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Cultura

UM MAR DE PESSOA NO TNSJ

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A peça “Ode Marítima” inicia-se com um homem que presencia um porto e embarca numa viagem pelo mar. Esta navegação acaba por se tornar numa viagem sobre si mesmo – uma introspeção cada vez mais profunda.

O monólogo de Diogo Infante faz um percurso intimista, elevando o poema “Ode Marítima” a vários momentos que enfatizam a vida no mar, nomeadamente, através da expressão “Ahoy, ahoy”, que o ator profere inúmeras vezes ao longo da peça. De forma dramática e bastante pessoal, o ator imprime as emoções expressas pelo “eu” poético pessoano.

O cenário, preenchido com cordas navais, é explorado pelo ator ao longo de toda a peça. O facto de ser simples permite a concentração plena na representação em si. O ecrã de fundo, por sua vez, muda consoante o tom do monólogo e as referências no poema.

João Gil, que se estreou com esta peça no teatro, acompanha-a com uma vasta partitura musical, criando uma harmonia perfeita entre a representação e a música.

A peça “Ode Marítima”, uma coprodução do Teatro Municipal São Luiz, tem sido requisitada por um público jovem, que encontra no monólogo de Diogo Infante a representação perfeita dos poemas de Álvaro de Campos, aliada à melodiosa música de João Gil, que se coaduna de forma peculiar com a peça teatral.