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Cultura

MARÉS VIVAS: SCORPIONS ELETRIFICAM GAIA

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As expectativas para o segundo dia do festival eram altas. Com os bilhetes esgotados há semanas, esperava-se uma afluência de pessoas superior à do dia de arranque, sexta-feira. De facto, não foram só os termómetros que subiram, mas também o número de pessoas que passaram pelo recinto.

No momento em que o Mundo Segundo subiu ao palco Santa Casa, nem um minuto a mais nem a menos de hora marcada (18:35), uma evidente legião de fãs ocupava as primeiras filas, ansiosos que o espectáculo começasse. Palmas e braços no ar foram uma constante durante o concerto do artista natural de Gaia. Por esse mesmo motivo, a canção “Margens do Douro” não podia ter sido excluída do alinhamento. “Sou do Tempo” e “Tudo o que Tenho” foram também alguns dos temas interpretados pelo último artista do dia a tocar no palco Santa Casa.

E se a atividade nesse palco cessara antes do sol se pôr, faltavam ainda, no palco vizinho, grandes nomes do humor nacional se apresentarem. Efetivamente, no palco RTP Comédia, o dia estava ainda longe de terminar. Pedro Mata foi o primeiro do dia a apresentar-te para um público que, ainda que diversificado, aparentava inclinar-se para uma faixa etária já adulta. Várias foram as gargalhadas que o humorista arrancou da audiência que, sentada no chão de pernas cruzadas, se preparava para o início da noite. Seguiram-se-lhe Joana Santos e Pedro Neves. Este último, acompanhado por mais 3 jovens, fez rir o público com as suas canções – cantadas com o apoio de violas – e histórias de vida improváveis.

Não haviam ainda passados trinta minutos quando Neves se despediu, deixando o palco de vago para Ana Bola, a cabeça de cartaz do dia no palco dedicado ao humor. A conhecida atriz brindou os presentes com um monólogo inteligente e satírico, seguindo, durante toda a performance, uma linha temática: a velhice. Através de uma crítica aos atuais e recorrentes programas da televisão nacional, Ana Bola contagiou e divertiu todos os que a ouviam e à sua sátira mordaz. Servindo-se de alguns adereços, como uma barba postiça, uma bengala e até mesmo um boneco insuflável, a artista provou que é capaz de ser séria, sendo divertida.

Já no maior e mais atrativo palco do festival, o espectáculo começava mais cedo do que no dia anterior. Embora agendado para as 19:20, só dez minutos depois é que a banda portuguesa Amor Electro iniciou aquele que viria a ser um concerto extremamente interativo com a audiência. Tendo a canção “Adeus Tristeza” como ponto de partida, a vocalista Marisa Liz aproveitou todas as oportunidades para puxar pelo público que, com palmas, acompanhava o ritmo frenético das musicas que iam sendo tocadas. Não foi, porém, o suficiente para a cantora e, durante “Só é Fogo se Queimar”, esta conseguiu que o público cantasse o refrão, ora baixo, ora alto. Seguiu-se “Mar Salgado” e “Juntos Somos Mais Fortes”, que se demarcou pelo incentivo de Marisa para que todos os presentes dessem as mãos. Para terminar, e como não podia faltar, “A Máquina” soou e encantou.

Não muito depois dos Amor Electro terminarem entraram os Lukas Graham, banda com o mesmo nome do vocalista de 28 anos. Apesar de muitos não terem ficado para os ver (iniciando-se, por outro lado, uma caótica fila para a zona de restauração), a banda dinamarquesa preparou um espetáculo onde diversos instrumentos como o piano, o trompete, o trombone e o saxofone partilharam o protagonismo com a voz de Lukas Graham. Nem por isso a sua voz passou menos despercebida e, em “Better Than Yourself”, a união da sua voz com a melodia do piano brilharam. “Don’t Hurt Me This Way” e o grande sucesso “7 Years” fizeram também parte da setlist.

22:19. O momento mais esperado da noite. Scorpions apoderam-se do palco MEO e preparam-se para dar início a um dos espetáculos mais aguardados de toda a edição do festival. O recinto estava completamente lotado, tal como era previsto. Com cinco décadas de carreira, a banda alemã provou que não perdeu qualquer energia pelo caminho e brindou o público com uma performance eletrizante; público esse que se deixou contagiar pelo rock, retribuindo com entusiasmo e saltos durante a interpretação de temas como “Bad Boys Running Wild” ou “The Zoo”. Com perto de duas dezenas de álbuns já lançados, o grupo percorreu temas de diferentes álbuns, num espetáculo onde também a luz contribuiu para tornar o mesmo tão especial.

Para fechar a noite, os Scorpions cederam o lugar aos Expensive Soul, duo de Leça da Palmeira. Num concerto marcado por uma grande interação com o público, de braços no ar ou com as lanternas dos telemóveis ligadas, este acedeu a todos os pedidos da dupla. Entre os temas cantados estão “Que Saudade”, “13 Mulheres” e “Eletrificado”.

Quem entra no Marés Vivas sai, quase forçosamente, com os bolsos mais cheios. O recinto oferece inúmeras atividades que prometem entreter os festivaleiros antes, durante e após os concertos. T-shirts personalizadas, pulseiras, chapéus ou as habituais luvas azuis são alguns dos brindes que todos aqueles que frequentam este festival podem levar para casa. Findado mais um dia, este já esgotado desde o final de junho, não restam dúvidas de que o último, igualmente esgotado, será tão bom ou melhor que os anteriores.