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Ciência e Saúde

MARIA AMÉLIA FERREIRA: “TODOS NÓS PRECISAMOS DE UM MÉDICO QUE NOS OUÇA”

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O ambiente era calmo. Sentados numa sala de reuniões da Faculdade de Medicina, ouvia-se já ao longe a chegada de Maria Amélia. No meio do stress do dia-a-dia, a diretora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) destaca-se pela boa disposição que traz consigo. A vencedora do prémio “Dona Antónia Adelaide Ferreira”, um galardão que distingue figuras femininas portuguesas pelas capacidades de empreendedorismo, senta-se à mesa e faz sobressair a paixão que possui não só pela educação médica, mas sim, por tudo o que faz e fez no seu percurso de vida.

JUP: Porque é que optou por uma carreira na educação médica e não por uma carreira como profissional clínica numa unidade hospitalar?

Maria Amélia Ferreira: Isto tem muito a ver com o contexto de há 40 anos atrás, quando acabei o curso de medicina, em que as oportunidades para se fazer investigação e se fazer uma carreira académica eram muito diferentes daquilo que é hoje. Atualmente, fazer um doutoramento é uma prova técnica como existem outras provas técnicas, ter uma bolsa para ir para o estrangeiro é uma coisa que está no mundo real de cada um de vocês (estudantes). No passado, era muito diferente quando se pensava, por exemplo, numa carreira de investigação, em que a dedicação que era preciso dar a isso era muito time-consuming. Nesse sentido, quando eu acabei o curso, já estava a ensinar Anatomia, já estava a trabalhar numa equipa de investigação, e portanto, as perspetivas que tinha de poder fazer um doutoramento a curto prazo eram muito positivas. O que não era, na altura, compatível com uma frequência a tempo inteiro de uma especialidade. O que não é agora, de todo, a situação. E muito bem, porque o país precisa de médicos. Precisamos de bons médicos, e apesar de toda a necessidade que há de haver investigadores e pessoas que se dediquem à carreira académica, não é para isso que é feito o curso de medicina. Embora se dê essa oportunidade.

“O curso de medicina não foi feito para a carreira académica, embora se dê essa oportunidade”

Eu nessa altura acabei por ter que optar: ou fazia um doutoramento rapidamente e podia até ir fazer uma especialização/pós-doutoramento para fora, ou fazia uma especialidade. Também provinha de uma família da qual fui a primeira pessoa a ir para a universidade. Estes desafios eram algo no qual não havia conhecimento sequer para poderem aconselhar. Juntando isso tudo ao facto de que no final do curso tive o meu filho acabei por criar família muito cedo… e acho que é uma boa medida. Tudo isso junto fez com que eu tivesse optado pela carreira académica e fazer um doutoramento: doutorei-me na área das neurociências, logo de seguida consegui uma bolsa, para ir três anos para a Holanda, onde acabei por fazer um pós-doutoramento, e depois estive mais um ano em Stanford, já depois de doutorada. Nessa altura, quando voltei, acabei por ainda frequentar uma especialidade, que era uma coisa que se podia fazer na altura, ao abrigo da Ordem dos Médicos. Fiz dois anos de neurologia, porque tinha trabalhado no início da minha carreira de investigação em neuropatologia e biópsias cerebrais. Não havia Tomografia Axial Computorizada (TAC), nem havia ressonância. Para fazer o diagnóstico das demências era por biópsia cerebral e cheguei a trabalhar em córtex cerebral humano. Se me perguntarem se me arrependo de alguma coisa da minha vida em termos de opções profissionais, foi o facto de não ter acabado a especialidade. É a única coisa que me lembro que acabei por não fazer e que agora teria feito. De resto, correu bem. É uma sorte que vocês jovens já não podem dizer que têm, porque nós, na altura, tínhamos uma carreira: tínhamos a certeza que se enveredássemos por essa carreira podíamos chegar a professor associado, de seguida abria uma vaga. Foi assim que cheguei a professora catedrática muito nova. Foram uma série de circunstâncias que fizeram com que as coisas corressem bem numa área que, a partir de certa altura, comecei a diferenciar da investigação para a educação médica.

“A partir de certa altura, comecei a diferenciar da investigação para a educação médica”

Foto: Alexandra Oliveira

Foto: Alexandra Oliveira

À volta de 1995, surgiu a oportunidade de poder fazer uma formação pós-graduada de educação médica, entre a Faculdade de Medicina de Lisboa e a Universidade de Cardiff, e eu já doutorada e professora catedrática fiz uma pós-graduação e um mestrado em educação médica. A partir daí, o desafio foi começar a tentar aplicar os padrões de qualidade do ensino e a qualidade de ensino na medicina à formação dos jovens estudantes de medicina. Na altura montei aqui o centro da educação médica, um gabinete de apoio ao estudante, e entramos na avaliação qualitativa dos cursos e as coisas foram seguindo até ter feito a proposta de reforma curricular. Nesta altura, o meu objetivo é, fundamentalmente, criar aqui uma escola de excelência de formação de médicos e de formação de especialistas nas suas diferentes áreas. Foi esta a história. Como em tudo na vida, não tomamos decisões com base apenas naquilo que se gosta. Tem que se tomar opções o mais fundamentadas possível, muitas delas condicionadas pelas vidas familiares, pelas vidas pessoais, que também são absolutamente cruciais.

