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Sociedade

“UM PORTO DE MUNDOS QUE INTEGRA O MUNDO NO PORTO”

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O vinho, o Douro, o comércio, o porto de Leixões, o Futebol Clube do Porto, a cultura, o turismo, o aeroporto Sá Carneiro, e até os ingleses. Todos fazem com que o Porto o seja, e todos são portos e portas para o mundo.

Não há Porto sem vinho

“O Porto sabe pouco sobre o seu vinho” e o vinho sabe pouco a Porto porque “o Porto assim o quer”, diz Novaes Cabral, presidente do Instituto dos Vinho do Douro e do Porto (IVDP). Apesar do vinho do Porto ter sido pioneiro na ligação regulamentada de um vinho a uma determinada região (Douro Vinhateiro), o IVDP lamenta a falta de ligação com o comércio português, sobretudo o portuense. Brinda-se com champagne e espumantes, em vez de se brindar com o vinho da região. Não se serve um copo de porto nos bares e discotecas da baixa. O mercado do vinho do Porto em Portugal é de 15%. O trabalho de valorização do vinho junto do setor da restauração “tem de ser trabalhado”. “Se os de fora valorizam o que é nosso, porque é que nós não valorizamos?” Se é verdade que não se dissocia as origens do vinho do Porto da realeza inglesa (comércio detido por D.Antónia Ferreira, a Ferreirinha), e se é verdade que as caves em que ele envelhece ficam do outro lado do rio, é também verdade que elas foram e continuam a ser administradas pelo Porto. E é também verdade que o Porto é Região Demarcada do Douro, existindo entre ambos uma “relação umbilical”. Por isso “não há vinho sem Porto”. E como a muralha fernandina, os primórdios da Universidade do Porto e até a Rua do Almada foram financiadas pelos rendimentos provenientes da venda do vinho do Porto, “não há Porto sem vinho.”

Não há Porto sem Fluvial

Não tão antigo como as primeiras referências ao vinho do Porto, que provinha também do Dão, da Bairrada e de Trás-os-Montes (1678), mas com nome igualmente Real, o Clube Fluvial Portuense é a coletividade mais antiga da cidade (1876). Nasceu quando quatro apaixonados por remo decidiram fundar um clube, na zona ribeirinha da cidade, e tornou-se «Real» com a intensificação das relações com o rei Luís I, apaixonado pelo mar e amigo do CFP. Miguel Miranda, filho do presidente do clube, lamenta as atuais dificuldades financeiras e deseja que venham épocas grandiosas como as passadas. Ainda assim, é o clube da Federação Portuguesa de Natação com maior número de federados. Alberga o remo, a natação, a natação sincronizada, natação adaptada, pólo aquático e boxe. Sim, boxe.

 

Não há Porto sem o de Leixões

“Quem passa por Leça e Matosinhos vê contentores, não tem perceção real do que é um porto.” Para além da “função tradicional” – carga e descarga de produtos e pessoas – o porto de Leixões traz outras “sinergias” à cidade. Há pouco tempo, a APDL passou a gerir também o porto de Viana de Castelo, gerindo assim a frente atlântica e o interior até Barca d’Alva. Além dessa surpemacia geográfica, é o porto que tem mais impacto na economia nacional, pelo volume portuário. Criou dois armazéns vocacionados para a logística de empresas e tem uma enorme capacidade de receber passageiros. Tecnologicamente falando, o avanço do porto de Leixões é notável.  Se noutros portos, e noutros tempos, o processo de entrada de carga demorava quase uma hora, agora demora 10 minutos, graças à conectividade entre as infraestruturas tecnológicas e a alfândega “que faz a total leitura das cargas de forma rápida e eficaz”. Leixões alberga ainda uma espécie de “torre de controlo” de navios que facilita todo o processo. Questões ambientais, de licenciamentos dos cais e de espaço curto do porto são problemas a serem monotorizados e resolvidos, dentro do possível.

Mas há muitos mais portos no Porto neste “Porto de mundos que integra o mundo no Porto” e de todos se podia falar. Palavras de André Rubim Rangel, comissário do evento, que acrescenta ser a multiculturalidade que faz o Porto forte.

A mesa de oradores contou com Miguel Miranda, em representação do Clube Fluvial Portuense,Alberto Santos, da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL),e o presidente do Instituto dos Vinho do Douro e do Porto (IVDP), Manuel de Novaes Cabral.

O quinto e último debate do CEED 2015 é na próxima quinta-feira (10) e subordina-se ao tema “O fenómeno dos refugiados. Como estamos e para onde vamos?”

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