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Sociedade

“REABILITAÇÃO TOTAL” REINVENTA PATRIMÓNIO RURAL

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A tertúlia “Património que se Reinventa” contou com a participação da Arqª Margarida Coelho, da Engª Rita Ferreira, do Professor Fernando Matos Rodrigues e de Manuel Guedes, um dos coordenadores gerais do projecto. O debate foi moderado por Rita Borges, licenciada em História e membro da equipa do projecto.

O projecto Reabilitação Total tem como objectivo aproveitar melhor Portugal e promover o desenvolvimento sustentável. Fala-se de uma dicotomia cidade/aldeia caracterizada pela excedente concentração populacional nas áreas urbanas e um crescente abandono nas áreas rurais, o que impulsiona o abandono do património cultural. O projecto pretende reprimir este desequilíbrio ao utilizar da melhor forma os recursos humanos disponíveis para potenciar as estruturas. Reabilitação Total não se centra apenas na reabilitação do património, mas também na reabilitação social e económica.

A primeira intervenção coube à Engª Rita Ferreira, que apresenta o Arrebita Porto, projecto de empreendedorismo social cujo objectivo é restaurar edifícios degradados no centro do Porto. Rita Ferreira refere a importância de combater a desertificação do centro do Porto e diz que o projecto “é sensível ao património e à repovoação”. O projeto está agora a trabalhar no sentido de restaurar um edifício na Ribeira do Porto, abandonado há mais de 20 anos. Pretendem, após a conclusão das obras, que os apartamentos sejam arrendados a baixo preço, uma vez que o objectivo é repovoar, “trazer as pessoas de volta”, reforça a engenheira.

O professor Fernando Matos Rodrigues refere que “não podemos olhar para um património como uma catedral, como algo intocável”. Nas palavras do professor o património “é uma coisa muito perigosa”, visto que quando se fala em património fala-se também em cultura, o que remete para uma representação simbólica do mesmo. Esta carga simbólica pode retirar a possibilidade de reabilitação. Por esta razão é que Fernando Matos Rodrigues reforça a “importância do património na diversidade e na singularidade”.

A Arqª Margarida Coelho, uma das responsáveis pelo trabalho desenvolvido no edifício da Cadeia da Relação, diz também que “o património não é intocável”, tendo em conta que, com afirma Margarida Coelho, não há “nenhum inconveniente de haver uma adaptação a novas soluções como intervenção moderna”, pois, assim, as novas gerações podem estar em contacto com esse património. Este processo tem, no entanto,  que ser feito “com muito cuidado e cautela”, reforça ainda.

Manuel Guedes, coordenador geral do projecto Reabilitação Total, fala do objectivo do projecto e sublinha a importância da reabilitação do património nas aldeias como veículo de dinamização da economia local. Um projecto que à partida parece simples, mas “é tão ambicioso e tão complexo que não prevemos resultados nem ao final de um ano.”

O projecto Reabilitação Total visa atenuar o conflito cidade/aldeia ao potenciar o desenvolvimento rural através da utilização de recursos humanos socialmente excluídos das grandes cidades.

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