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Cultura

MEO MARÉS VIVAS: QUEREMOS ENCORES QUE VIVAM PARA SEMPRE

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Embora de géneros diferentes, todos os artistas do segundo dia tinham algo em comum: o entusiasmo – que partilhavam com o público – de poderem, dali a algumas horas, assistir ao grande concerto dos Ornatos Violeta.

O nevoeiro do primeiro dia foi substituído pelo sol que, embora acompanhado pelo vento frio característico do MEO Marés Vivas, trouxe com ele a energia desavergonhada de um público que, após o arranque, já se sentia em casa. O concerto de The Lazy Faithful, que tocaram temas bem conhecidos pelo público como “Easy Target” e “Itch” (esta última gravada com Manel Cruz), foi todo ele composto por boa música, e acompanhado de diversos cartazes e pessoal animado.

The Lazy Faithful. Fotografia: Gonçalo Sabença

The Lazy Faithful. Fotografia: Gonçalo Sabença

Já com o sol a sair, João Só entra cantando com convicção “o rock and roll não morreu / aqui estou eu”. Dito e feito: o concerto serviu precisamente para provar toda essa entrada. O tempo passou a voar, e o artista não deixou de passar por êxitos como “Sofia Por Ela Própria”, “Próxima Estação” e “Queres”, acabando a atuação com uma versão de “Amanhã de Manhã”.

João Só. Fotografia: Gonçalo Sabença

João Só. Fotografia: Gonçalo Sabença

E que melhor maneira de passar um aniversário do que a ouvir da plateia “Parabéns a Você”, cantado por inúmeras vozes? Carlão esteve de parabéns, cantando “Entretenimento”, “Na Margem”, “Os Tais”, entre outros êxitos. O fundador dos Da Weasel voltou à mesma chamada de atenção subtil com a música “#demasia”, lembrando a pertinência do dia anterior de Kappa Jotta. E quem é que não gosta de artistas que têm algo para dizer? Quase a terminar, incluiu o novo single “Bandida”, e referenciou uma música antiga, bastante conhecida, cantada em parceria com Manel Cruz. O público esperou por um convidado que nunca chegou, ficando sempre no ar a esperança de que este duo pudesse acontecer algumas horas mais tarde.

Já uma multidão se juntava para a meia-noite quando começou o concerto de Mando Diao, que, após os primeiros quinze minutos, despedem-se e saem para bastidores. Todos ficaram confusos, até que o comunicado de problemas técnicos surgiu. Passados uns minutos, a banda reaparece, senta-se na berma do palco, mesmo próximo do público, e continua o concerto em formato acústico. Em pleno festival, Mando Diao provaram que a simplicidade também pode ser especial. Fazer música é isso mesmo: haver alguém que toca e alguém que ouve. Os problemas foram resolvidos, a tempo de os Mando Diao terminarem o concerto e o público esperar ansiosamente os últimos vinte minutos até ao supramencionado deste festival MEO Marés Vivas.

“Um Crime À Minha Porta” começa a soar, e não havia uma pessoa no público que não cantasse em conjunto com Manel Cruz os melhores êxitos dos Ornatos Violeta durante a hora e meia que se seguiu. Carlão entrou para se juntar a Manel Cruz no tema “Casa (Vem Fazer de Conta)”, criando um déjà vu na plateia. Sendo naturais do Porto, este momento particular será recordado, pois não se poderá interpretar melhor “Casa” sem ser na nossa casa. Seguiu-se, segundo Manel Cruz (e quem somos nós para discordar?), a “música mais bonita que algum peixe compôs”, e os Ornatos continuariam o seu concerto com “Deixa Morrer”. “O.M.E.M” e “Capitão Romance” foram algumas das músicas que puderam ser cantadas em coro num concerto belíssimo para encerrar esta segunda noite de Marés Vivas. Os pedidos desesperados criaram um encore memorável de meia hora, terminando o concerto com temas bem familiares como “Como Afundar” e “Raquel”.

Fica o pedido que se prolongou pela noite: cantem encores infinitos para nós, Ornatos. Tal como Carlão diria, queremos Ornatos Violeta a “Viver pra Sempre”.

Artigo da autoria de Maria Pinto.