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Cultura

THE ROLLING STONES: O ROCK ESTÁ VIVO

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Já passava das 23h45 – hora para que estava marcado o concerto dos The Rolling Stones, no Rock in Rio Lisboa – quando a banda britânica subiu ao palco para o delírio das 90 000 pessoas, que ontem marcavam presença no Parque da Bela Vista.

Foi com “Jumpin’ Jack Flash” que os veteranos do rock abriram um espetáculo que iria durar duas horas, e que prometia muitas surpresas. Não deixando os clássicos esquecidos, os The Rolling Stones reuniram uma plateia dos oito aos 80, com público de diferentes idades, mas sempre com a mesma agitação. Num português irrepreensível, Mick Jagger elogiou o “maravilhoso” público português depois de cantar “It’s Only Rock ‘n’ Roll (But I Like It)“, que os fãs cantaram de cor.

Depois de “Live with Me“, Mick Jagger anunciou a vinda de um convidado ao palco, com quem “já tinham atuado uma vez”. O público esperava que o cantor se estivesse a referir a Ana Moura, cuja vinda tinha sido “deixada em aberto”, pelo seu representante, que garantiu que tudo poderia acontecer.

A audiência esperava o (suposto) regresso da fadista portuguesa – já que tinham atuado em conjunto em 2007 -, mas foi nessa altura que o vocalista inglês surpreendeu a plateia ao chamar Bruce Springsteen ao palco, que, curiosamente, tinha atuado no Rock in Rio Lisboa, em 2012. Num primeiro momento, os fãs não acreditaram naquilo que tinham acabado de ouvir, mas é quando The Boss se mostra ao público, que todas as dúvidas desaparecem. É com “Tumbling Dice” que duas das maiores lendas da música mundial se juntam em palco para entreter as 90 000 pessoas que estavam ontem no Parque da Bela Vista.

Seguiu-se “Wild Horses“, uma das mais conhecidas baladas dos The Rolling Stones, que fez o público cantar o refrão em uníssono. Depois de “Doom and Gloom“, os britânicos apresentaram a segunda surpresa da noite, chamando ao palco Gary Clark Jr. (que tinha atuado anteriormente) para interpretar “Respectable“.

Uma muda de roupa depois (de apenas alguns elementos da banda), chegou a vez de “Honky Tonk Women“, com Mick Jagger a apresentar todos os músicos em palco no final da mesma e aproveitando, ainda, para criticar as escolhas de t-shirt e sapatos de Ronnie Wood – sempre, claro está, em português. É também nesta altura que o vocalista sai do palco e deixa Keith Richards interpretar as duas músicas seguintes: “You Got the Silver” e “Can’t Be Seen“, confirmando ao público que, também ele, é capaz de estar à altura de Mick Jagger.

Os grandes clássicos, além de distribuídos por toda a setlist, ficaram guardados para o fim: “Miss You“, “Gimme Shelter“, “Start Me Up“, “Sympathy for the Devil” e “Brown Sugar” abrilhantaram o final da noite, quando a energia dos Stones ainda não se tinha esgotado.

Foi com um “Boa noite” que Mick Jagger se despediu do público português, saindo do palco com a restante banda. A plateia queria mais, e foram muitos os que pediram que o grupo voltasse para o tradicional encore, o que acabou por acontecer com “You Can’t Always Get What You Want” – tema acompanhado pelo Coro Ricercare Ensemble, de Lisboa – e “(I Can’t Get No) Satisfaction”, que, uma vez mais, injetou a multidão com mais uma dose de adrenalina.

Depois de encabeçarem o único dia que esgotou a lotação do Parque da Bela Vista, a banda britânica parte agora para Zurique, onde esperam mais um concerto esgotado. 51 anos e alguns contratempos depois, os The Rolling Stones continuam a mostrar do que é que é feito o rock e a inspirar as gerações futuras, em concertos que prometem reviver o passado e celebrar o presente.