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Artigo de Opinião

O DINHEIRO É MEU, …

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João Paulo

João Paulo

Até onde o que fazemos com o nosso dinheiro é ou pode ser da conta dos demais!?

Muitas são as conversas de café sobre o que determinadas pessoas fazem com o seu dinheiro. Aqui, neste caso, refiro-me em particular ao novo “playboy” Lorenzo que de um momento para o outro surge no panorama “cor-de-rosa” como o jovem endinheirado, com grandes máquinas de quatro rodas na garagem, sempre rodeado de amigos, coberto de tatuagens, adornado com jóias e festa, muita festa.

A sua aparição foi bastante mediática, entre entrevistas televisivas e fotos nas redes sociais, exibindo todo o tipo de extravagâncias e gostos: a nova tatuagem, o novo relógio, a festa com amigos no jardim lá de casa… E que casa! Essas ditas extravagâncias foram levadas a cabo no seu aniversário: champanhe de marca em garrafas de cinco litros, uma discoteca só para si e para amigos e a convidada de honra “Pamela Anderson”, que é como quem diz, a contratada de honra, porque afinal alguém tem de pagar as contas.

Nessa altura, o nosso país vivia o momento mais intenso – psicológico e prático – da crise em que estamos mergulhados: as notícias de todos os dias não eram animadoras (não que o sejam hoje em dia), o desemprego reinava e sentia-se no ar o fedor do desespero. No entanto, no meio desse aterro, surge esta flor a esbanjar dinheiro, porque faz aninhos. Diz-se que “investiu” 300 mil euros na discoteca Bliss, em Vilamoura, e na convidada de honra, porque, afinal, só se faz 22 anos uma vez na vida. Assim, vou aqui tentar fazer com pensemos naquilo que quer a comunicação social quer algum do nosso povo pensou na altura.

Primeiro, o que as pessoas viram foi um miúdo a gastar o que muitas famílias levaram uma vida para conseguir juntar e, naquele momento, havia um sentimento de desgraça, tendo tomado, por isso, tal festa como um insulto. Contudo, no meio do comentário corriqueiro, surgia sempre: “se ao menos fosse mais discreto”. Ora aqui está. Basta que sejamos discretos para podermos fazer o que desejarmos, mesmo que seja com o nosso dinheiro. Mais ou menos da forma como os outros fazem com o dinheiro que roubam nas suas jogadas de colarinho branco e luvas da mesma cor. Basta ser discreto para podermos fazer o que bem entendermos.

Não vou dizer que no meu pensamento também não surgiu a ideia de que aquela não terá sido a melhor altura para dar nas vistas. Mas daí a sentir a coisa como um insulto vai um longo caminho. Não se tratava dos meus impostos. O miúdo parece que é filho de pais ricos e, por isso, faz o que bem entende com o “money” que é dele. Afinal, ele financiou a sua corrida para a fama, ao invés de participar num qualquer reality show e fazer algumas das figuras “tristes” que já muitos presenciámos através do ecrã ou soubemos pelas notícias.

Todavia, talvez pelo olho grande que lançaram ao miúdo, parece que agora ele está com menos recursos para essas doidices, segundo dizem as redes sociais e as revistas. Se isto for verdade, pensei que, se calhar, ele tinha as suas poupanças no BES e o Salgadinho usou-as para fazer férias num local discreto como deve fazer com o dinheiro dos outros.

Gente boa, deixe de ser invejosa. O dinheiro é do jovem e se ele quer gastar 300mil euros no seu aniversário que o faça, porque qualquer um de nós o faria se nos saísse o euromilhões. Íamos comprar a grande casa, o belo carrão, jóias e viagens e nem quando qualquer nuvem mais escura encobrisse o sol íamos perder tempo a pensar nos outros. Ou então quando pensássemos, era para ter imagem deles a trabalhar ou a fazer contas à vida, enquanto nós estávamos deitadinhos a apanhar sol num qualquer resort conhecido.

Afinal, queiramos ou não, o que fazemos com o nosso dinheiro é apenas da nossa conta e, por isso, desejemos que os demais sejam felizes e que a eles, como a nós, nunca falte dinheiro para o gasto.

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