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Cultura

FAÇA CHUVA OU FAÇA SOL: COURA É SEMPRE COURA

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A noite foi chuvosa e molhou aqueles que se deixaram ficar para o after hours de dia 18. A manhã
nasce fria e com alguma chuva, boa para os campistas dormirem um pouco mais no conforto da
penumbra e da ausência do sol. A meteorologia poderia assustar os mais inexperientes, mas
quem já leva anos de Paredes de Coura sabe que ela vai e vem como a corrente do rio, e nada
teme. Assim foi, o sol voltou a reinar e os campistas puderam ainda aproveitar o rio mais uma
tarde. A poesia do Palco Jazz ecoou pelas margens novamente.

18h30 e Kevin Morby faz as honras do palco Vodafone, enquanto os First Breath After Coma já
dão acordes certeiros no palco Vodafone FM. A esse mesmo palco sobem, de seguida, Sean Riley
& The Slowriders. Os portugueses de Coimbra enchem o espaço com o seu folk rock e cativam os
festivaleiros que vão chegando ao recinto. Os americanos Crocodiles dão cartas com o seu autoproclamado salsa-punk no palco principal e antecipa-se o espectáculo que tantos trouxe hoje ao
festival: os gigantes King Gizzard & The Lizard Wizard. Aos primeiros toques na guitarra sentimo-nos
como que transportados para uns anos 60 modernos, mas sabemos estar perante uma banda
do agora, bem presente. As duas baterias em palco encontram-se sincronizadas ao limite, dando
quase sensação de ver a dobrar – tudo está em sintonia numa sinfonia de garage rock
psicadélico repleto de garra. Reis, efetivamente, dando o mote para uma noite em que ninguém
conseguiu ficar quieto – muito moche e muito crowdsurf, à moda de Coura nos últimos anos.

Depois do furacão King Gizzard, tempo para descansar com a doce voz de Jacco Gardner. Artista
bem querido pelo público português, trouxe ao Palco Vodafone FM um belo momento de pureza
musical.

O que é que se esperava dos Vaccines? Tudo. A banda de indie Rock britancio sobe ao Palco
Vodafone em todo o seu esplendor e não deixa ninguém indiferente. A sua música dá para rir e
chorar, abraçar os amigos mais próximos ou saltar até não aguentar, e Coura entrou em sintonia
com a voz de Justin Hayward-Young e os seus companheiros. E se o ultimo álbum “English
Graffiti” foi o protagonista, houve tempo para passar por êxitos de “What Did you Expect From The
Vaccines” e “Come of Age” como a aclamada “Post Break-up Sex”, “If You Wanna” ou “Wetsuit”,
cantada em uníssono pela audiência do habitat natural da música.

As pernas já davam sinais de cansaço, mas sabiam que tinham que aguentar para o ultimo
concerto da noite. Coura não esqueceu a passagem de Cage The Elephant na edição de 2014, e
ao que parece a banda também guardou Coura no coração. Num concerto estonteante e de uma
incrível interacção com o público, a banda de Matt Shultz provou novamente serem reis e
senhores do palco que voltam a pisar. Para Brad Shultz, guitarrista, Paredes de Coura é o melhor
festival do mundo. Para Paredes de Coura, o festival, Cage The Elephant são não só uma
memória bem guardada como um doce prolongamento do sonho. O filho pródigo sempre a casa
retorna.

A festa continuou noite dentro com o After Hours, primeiro às mãos e criatividade explosiva de
Moullinex e de seguida com The Vaccines, desta vez em formato dj set.