Connect with us

Sociedade

Fotógrafo René Robert morto pela indiferença

Published

on

Fotografia retirada do Twitter @mompotet

No dia 17 de janeiro de 2022, René caiu por volta das 21:00h numa conhecida via parisiense. Apesar de estar combalido numa via de elevado movimento, o fotógrafo esteve nove horas a necessitar de auxílio. Acabaram por ser dois sem-abrigo, habituados a sentir esta indiferença, a chamar ajuda para este homem.

No entanto, foi tarde de mais, tendo o suíço perdido a vida já no hospital, dado que já se encontrava num estado avançado de hipotermia. Questionados acerca do acidente, tanto o hospital para onde foi levado como o a polícia da cidade francesa, escusaram-se a fazer qualquer tipo de comentários.

Já um dos sem-abrigo que prestou auxílio ao artista abordou o assunto, fazendo um retrato da indiferença vivida pelo mesmo na cidade: “Mesmo se for agredido, ninguém move um dedo.”.

Quem também comentou este infortúnio foi o jornalista Michel Mompontet, amigo de René, através de uma publicação na rede social Twitter.

“Ele era um amigo gentil, sensível e humanista. Tão discreto quanto sensível. […] René Robert caiu […] permaneceu pregado no chão frio por 9 horas até que um sem-abrigo chamou por uma ambulância. […] Durante 9 horas ninguém parou para ver o porquê deste senhor estar deitado na calçada. Ninguém.”

Admitindo que este é um péssimo exemplo de humanidade, Mompontet termina sublinhando a necessidade de que esta situação sirva como exemplo de como não agir no futuro: “Quando um humano está deitado na calçada, tão apressado quanto nós, vamos verificar o estado dele. Vamos parar por um momento.”

Vida do fotógrafo

René Robert, nasceu em 1936 em Friburgo, Suíça. Desde cedo descobriu a sua paixão pela fotografia, incentivado por um amigo do seu pai. Mais tarde, concluiu a sua formação como jornalista em Lausanne.

Nos anos 50 mudou-se para Paris, cidade onde começou a frequentar o Catalan, um palco onde se dançava e cantava o flamengo. Para René, habituado a uma educação rígida, assistir a esta arte despertava-lhe uma sensação de liberdade. Desde então, começou a eternizar momentos áureos do flamengo nos últimos 50 anos, celebrizando-se por este facto.

 

Artigo de Jaime Silva

Revisão de Inês Santos