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Educação

Universidade do Porto vai ter novo campus na antiga refinaria da GALP

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“Um projeto ambicioso e disruptor” foram as palavras utilizadas por António Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto (UP), para definir a iniciativa que pretende quase duplicar a área de implantação da universidade, passando dos atuais 50 hectares para 90 hectares. No discurso de encerramento das comemorações do 111º aniversário da UP, a recente parceria, que poderá causar “resistência em setores mais renitentes à mudança”, foi um tópico em ênfase.

Em fevereiro, foi assinado o protocolo que indica que a encerrada refinaria da Galp em Matosinhos dará espaço à instalação de um “Innovation District”. Segundo as entidades em causa, o objetivo é “promover a valorização económica, social e ambiental de toda a região Norte do país, posicionando esta iniciativa no topo dos projetos mundiais de tecnologia associada a energias sustentáveis”. As expectativas são que este projeto possa gerar entre 20 e 25 mil postos de trabalho.

“Vai nascer assim um novo campus universitário, com valências pedagógicas, mas dedicado sobretudo à ciência e tecnologia”, afirmou o reitor da universidade. A concretização de um polo “equiparável aos melhores hubs de inovação e tecnologia internacionais”, como o MIT, é, então, um objetivo a atingir.  Centrado nas grandes agendas do futuro, com particular ênfase na transição digital e energética, o polo contará com uma conciliação entre o ensino, a investigação, a inovação e “com centros de interface e incubadoras, onde empresas e investigadores possam trabalhar em conjunto”.

Este projeto de grande dimensão e que exigirá um considerável investimento acompanha a ambição da universidade ser guiada pelo inconformismo, pela determinação e pela perseverança. A criação deste novo campus é tida como “uma oportunidade única de desenvolvimento e projeção internacional”, assim como apresentando boas condições para afirmar a posição da Universidade “como maiores produtores de ciência do país, e […] como uma universidade de investigação de primeira linha na Europa”.

No discurso de aniversário da Universidade do Porto, foi ainda guardado um momento para agradecer e elogiar a recente sinergia que se constituiu entre a universidade, a Galp, a Câmara Municipal de Matosinhos e a CCDR-N, tendo o reitor mostrado apreço pela “crescente disponibilidade da sociedade civil para colaborar com a Universidade”. António Sousa Pereira, num texto da sua autoria publicado no Jornal de Notícias, ainda desejou que o governo apoie o projeto da mesma forma que as entidades parceiras, evitando que este “emperre na burocracia, centralismo e inoperância habituais“.

Artigo escrito por: Rodrigo Braga

Editado por: João Múrias