Cultura
Paredes de Coura 2024: Diário de Bordo – Parte 3

O penúltimo dia do festival foi repleto de surpresas, desde uma sessão musical exclusiva de Nouvelle Vague num cenário histórico, até à energia contagiante dos concertos de girl in red e IDLES, que cativaram o público em cada momento.
Dia 16 começou com mais soundchecks como banda sonora e uma music session peculiar. No acampamento, principalmente junto ao rio, existem várias iniciativas de entretenimento para os festivaleiros. Uma dessas iniciativas é a recolha aleatória de participantes para assistirem a music sessions exclusivas. A deste dia teve como protagonistas Nouvelle Vague, que tocaram 4 canções para um público reduzido, num momento musical intimista, tendo como palco a casa mais antiga da Vila.
- Fotografia: Inês Aleixo
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Foi ainda dia de Allah-Las, Benjamim, girl in red, Beach Fossils e IDLES atuarem no recinto.
Depois de um início estreito com Nouvelle Vague, a banda voltou a surpreender no palco principal. O projeto musical francês foi fundado por Marc Collin e pelo falecido Olivier Libaux, em 2003. Conhecido pelos seus covers inovadores em estilo bossa nova, o grupo trouxe o seu groove ao festival. O novo álbum, inspirado pela interpretação da vocalista Alonya da música “Should I Stay Or Should I Go” de The Clash, dá continuidade à tradição de Nouvelle Vague de reinventar clássicos.
- Fotografia: Inês Aleixo
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A banda americana de rock Allah-Las, reconhecida por sua sonoridade retro, tem recebido elogios da crítica, que já havia exaltado o álbum “Zuma 85”, lançado em 2023, assim como as suas apresentações ao vivo. Mais uma vez, o grupo confirma a sua reputação neste festival.

Fotografia: Inês Aleixo
Benjamim, nome de palco de Luís Nunes, veio a Coura apresentar o seu quarto registo de estúdio, “As Berlengas”, uma jornada na música portuguesa da atualidade. Composto por 20 temas interpretados e produzidos pelo artista, o álbum explora um espaço mental inspirado pelas ilhas que lhe dão nome. Este foi um dos concertos nacionais mais aguardados do festival.
- Fotografia: Inês Aleixo
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Chegou então a vez de uma das cabeças de cartaz, girl in red, assumir o palco e fazer a plateia vibrar. A artista norueguesa impressionou com a sua conexão próxima com o público, interpretando tanto canções novas quanto sucessos mais antigos. Como uma das influências queer mais relevantes do pop atual, ela exibiu uma atitude irreverente e rock & roll, mergulhando na multidão que a aplaudia com entusiasmo.

Fotografia: Inês Aleixo
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Trazendo referências de The Smiths e dos anos 80, Beach Fossils, uma banda de indie rock de Brooklyn, subiram ao palco Yorn. Apesar do seu nome e inspirações, esta banda é tudo menos antiquada. Com uma criatividade musical em constante evolução, Beach Fossils consolidam-se como uma figura proeminente no cenário indie contemporâneo a cada atuação, e o Paredes de Coura não foi exceção.
- Fotografia: Inês Aleixo
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Se ganhasse um euro por cada t-shirt dos IDLES vista na multidão neste dia, talvez tivesse dinheiro suficiente para garantir o bilhete do ano que vem. E a verdade é que o hype em torno dos IDLES é mais do que justificado, pois proporcionaram um dos concertos mais efervescentes de todo o festival. Com inúmeros mosh pits e intensas interações entre o público e a banda, ninguém ficou indiferente. Como de costume nas suas performances, Joe Talbot fez declarações políticas, repetindo ‘Free Palestine’ várias vezes durante o concerto, deixando claro que o palco é tanto um lugar de celebração quanto de resistência.
- Fotografia: Inês Aleixo
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Também Cat Power se posicionou politicamente, vestindo “fuck war”. Marcaram ainda presença Nourished by Time, Mdou Moctar, Conferência Inferno, entre outros.
- Fotografia: Inês Aleixo
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Com performances que variaram do intimismo à explosão de energia, o penúltimo dia do Paredes de Coura 2024 será lembrado como um dos mais dinâmicos e emocionantes.
Artigo redigido por: Sara Silva
Fotografias por: Inês Aleixo