“Como em tudo na vida, não tomamos decisões com base apenas naquilo que se gosta”

Como tinha boas notas e como já tinha alguma experiência porque tinha um avô que trabalhava no hospital militar, vim para medicina e correu bem. Esta coisa das vocações é algo que se modula muito. Não é desgraça nenhuma as pessoas não poderem ir para aquilo que acham que vai ser a vida delas. Neste momento, acho é que os jovens são muito mais bem informados, têm um potencial muitíssimo maior de escolha, e de escolha informada, têm muito mais oportunidades, e às vezes não as aproveitam. É aí que eu acho que as coisas às vezes falham, mas o mundo mudou muito. Eu assumo que mudou para melhor. Essa diferença do mundo, às vezes torna muito difícil lidar com as gerações que nos vão chegando, porque as referências são completamente diferentes daquilo que eram, não há 40 anos, mas sim há cinco anos.

“As referências são completamente diferentes daquilo que eram, não há 40 anos, mas sim há cinco anos”

Agora estou a chegar aqui, vim ali de um curso à distância. Quem é que falava de cursos à distância? Já há em muitos lados. É um modo de ensinar e aprender que nós tivemos que assimilar, certo? Passei para a sala ao lado, estavam 30 estudantes com os auscultadores a olhar para um ecrã e a ouvir batimentos cardíacos. Estavam a aprender a auscultação cardíaca, em ambiente informático. Mas claramente que nós não podemos ter, para 20 alunos, 20 doentes com 20 patologias diferentes. Onde é que eu consigo arranjar doentes para eles poderem ouvir e poderem ter essa experiência? Tudo isto é muito novo para nós. É um grande desafio.

Faz um balanço positivo destes três anos como diretora da FMUP?

É um balanço positivo pela equipa com quem tenho estado a trabalhar, pelo corpo docente, pelo corpo não-docente e pelo corpo de estudantes. Acho que há aqui uma cultura que ganha muito e bebe muito de 192 anos da Faculdade de Medicina. Tem permitido que a faculdade se tenha mantido na liderança da educação médica a nível nacional, continue a ser escolhida pelos estudantes com melhores classificações, e isto porque, penso eu, cria, neste momento, uma posição de confiança para as famílias, para quem escolhe a faculdade. Posso dizer-vos que têm sido uns três anos sem monotonia. Muito dinâmicos, com a adaptação a situações novas, de tornar os problemas em soluções, conseguir montar uma reforma curricular num curso que, desde 1982, não tinha nenhuma reforma curricular, e qualquer reforma traduz mudança e a mudança é sempre muito difícil de conseguir aceitar, quer para o corpo docente, quer para os estudantes.

Foto: Alexandra Oliveira

Foto: Alexandra Oliveira

Como é ser consultora da Presidência da República?

Não tem sido complicado ser consultora. Penso que é um desafio extremamente interessante, por ser consultora de quem se é, com um presidente que é absolutamente imprevisível, de grande qualidade, de estímulo, que nos obriga a uma adaptação continuada de uma agenda feita para servir o povo português. E eu acho que, nesse aspeto, se alguma vez senti alguma desilusão, algum desgaste, rapidamente, pensando neste contexto, as coisas passam. Portanto eu acho que é um modo diferente de estar na vida. Isso, aliado àquilo que há quatro anos eu faço como Provedora de uma Santa Casa da Misericórdia, acaba por juntar a possibilidade de traduzir na prática aquilo que eu acho crucial, que é a articulação da tecnologia que nós necessitamos para o ensino do ser médico, com as humanidades que são necessárias introduzir no curso de medicina.

“Acho crucial a articulação da tecnologia que nós necessitamos para o ensino do ser médico com as humanidades que são necessárias introduzir no curso de medicina”

E isso permite-me, por exemplo, abrir aos estudantes de medicina uma área que dificilmente nós conseguimos disponibilizar como área formativa, que é a área da geriatria, nos lares dos idosos, uma área cada vez mais importante, a área materno-infantil, fundamentalmente das crianças da pediatria, porque muitas misericórdias têm muitos lares, têm muitas creches, cuidados continuados, cuidados paliativos, o aprender a lidar com o fim de vida, que é uma coisa que a todos nós nos custa a fazer, e aprender a dar banho a alguém que está dependente, aprender a cuidar alguém que está absolutamente limitado nas suas funções mais básicas. Tudo isso pode oferecer um contexto de aprendizagem que no norte do país está disperso. Isto tudo permite-nos ter uma intervenção muito mais completa naquilo que é a educação dos nossos jovens futuros médicos.

