e a tentar criar algo no rap. Foi sugestão do Vírus Mental, que foi o mentor do grupo e nome Som Mudo. Basicamente, a ideia era transmitir o poder das palavras, pelo facto das pessoas ficarem tontas/atordoadas/desorientadas ao ouvir o que era debitado.

 

Começaste a tua carreira nos Som Mudo, com Vírus Mental. Quais as semelhanças e as diferenças entre o Dizzy dos Som Mudo e o Dizzy a solo?

Nunca pensei muito nisso, mas as diferenças acabam por não ser significativas, pensando bem.

Essencialmente, o facto de nos conhecermos há muitos anos e de termos começado como Som Mudo, fez com que nos complementássemos.

O Dizzy a solo acaba por ampliar a sua visão, ter um pouco mais de liberdade para explorar, acaba por ter um cunho ainda mais pessoal e uma ligação mais profunda ao seu EU.

 

Quais as tuas influências (musicais e não só)?

Musicalmente, consumo rap diariamente (nacional ou internacional), mas ouço diversos estilos como trip-hop, chill out, reggae, blues, pop… Não sou uma pessoa fechada e crítica em relação a qualquer género musical, o que considero um bom princípio.

Tirando essa parte tudo serve para inspiração, desde a família, trabalho, vida, o mundo em redor…

 

Este é o teu terceiro álbum a solo (ainda que seja o primeiro em formato físico) e tem um conceito bem definido, que o torna fácil de distinguir dos outros dois. Porque te quiseste tornar “transparente”?

Em 2008, disponibilizei para download gratuito o EP 1ª fase apenas para não estar parado, pois Som Mudo estava numa fase stand-by devido à nossa vida pessoal e profissional.

Em 2009, aconteceu o mesmo com a mixtape Mais uma fase, uma espécie de seguimento e continuidade do trabalho do ano transacto.

Este disco chama-se Transparente, pois retrata a minha imagem a 100%. Está lá o meu EU na íntegra. Quem me conhece sabe e quem não conhece fica a conhecer um pouco do Dizzy e também do Ricardo Pinto. Está tudo às claras, por assim dizer, portanto, o título faz todo o sentido.

 

Transparente conta com a participação de grandes nomes como Fuse, Virtus, entre outros. Como escolheste os convidados? Conta também com a participação de Vírus Mental, qual a sensação de voltarem a fazer música juntos?

Alguns convidados já estavam definidos ainda o Transparente não estava sequer pensado.

Alguns deles eram obrigatórios. Tinha de ter no meu 1º álbum a participação do meu companheiro de batalha Vírus Mental. É sempre bom juntarmo-nos após tantos anos, tantas histórias, teremos sempre algo que nos une – Som Mudo.

Tinha de contar com a presença excepcional da Marta Dias e de um grande MC que me tem acompanhado há muitos anos também, o Hades.

O Fuse era um convidado especial, pois é uma pessoa que me inspirou e apoiou bastante desde sempre. Conhecemo-nos há muitos anos e tinha de fazer um som com ele, tinha de deixar essa marca e de ter esse privilégio.

O DJ Guze foi o DJ que participou no meu 1º projecto, o EP 1ª fase (em 2008), e é um DJ que admiro bastante, uns dos melhores que temos na tuga e tinha de entrar no meu álbum.

O Virtus foi uma convocatória de última hora, chamemos-lhe assim. Praticamente a finalizar o disco havia um tema que não estava completo e imaginava a voz dele nesse instrumental, por sorte a sintonia foi positiva e assim se deu a origem a “Mente Sobre a Matéria”.

 

O álbum também conta com grandes nomes na produção, sendo um deles o Mundo. Como é tê-lo a produzir um disco teu?

Sim, as produções ficaram a cargo do Mundo, Fuse, Poeta de Rua, DarkSunn, Dj AC e Fisko.

O objetivo era ser um disco com influências, melodias e ritmos variados. Não queria seguir uma linha específica e bem definida, como por vezes acontece quando está envolvido num álbum apenas um produtor.

O Mundo é um artista! Para além de MC, é produtor e, acima de tudo, músico. Tinha trabalhado com ele desde 2008 e a sintonia em estúdio é perfeita. Entendemo-nos muito bem e ambos sabemos respeitar opiniões, ou seja, é sempre um prazer criar algo com alguém com estas características.

 

Como tem sido a receção do público e da crítica ao álbum?

De um modo geral, o feedback tem sido bastante positivo. As pessoas que têm adquirido o álbum identificam-se com certas músicas, pois neste disco acabei por fazer temas muito pessoais e emotivos/sentimentais. Isso é bom para o ouvinte, quando sente certas palavras ou frases e as relaciona directamente com a sua vida.

Por outro lado, há sempre alguém que não apoia, não ouve e não aprecia, mas isso faz parte e será sempre dessa forma… e avaliando bem para um MC/escritor é bom que aconteça para dar bom uso à caneta e papel.

 

Transparente está disponível em suporte físico e em formato digital. Como vês este novo meio de divulgação dos artistas? As vantagens superam as desvantagens, ou ainda continua a ser melhor ter um disco na mão?

Ambos têm vantagens e desvantagens.

Para o consumidor habitual de rap e colecionador, será sempre preferível ter o disco na mão. É algo palpável, tem imagens, uma capa, letras para poderem acompanhar as faixas e isso tudo é positivo. A desvantagem é que por vezes torna-se a opção mais dispendiosa.

O formato digital é o futuro, creio eu. É prático e rápido para quem quer ouvir e comprar um álbum. É uma opção mais barata normalmente. A desvantagem é que o consumidor final não tem as letras para seguir as músicas, não vai ter o poster, terá de gravar num CD para colocar no leitor do carro, e por último, ouvindo umas quantas faixas há o risco de não comprar o álbum, seja por uma questão de gosto ou porque a audição estará sempre ali disponível.

 

Qual o momento que guardas de uma forma mais especial nesta longa caminhada?

Som Mudo – Desabafos (2006) e Dizzy – Transparente (2014). A edição de um CD é sempre algo que marca. Depois, os concertos, as histórias e as pessoas envolvidas e que vamos conhecendo ao longo de todos estes anos… Torna-se um percurso mais enriquecedor.

 

Expectativas e planos futuros?

Espero ter oportunidade de dar mais concertos e gostaria de vender as 500 cópias do disco.

Espero fazer com que as pessoas voltem a ouvir e proclamar o nome Som Mudo.

Quero também fazer outro álbum a solo, que já está a ser estruturado com calma, e vou continuar a difundir a minha música para ver onde me levará, pois nunca sabemos o que o futuro nos reserva.

 

O álbum Transparente está à venda por 10€, nas lojas Dedicated Store Porto, Dedicated Store Lisboa, Mutante Hardwear (Gaia), UrbanMax AdvancedStore (Porto), Salão de Jogos FreeGames (Freamunde) ou por encomenda através do email: dizzytransparente2014@gmail.com

Pode também ser adquirido em formato digital em: dizzysommudo.bandcamp.com

Mais informações: www.facebook.com/dizzysommudo

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