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Artigo de Opinião

VILIPENDIOU-SE O SÓCRATES

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Diogo Rodrigues da Silva

Diogo Rodrigues da Silva

Há três anos a esta parte, José Sócrates, primeiro e único licenciado ao domingo à tarde, arrecadou um outro galardão…o de ex-Primeiro-Ministro. Curiosamente, volvidos três anos, Sócrates regressou da mesma forma com que abandonou o País: de avião, diploma na mão, e comitiva de boas vindas à espera. Só que desta vez a comitiva era algo mais, digamos…efusiva.

Assim foi o político português detido à saída do avião e assim permaneceu enquanto esperava saber qual seria a medida de coação a aplicar pelo Senhor Doutor Juiz Carlos Alexandre, “o arrogante” para muitos, “o egocêntrico” para outros, o juiz independente e isento para mim.

Enquanto jurista, avaliando a forma como se procedeu à detenção augurava-se um processo algo abrupto e medidas pesadas. E assim tem sucedido, sobretudo depois de nesta segunda-feira o Juiz ter decidido pela medida de coação mais gravosa do ordenamento juridico-criminal português – a prisão preventiva – o que, desde logo, revela que existem indícios incriminadores fortíssimos contra José Sócrates, mas também que a Justiça funciona quando há vontade. Discutíveis serão os motivos justificadores da medida de coação aplicada ao ex-Primeiro-Ministro (risco de perturbação de inquérito), que não mereceram qualquer fundamento concreto por parte do Juíz (tanto quanto se sabe após o arrepio ao segredo de justiça encetado pela CMTV), mas que se entende depois de conhecida a existência de um almoço dias antes da detenção com Pinto Monteiro, antigo procurador-geral da República, o que, julgamentos à parte, forma uma forte convicção de que o conhecimento da verdade poderia ser posto em causa se José Sócrates estivesse em liberdade, dado o seu enquadramento social.

Estranhamente, depois de o Juiz ter satisfeito os desejos mais profundos de um povo que brada aos céus por justiça, o povo anuncia que não suspeita do suspeito. Perdoem-me o trocadilho, mas é estranha a paz que este povo quer. Se há suspeitas, conheça-se a verdade. Faça-se luz! E com isto não significa que esteja aqui a tecer julgamentos antecipados. Não. Como jurista, José Sócrates não é culpado até sentença que o condene, mas é suspeito, e quando há suspeitas investigue-se, conheça-se e faça-se justiça! E aí Carlos Alexandre esteve bem, assegurando que as hipóteses de encontrar a verdade se mantenham e tratando José Sócrates na sua condição de “comum mortal”. Isto resume-se, dizendo que é a justiça em pleno funcionamento. É a balança e a espada a darem de si.

No entanto, não seria delicado da minha parte deixar passar as capacidades requintadas de negócio com que o Sr. Engenheiro nos presenteou ao longo dos anos e que agora mais do que nunca são evidentes. Não é para qualquer homem de negócios adquirir um património imobiliário tão vasto, propriedade da sua própria mãe (herança do pai), sem que esta saiba que perdeu o património para o filho. Haaa…maldito Carlos Santos Silva!

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