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Artigo de Opinião

A GERMANIZAÇÃO

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Tiago Aboim

Tiago Aboim

No passado domingo realizou-se no mítico Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro) a final do Campeonato do Mundo de Futebol, entre a seleção alemã e a seleção argentina.

Os dois finalistas apresentavam como equipamento oficial, a marca de uma empresa multinacional alemã e a bola era igualmente da mesma marca. No fim do jogo, os principais prémios individuais entregues são suportados por essa multinacional de origem germânica.

A seleção alemã venceu o Mundial do Brasil de uma forma justa, uma equipa no sentido efetivo da palavra. Vence, após o seu último título mundial ter sido alcançado no Itália 90, ainda sob a designação de República Federal Alemã, orientada por Frank Beckenbauer. Nos destinos do país ainda não reunificado, estava o pai da Alemanha unificada, o Chanceler alemão, Helmut Kohl.

No Mundial 2014, a seleção alemã é coroada campeã do Mundo, tornando-se a primeira seleção europeia a vencer um campeonato do mundo no continente americano. Outro facto importante a destacar é Miroslav Klose, jogador alemão de origem polaca, que se tornou no melhor marcador de sempre em mundiais (16 golos).

A conquista deste importante troféu reforçou a popularidade de Ângela Merkel na sociedade alemã.  É neste seu consulado, iniciado em 2005, que a Alemanha reforça a sua identidade no período pós-1990, afirmando-se como uma potência a nível desportivo, económico e financeiro.

25 anos após a queda do Muro de Berlim, ergue-se uma germanização, seja na compra do carro ou até mesmo na bola com a qual jogamos futebol.

Todos sabemos o significado da capital alemã, aquelas ruas são as veias mais vincadas da Europa contemporânea, onde até 1989 estava interrompida uma veia que não permitia a circulação para a formação de um corpo forte, a Europa.

Emergiu neste curto espaço de tempo, no panorama politico europeu, um projeto europeu, germanizado, que outrora tinha sido o testemunho de solidariedade com o povo alemão.

Os mais jovens nasceram sob o signo da Europa, sem barreiras, sem qualquer obstáculo à sua integração, sem arame farpado, sem postos de controlo, uma verdadeira autoestrada que liga vários pontos, entre a Democracia e a Solidariedade.

Indubitavelmente, hoje já não se fala de Europa, mas sim da Alemanha.

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