Tornar a medicina mais humana. É esse o seu legado?

Se conseguir fazer isso, acho que cumpri o meu papel e cumpri o papel de pagar também aquilo que a sociedade me tem dado. Acho que todos nós queremos ter médicos tecnicamente competentes, não tenho dúvidas. Mas todos nós precisamos de ter um médico que nos ouça, que fale connosco e que compreenda aquilo que nós, enquanto gente, precisamos. E esse aspeto é um aspeto que cada vez mais a formação médica está a identificar. Está a identificar porque se perdeu um pouco, e perdeu-se com as tecnologias. A reforma curricular introduziu uma unidade curricular que se chama “Humanidades em Medicina”, já desde o primeiro ano. Se nós conseguirmos que cheguem ao fim do curso a saber comunicar, a saber gerir informação (porque informação não falta) e a saber pensar, acho que já fazemos muito, fundamentalmente, porque quando chegam ao fim do curso têm que começar a aprender tudo outra vez.

“Todos nós precisamos de ter um médico que nos ouça”

Foto: Alexandra Oliveira

Foto: Alexandra Oliveira

Recebeu recentemente o Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira, um prémio destinado a distinguir figuras femininas portuguesas pelas características humanas e capacidades de empreendedorismo. Acha que hoje em dia o empreendedorismo é uma palavra de ordem?

Acho que é uma palavra de ordem, mas nem todos podemos ser empreendedores. Começa a haver algum fundamentalismo, e depois quem não é empreendedor fica muito infeliz.  Este prémio foi um prémio que eu relevo de muita importância, na medida em que reconhece fundamentalmente o legado que é deixado por uma mulher, que para além de ser altamente empreendedora naquilo que eram os seus  negócios, também não o deixou de ser do ponto de vista cultural, e do ponto de vista social, na medida em que foi ela que apoiou a criação do hospital de Lamego, do hospital da Régua, o Rivoli, porque queria vir assistir às óperas aqui ao Porto. Portanto, esse prémio teve um sabor muito bom para mim, porque acho que me identifico muito com a figura da Dona Antónia naquilo que ela representa como objetivo de vida e de modo que o conseguir.

Qual é o papel da mulher na sociedade, tendo em conta um tema atual como a desigualdade de género?

Sem sombra de dúvida que aquilo que nós temos que falar não é de mais nada senão a igualdade de oportunidades. Para isso, também é preciso que as mulheres assumam a sua quota-parte da responsabilidade. É preciso que a gente se sente à mesa e que dê cartas à mesa. Claramente que nos é difícil e é preciso demonstrar muito mais sendo mulher para se conseguir reconhecimento do que sendo homem. Claramente as mulheres têm um conjunto de tarefas que assumem e assumem muito bem, que lhes pode limitar de algum modo a ascensão do ponto de vista profissional. Todos nós já sabemos que cuidar de uma família, cuidar dos filhos, para ter uma carreira profissional, comparável com a maioria dos homens… não é comparável. Agora, acho que já há consciência disso, estamos no bom caminho, mas acho que as mulheres têm de sentar à mesa, para fazer aquilo que, de facto, é o seu direito de ser feito. E como dizia o Miguel Esteves Cardoso, “as mulheres do Norte deviam mandar neste país”. (risos) Mas, não é fácil. Não é impossível, mas não é fácil. Depois há também um certo número de tarefas e responsabilidades que nós, enquanto mulheres, não vamos abdicar, como é evidente. Não vamos abdicar delas, mas não podemos ser continuamente culpabilizadas por.

“É preciso demonstrar muito mais sendo mulher para se conseguir reconhecimento do que sendo homem”

Pelas tarefas que estão “automaticamente” estipuladas às mulheres?

Sim. Sem dúvida. Agora, é evidente que, quando se tem um trajeto profissional muito intenso, provavelmente não se tem o tempo que toda a gente tem, para andar com os filhos atrás, mas o tempo que se tem, tem que ser muito bem utilizado, e fundamentalmente, eu acho que isto para os jovens serve de exemplo. Não é fácil para as mulheres. Vejam que, por exemplo, os cursos de medicina: nós temos uma percentagem muito maior de mulheres, certo? Mas depois quantas é que ocupam lugares de relevo e de importância? Não são tantas como isso. Quantas chegam a professoras catedráticas? Não são tantas como isso. Quantas são líderes de institutos de investigação? Não são tantas como isso. Eu tenho oito departamentos académicos: quantas mulheres é que eu tenho a dirigir um departamento académico? Nenhuma. Mas tenho muitas mulheres assistentes na faculdade, tenho mulheres que são já também professoras catedráticas. Acho que gerações mais jovens nos vão ajudar a evoluir.

