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Cultura

IRON AND WINE: A ESTREIA MÁGICA

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À partida, ninguém daria nada por uma segunda-feira como a de ontem: cinzenta, escura, chuvosa, fria e cheia de todos os sentimentos que caracterizam o início de mais uma semana. No entanto, Iron and Wine revolucionou a história das noites de segunda e brindou o público portuense com uma hora e meia do seu melhor indie folk, feito apenas com uma guitarra acústica e uma voz que, por si só, enchia toda a sala.

Sam Beam começa por contar que é a primeira vez em toda a vida que vem a Portugal e explica o quão feliz está por poder cá estar. “Devia ter vindo muito mais cedo. Na segunda vez que voltar, quero saber mais português para poder falar convosco” diz-nos, antes de mergulhar a fundo na primeira música da noite: Such Great Heights, escolhida pelo público, tal como quase todo o repertório da atuação. Por entre risos, brincadeiras e interações com o público, não há outra conclusão a retirar do conforto, humildade e simpatia de Sam Beam em palco – a música era o único caminho a seguir.

Foram explorados, sobretudo, os trabalhos mais antigos de Iron and Wine ao longo da noite: The Shepherds Dog, Around The Well e Kiss Each Other Clean são alguns dos álbuns mais emblemáticos e apreciados pelo público. “Estou aqui para vos fazer feliz” respondeu, quando Naked As We Came foi a canção escolhida. E de facto não devia haver ninguém naquela sala que não estivesse feliz. No palco, viam-se duas guitarras – “uma para músicas felizes, a outra para músicas tristes” – que se foram revezando consoante a corrente da canção entoada.

Seguiram-se Fever Dream, Rabbit Will Run e Tree By The River. Quem as toca é a guitarra triste, talvez sob o pressentimento de que o concerto não duraria muito mais (incrível como o tempo passa muito mais depressa quando se é embalado por uma voz tão acolhedora). O público escolhe as canções finais de uma setlist quase totalmente improvisada e Sam Beam despede-se, ainda arrebatado, de um público que não o quer ver ir embora.

Talvez tenha sido por isto que, depois de uma ovação em pé e um falso alarme de fim de concerto, voltou ao palco para o tão esperado encore. “Falta uma canção importante e sinto que tenho obrigação de a cantar”, justifica. Uma versão emotiva e (quase) a capella de Flightless Bird, American Mouth encerrou a estreia de Iron and Wine em Portugal. Com ela fica, certamente, o desejo de cá voltar.

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