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Cultura

BASQUEIRAL 2019: UM “FESTIVAL DE SIMPÁTICOS”

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O Basqueiral 2019 prometia ter uma noite recheada de grandes atuações. Não obstante, antes de se dar início aos concertos nos diferentes palcos do festival, os presentes eram convidados a deambular pelo espaço.

Pequenos origamis estavam espalhados um pouco por todos os cantos dos jardins do parque de Santa Maria de Lamas. O Cid Point, em homenagem à capa de uma revista para o qual José Cid posou nu, permitia qualquer um recriar a imagem. Havia, ainda, a possibilidade de visitar o museu de Lamas, com direito a algumas exposições promovidas pelo festival.

O Basqueiral em si deu início por volta das 20h00. Os RITMARE, um grupo de percussão do Colégio de Lamas, fez as honras à porta do festival e da igreja local. As dezenas de alunos que compõem o grupo mostraram uma coordenação exímia e serviram um bom aperitivo musical para o que estava para vir.

Ritmare. Fotografia: Sofia Matos Silva

Ritmare. Fotografia: Sofia Matos Silva

Da entrada passamos para o interior da igreja, pois começava às 20h30 o concerto de Jorge da Rocha. A entrada era gratuita, mesmo para quem não tinha comprado bilhete para o Basqueiral. Munido do seu contrabaixo e apoiado por sons eletrónicos, o artista mostrou-se feliz por regressar a um sítio onde “brincou muito” durante a juventude.

Dentro do recinto, o Palco Museu recebeu os Solar Corona, às 21h30. O conjunto de Barcelos lançou há menos de um mês o seu primeiro álbum, Lighting One, o que marcou a composição do alinhamento. “Love is Calling” e “Speedway” foram alguns dos instrumentais de rock psicadélico, onde a guitarra de Rodrigo Carvalho brilha com os seus rasgos sonoros, ouvidos no Basqueiral.

Os NU estrearam o palco Tendinha dos Clérigos, pouco depois das 22h45. O grupo de Santo Tirso apresentou o seu desafiante rock experimental. Rui Pedro Almeida declamava intensamente temas como “Alastra” e “Vultos de Luz”, enquanto era envolvido numa fusão caótica de guitarra, baixo, saxofone e bateria. Apesar de alguns percalços técnicos, a banda conseguiu impor o seu estilo na audiência do Basqueiral.

De regresso ao Palco Museu, depois das 23h45, tivemos a atuação de NERVE. O artista agradeceu ao público por marcar presença, tendo em conta que a maioria não conhecia o seu trabalho. O alinhamento do espetáculo refletiu toda a discografia do artista. Desde “Água do Bongo” a “Monstro Social”, as letras complexas do rapper aliaram-se à produção musical característica para conquistarem os presentes. “É um festival de simpáticos”, avaliou NERVE.

Nerve. Fotografia: Sofia Matos Silva

Nerve. Fotografia: Sofia Matos Silva

O bom ambiente é um aspeto fundamental da personalidade do evento. Os artistas podem ser vistos a conviver com os espetadores e até há quem aproveite para jogar matrecos. O Basqueiral não é um acontecimento formal, mas sim uma festa que celebra a Cultura.

Glockenwise. Fotografia: Sofia Matos Silva

Glockenwise. Fotografia: Sofia Matos Silva

O palco Tendinha dos Clérigos recebeu os Glockenwise, às 01h00. A segunda banda de Barcelos desta noite apresentou o seu mais recente disco, Plástico. “Aproximem-se, por favor. Estou sem óculos e padeço de um estigmatismo filho da puta”, disse Nuno Rodrigues, vocalista, para fazer com que o público se colasse ao palco. Por lá ficaram, pois o rock dos Glockenwise fica na cabeça e deixa sempre vontade de ouvir mais.

Para finalizar o primeiro dia do Basqueiral 2019, os La Jungle entraram no Palco Museu, por volta das 02h00. A irreverência da dupla belga não deixou ninguém indiferente e o seu trance-rock eletrizou a madrugada do festival. Tanta era a energia que a bateria precisou de fita-cola, já que uma parte se estava a desmontar. Nada que impedisse o primeiro dia do Basqueiral de acabar em grande.

La Jungle. Fotografia: Sofia Matos Silva

La Jungle. Fotografia: Sofia Matos Silva