MUSEU DA IMPRENSA MOSTRA 25 DE ABRIL COM HUMOR

Conhecido por acolher o carismático festival PortoCartoon, de erguer a Casa do Cartunista e de homenagear Wolinski na mais recente exposição de Charlie Hebdo, o Museu Nacional da Impresa (MNI) orgulha-se de trazer a público os meandros da revolução feita através de papel e caneta.

Luis Humberto Marcos, director do museu, referiu que o principal objectivo desta mostra foi reunir vários trabalhos dos principais humoristas gráficos que fizeram dos tempos do PREC a sua matéria-prima para nos ajudar a reflectir melhor sobre a evolução dos acontecimentos.

Sam, Abel Manta e Miranda são os principais autores representados. Sam, com o seu famoso guarda Ricardo, João Abel Manta, talvez o mais censurado durante a ditadura e Miranda, seguramente, o mais popular que editava os seus desenhos no Jornal de Notícias.

A par de outros nomes, este foi o trio que mostrou melhor a importância do humor na análise social do país no pós-25 de Abril. Neste campo, a excepção vai para um disco, cuja capa “25 de Abril confidencial” evidencia o traço inconfundível de Miranda. “Dizem que há tanta falta de papel que até há quem escreva nas paredes”.

Segundo relatos ao longo da inauguração, ficou na memória dos presentes, a célebre piada de 1974: “Agora é preciso estar preparado para a contra-revolução! Quarenta e oito anos passam de pressa!”.

A exposição 25 de Abril: Humor na Imprensa apresenta mais de uma centena de desenhos humorísticos publicados em dezenas de jornais e revistas. Desde A Mosca, A Vida Mundial, Charlie Hebdo, Diário de Lisboa, Expresso, Flama, Gaiola Aberta, Jornal de Notícias, Jornal Novo, O 1.º de Maio, Opção, O Século Ilustrado, O Tempo, Pasquim, Seara Nova, Sempre Fixe, e até a República, são algumas da publicações que o público tem para se deleitar durante umas horas bem passadas.

A exposição vai estar no MNI até 31 de Maio, para aqueles que não cheguem a tempo no dia 25.

Para além desta mostra, o director do MNI adiantou que no dia 2 de Maio vai realizar-se um debate, em torno do prelo, sobre o tema liberdade de expressão com convidados como Fátima Campos Ferreira.