Mudar de paradigma?

Sim, não tenho dúvida. Nós temos aprendido muito com as gerações mais novas, é um mundo em mudança. Não é já um mundo em mudança, o mundo já mudou. É o que eu digo: a Faculdade de Medicina não forma médicos para o norte do país ou para Portugal. Já está a formar médicos para o mundo. É por isso que quando oiço comentários sobre imigração médica… É evidente que o país precisa ter médicos e bons médicos, mas se nós conseguirmos ter as melhores pessoas para todo o mundo, porque não? Estas profissões, as vossas de jornalismo, as nossas, de médicos, já são profissões globais. Neste momento já não podemos estar presos a um contexto regionalista, embora também acho que o Porto devia ser a capital do país. (risos) Já para não falar no Futebol Clube do Porto. Portanto, sou portista mesmo, portuense mesmo, e sou FMUP mesmo!

Foto: Alexandra Oliveira

Foto: Alexandra Oliveira

O seu antecessor, o doutor Agostinho Marques afirmou na saída que tinha esgotado suas ideias. “É preciso uma equipa que ainda não sabe que não consegue, porque é preciso fantasia e apoio, e eles esgotam-se”, afirmou. Já esgotou a sua fantasia e apoio?

Está a brincar comigo? (risos) Não, de maneira nenhuma, porque, para já, nem esgotei a minha fantasia na minha vida, muito menos na minha vida profissional. Depois, tenho gente, entre docentes e entre estudantes, que são pessoas extremamente criativas, extremamente focadas no desenvolvimento da medicina. Ainda há muito para fazer e uma fantasia realística é aquilo que eu acho que temos que desenvolver. Disse-vos no início que isto não é um lugar de monotonia e eu acho que isso é uma felicidade, uma pessoa poder estar no lugar onde, todos os dias tem desafios diferentes, onde lida com os recursos humanos, com os pagamentos das verbas, com a marcação de entrevistas, com a abertura de um curso… No entanto, tudo isso tem que ser assumido, de facto, com uma postura de abertura para o desenvolvimento em qualidade daquilo que se faz. Não, ainda vão faltar muitos anos para deixar de ter ideias. E quando deixar de ser diretora, irei continuar. Se sobreviver à Faculdade de Medicina do Porto, hei-de continuar. (risos) Isto é, exatamente, aquilo que vos disse: o facto de estar num contexto de gente que é motivada, de alta qualidade em termos de investigação, em termos de cultura, em termos de prestação de serviços de saúde, o desafio que é ensinar os nossos estudantes. Sai gente muito motivada, e às vezes tão motivada que até saí de medicina para ir para outras áreas, e a medicina também dá uma perspetiva muito grande, é um mundo com uma banda larga muito grande.

“Temos de desenvolver uma fantasia realística”

Tenho um risco grande, sabem o que é? É que nós, todos os anos, estando a receber os jovens que aqui entram, não achamos que estamos a envelhecer. E estamos. Isto para nós é muito bom. Isto acontece-nos. E não sou a primeira pessoa a dizer isso. Vivendo com a gente nova, nós conseguimos. Agora, é preciso ser muito tolerante, é preciso de saber ouvir, é preciso de saber acatar as novas ideias. No entanto, é preciso outra coisa: a gestão destas instituições não se faz só dentro da instituição. É preciso sair, é preciso ganhar mundo, percebem? Eu acho que nós temos obrigação, junto aos docentes e junto aos estudantes. Vocês têm que ter mundo, têm que conhecer o que de melhor se faz e ter a perspetiva de trabalhar sempre com gente que possa ser melhor do que vocês, porque temos a certeza que estamos a fazer as coisas bem. A melhor maneira de nós conseguirmos fazer o nosso papel é ter gente que publique bons trabalhos, é ter gente que nos chateie todos os dias. Acho que o mais dramático é uma pessoa não se reunir do melhor que há. E pode cair nessa tentação, para se acomodar, para não ser questionada. Às vezes é dramático, para quem vive connosco. Como diz o meu filho “quando olhas para alguém, dás logo trabalho”. (risos) Passar esta mensagem aos filhos, aos estudantes, que isto se consegue quando uma pessoa gosto daquilo que faz.

São estas as suas chaves para o sucesso?

Não tenha dúvida. Exigência de qualidade. Isto tudo pautado por uma exigência muito grande de querer sempre o melhor. Ser exigente não só connosco próprios, mas também com os outros. Porque é muito fácil uma pessoa, a partir de certa altura, acomodar-se. É muito fácil, mas não é para isso que estamos aqui.

“Vocês têm que ter mundo”