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Cultura

RUI SINEL DE CORDES: ASSISTÊNCIA RECORDE E ESPETÁCULO PARA RECORDAR

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Já muito passava das 23 horas e 30 minutos quando Rui Sinel de Cordes subiu a palco do Sá da Bandeira. Aparentemente, teria havido um musical antes do espetáculo e “no fim eles enrabam-se”, a explicação para o atraso dada pelo próprio Rui.

Por esta altura, cerca de mil pessoas enchiam o Teatro Sá da Bandeira para uma noite muito negra, mas indubitavelmente engraçada. Por vezes de uma forma inteligente, por vezes de forma fácil, mas quase sempre com o efeito esperado. No entanto, há uma particularidade no efeito das piadas de Rui Sinel de Cordes (e de Paulo Almeida que vem já de seguida): o riso não é imediato a maior parte das vezes. É precedido de um período de autocontrolo, um reflexo natural que nos diz que não nos deveríamos rir de tal coisa. Mas que rapidamente é contrariado e abre alas ao riso desenfreado, por vezes quase apologético.

Por outro lado, Rui Sinel de Cordes e Paulo Almeida não o são. O espetáculo abriu com Rui Sinel de Cordes a tentar “mamar na boca” de uma pessoa do público e com a apresentação de Paulo Almeida. E da rapariga de 14 anos que estava presa na sua mala. Uma piada que não teve direito a desculpas, como estes dois acreditam que deve ser, à semelhança de todas as outras.

Mesmo depois de 10 anos de comédia, o início pareceu ter sido polvilhado com um nervosismo incaracterístico, acentuado por alguns problemas de som no início. No entanto, e aqui reside o génio de Rui Sinel de Cordes, o nervosismo dissipou-se de repente, dando aso a uma série de piadas que se foram arrastando ao longo do espetáculo e que “explicavam” o problema de som.

Por entre notícias do Correio da Manhã que são questionavelmente informativas, perguntas sem resposta que atormentam Rui Sinel de Cordes e one liners que abrangem temas como “gordas em discotecas”. Falou-se também a discriminação sexual no Irão, stand up para crianças e poemas que procuram “emendar” a relação com as pessoas que irritou ao longo dos seus 10 anos de carreira, o “cavaleiro negro do humor nacional”. Uma receita que é facilmente incluída na lista de espetáculos cómicos mais bem conseguidos em Portugal.

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