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Cultura

SERRALVES DIZ O PRIMEIRO “OLÁ” AO OUTONO

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Começou cedo a celebração do Outono, na cidade do Porto. Pelas dez da manhã já o parque de Serralves recebia os primeiros visitantes, prontos para se despedirem do Verão – com algum pesar, é certo – e abraçarem, em família, os dias mais curtos e o tempo mais melancólico. A entrada totalmente livre e o (ainda) bom tempo chamaram os portuenses a desfrutar do mais variado tipo de coisas: exposições de fotografia, concertos, teatro, dança, oficinas para famílias e passeios pelo parque foram o prato do dia deste domingo. Uma coisa de cada vez.

As oficinas para famílias espalharam-se pelo Prado inteiro e, durante todo o dia, contaram com atividades típicas de Outono relacionadas com a natureza, artes, ciência e ainda com um dos elementos fundamentais da festa: a palha (a mesma palha com a qual, mais tarde, se realizou uma verdadeira batalha campal; já lá iremos). Oficinas à parte, houve direito ao contacto com animais de quinta e a vários percursos de descoberta pelo parque, muitas oportunidades de deixar a veia exploradora vir ao de cima; conhecer as várias espécies de árvores, aves e insetos que habitam o espaço foram algumas experiências que compuseram o Cantinho dos Investigadores.

Por entre pequenos mas apelativos teatros de marionetas e coloridos novelos de lã, foi a vez do Filho da Mãe tomar conta do palco central do Prado e envolver o público numa atmosfera de verdadeira descontração e total paz, tal como pede a verdadeira tarde de domingo. Acústico, instrumental, singular mas nem por isso menos poderoso ou imponente, terá sido o som das cordas daquela guitarra que fizeram um dos melhores momentos do dia, pelo menos para o público mais adulto e ainda desprovido de crianças que passou pelo parque. Tinha-se criado o ambiente perfeito para um pic-nic na relva, uma sesta ao sol e uma maratona de bolas de sabão.

A verdadeira enchente começou já quando o sol ia ligeiramente mais alto e Pierre Bastien, com o dj set mais particular de sempre e feito por instrumentos africanos e sul-americanos, nos presenteou com cinquenta minutos de música vinda diretamente da biblioteca do Musée du Quai Branly, em Paris, para a nossa Festa de Outono. Agora sim, falemos da autêntica revolução de palha que os AfroBaile causaram no Prado: sabíamos que íamos acordar da sesta, sabíamos que não íamos conseguir evitar dançar, mas não sabíamos que íamos dançar tanto e usar palha como principal adereço; há algo nos ritmos africanos que nos impede de manter o controlo, e tal como se diz em Luanda: ”Não vale a pena parar. Puxa!”

E durante este domingo, Serralves não parou e nós também não. Já só falta mais um Inverno, uma Primavera e um Verão, e para o ano cá nos encontramos outra vez.

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