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Artigo de Opinião

NA TUA UPINIÃO, ÉS SAPO OU ESCORPIÃO?!?

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Maria Abril

Maria Abril

Na nossa UP, as relações profissionais próximas tendem a manter-se muitos anos, distorcendo a visão que temos uns dos outros… Recentemente apercebi-me que a natureza humana desfila à frente dos meus olhos como personagens das fábulas que popularam a minha infância… E ano após ano, página a página, encontrei:

  • Muitas raposas, que com astúcia ludibriam os incautos, num mano a mano com as lebres que julgam chegar sempre primeiro;
  • Alguns leões, sem carisma de rei mas de pata forte, ignorando os ratinhos que mesmo assim os salvam;
  • Poucas formigas, que persistem apesar das colheitas de Verão serem uma miragem, obrigando-as a esgravatar sementes na terra seca;
  • Aqui e ali cigarras, palavrosas e nesta história universitária muito bem-sucedidas, abastadas e reconhecidas, apesar de já ninguém se lembrar dos seus eventuais feitos – se é que existiram. Tanto quanto sei podem até ser animais manipulados geneticamente, metade raposa/metade cigarra, uma nova espécie transgénica em ascensão…

Mas de todas as fábulas, a que mais me perturba é a do Sapo e do Escorpião… Lembram-se? O Escorpião quer atravessar o rio, mas como não sabe nadar pede ajuda ao Sapo. Este hesita, pois teme que o Escorpião o pique, mas fica convencido com o argumento de que se tal acontecesse, morreriam os dois… Pois a meio da travessia o Escorpião pica o Sapo e instantes antes de se afogarem, o Sapo pergunta ao Escorpião porque o picou, se vão morrer os dois – “É a minha natureza”, responde o Escorpião…

No meu percurso cruzei-me com muitas raposas, alguns leões, ratos, formigas e cigarras – todos eles frutos da sua história profissional, representando o papel que consideram mais adequado… Mas já (re)conheceste algum Escorpião, capaz de levar tudo às últimas consequências? Quero crer que são espécimenes raros, mas a simples observação do poder do seu veneno gela-me o sangue e fecho o livro. Mas a questão persiste… Existirá alguma atitude realmente imperdoável, ou são só inevitabilidades, decorrente da “natureza” de cada um?

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