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Educação

Colocações no Ensino Superior: a primeira fase em números

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Fonte: Facebook | Universidade do Porto

Já são conhecidos os resultados da primeira fase de candidaturas ao Ensino Superior para o novo ano letivo. Medicina e as Engenharias voltam a dominar as médias de entrada mais elevadas; mais de 11 mil vagas estão disponíveis para a próxima fase do concurso.

 

Dia 11 de setembro, foram divulgados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) os resultados da primeira fase de candidaturas ao Ensino Superior para o ano letivo 2022/2023. De 61.507 candidaturas válidas, 49.806 estudantes foram colocados, representando uma taxa de sucesso de 81%. Este número de colocações corresponde a um aumento de 0,7% em relação a 2021, mas é ainda inferior aos máximos atingidos em 2020, quando mais de 50.000 estudantes obtiveram colocação. Verificou-se igualmente um decréscimo no número total de candidaturas, com uma quebra de 3,9% em relação aos números do ano anterior.

No que respeita ao número de vagas disponíveis, a tendência de diminuição mantém-se. Este ano, estavam à disposição um total de 54.641 lugares, em comparação com as 56.121 e 55.307 vagas disponíveis em 2020 e em 2021, respetivamente. Os valores deste ano culminaram, assim, num aumento da taxa de ocupação de vagas na primeira fase, com mais de 90% dos lugares ocupados.

Medicina no topo da tabela das classificações

Os cursos com maior nota de entrada dos últimos colocados voltam a ser dominados pela Medicina e as Engenharias. Após alguns anos em que o lugar cimeiro foi controlado pelas Engenharias, o curso de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto (UP), regressa ao topo do pódio, com uma média de 189,0 valores do último colocado. Seguem-se os cursos de Engenharia Aeroespacial e Engenharia Física Tecnológica, ambos no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, com 188,5 e 187,8 valores de nota mínima de entrada, respetivamente. O top 5 é completado pelo curso de Engenharia e Gestão Industrial, na Faculdade de Engenharia da UP (187,3) e por Medicina na Faculdade de Medicina da UP (187,2). Um total de 27 cursos, distribuídos por 12 instituições de ensino, tiveram uma nota de entrada superior a 18 valores.

Pelo contrário, entre os cursos com nota de entrada mais baixa contam-se Artes Visuais da Universidade da Madeira, Gestão e Administração Pública do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Equinicultura do Instituto Politécnico de Portalegre, Design de Jogos Digitais do IPB e Educação Social do IPB, todos com nota de entrada negativa, ou seja, inferior a 10 valores.

Os mais e os menos procurados

As áreas de estudo com maior número de candidaturas em primeira opção incluem a Saúde (10.304 candidaturas), as Ciências Empresariais (9.335) e a Engenharia e Técnicas Afins (8.904). Destacam-se também as áreas de Direito, Informação e Jornalismo, Ciências Veterinárias e Ciências Sociais e do Comportamento, nas quais o número de candidatos em primeira opção ultrapassou em mais de 50% o número de lugares disponíveis.

Em contraste, a primeira escolha dos candidatos recaiu pouco sobre os cursos relacionados com Serviços de Segurança (13 candidaturas), Serviços de Transporte (116) e Indústrias Transformadoras (121). A nível percentual, as Indústrias Transformadoras, a Agricultura, Silvicultura e Pescas, os Serviços de Segurança e a Proteção do Ambiente foram as áreas em que o número de candidatos em primeira opção foi inferior a 50% do número total de vagas disponíveis.

No que refere às instituições de ensino, o destaque vai para a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL), o ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, a Universidade do Porto, a Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) e a Universidade Nova de Lisboa (UNL), em que a procura em primeira opção excedeu em mais de 70% o total de vagas abertas.

Por outro lado, foram cinco as instituições que esgotaram as vagas já nesta primeira fase: ISCTE, UNL, ESEL, ESEP e Escola Superior de Enfermagem de Coimbra – uma lista onde se destacam três instituições dedicadas ao ensino de Enfermagem.

Os números demonstram ainda a preferência dos candidatos pelo ensino universitário, em comparação com o ensino politécnico. No total das primeiras escolhas, quase 71% dos candidatos optaram por Universidades, cerca de 26% pelos Politécnicos e apenas 3% por outras opções, onde se incluem cinco Escolas Superiores. Adicionalmente, um total de 26 cursos de Ensino Politécnico não tiveram quaisquer colocados na primeira fase de candidaturas.

O que sobra para a segunda fase?

O rescaldo desta primeira ronda de candidaturas mostrou que o maior número de vagas sobrantes se concentrou na área de Engenharia e Técnicas Afins (2.001 vagas), seguida por Arquitetura e Construção (441), Ciências Empresariais (427) e Agricultura, Silvicultura e Pescas (422). Já a nível institucional, o grande destaque vai para o Instituto Politécnico de Bragança, onde há 1.077 vagas por preencher, seguido pelos Institutos Politécnicos de Viseu (431), da Guarda (386) e de Castelo Branco (334).

Às vagas sobrantes da primeira fase de acesso somam-se ainda aquelas resultantes de vagas ocupadas, nas quais não foram efetuadas matrículas, vagas libertadas em função de recolocações na segunda fase e vagas libertadas em função de retificações das colocações da primeira fase.

Mais de 11% dos lugares por ocupar após as matrículas

Após duas semanas de matrículas, verificou-se que 11,6% dos alunos colocados, ou seja, mais de 5.000 alunos, não realizaram a sua matrícula, trazendo o número total de novos alunos no Ensino Superior para 43.560. Este fenómeno mais que duplicou o número de vagas sobrantes para as próximas fases de candidaturas – 11.081 vagas é o número total disponível para aqueles que concorrem à segunda fase de colocações. Conforme avançado pelo jornal “Público”, este é um número acima do habitual e que deixou surpreendidas as direções dos diversos estabelecimentos de ensino superior.

Em particular destaque encontra-se o curso de Medicina, um dos cursos habitualmente mais procurados, onde existe um total de 21 vagas por preencher, distribuídas por seis instituições de ensino. No Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da UP, onde se verificou a nota mínima de entrada mais alta do país, ficaram por preencher duas das vagas atribuídas, agora disponíveis para a nova ronda de candidatos. O total de lugares disponíveis, por curso e por instituição, pode ser consultado na página da DGES.

Puderam candidatar-se à segunda fase os alunos que não foram colocados na primeira fase, os alunos que não se candidataram à primeira fase, e os alunos que, tendo sido colocados, querem uma nova tentativa de entrar noutro curso e/ou instituição. A segunda fase de candidaturas terminou na última sexta-feira, dia 23 de setembro, e os resultados serão divulgados a 30 de setembro. Seguir-se-á a terceira e última fase de candidaturas, entre 7 e 11 de outubro.

 

Artigo escrito por: Inês Miranda

Editado por: João Múrias