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Cultura

Out Liars: Indie Rock nascido em tempos de pandemia

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Apontando referências como Arctic Monkeys e The Black Keys, este projeto ainda recém-nascido já conta com um número de ouvintes na ordem dos quatro dígitos no YouTube. A participação no concurso de bandas da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia do Porto com um cover do tema “Alrighty Aphrodite” dos Peach Pit deu-lhes a primeira experiência ao vivo e a sede por mais.

Como é o que os Out Liars começaram?

Joana: Basicamente isto foi um bocado ao calhas. O Afonso tocava guitarra e o grupo de amigos juntava-se lá em casa. Depois nós fazíamos assim umas coisas que até eram engraçadas e soavam bem. Andávamos sempre a adiar fazer qualquer coisa mais séria, mas depois chegou ao dia em que nos empenhámos e decidimos fazer algo. Mas o Afonso explica melhor…

Afonso: É mais ou menos isso… Eu já tocava e há cerca de dois anos atrás eles começaram a vir tocar também. O Gonçalo na altura até começou por tocar bateria, nem sequer era baixo.

Joana: Também fazia falta. [risos]

Afonso: Por acaso nem me lembro porque é que começaste a tocar baixo outra vez, Gonçalo… Acho que fui tipo eu, que te mostrei alguma coisa, e tu foste ver…

Gonçalo: Sim, começou a aparecer nos recomendados o Davie504, colei bué no baixo na altura e fiquei.

Afonso: Na altura eu depois fiz uma lista de músicas que achava que eram fixes para ele aprender no baixo e depois partilhámos com a Joana, que sabíamos que cantava. Começámos a ver covers e no final do verão passado decidimos gravar uma música a sério aqui em minha casa.

Tens um home studio em casa então?

Afonso: Sim, mais ou menos. Agora já está melhorzinho, no início era um estúdio um bocado budget. Mas dá para gravar o que temos feito e é o que nos interessa.

A música com que vocês concorreram para o concurso de bandas da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia do Porto, “Alrighty Aphrodite”, era um cover. Desconhecia a banda e a música, pensei que fosse original.

Joana: Sim, é. Os Peach Pit são uma das minhas bandas favoritas. Eu sempre gostei daquela música. Nós temos estilos diferentes entre nós, sobretudo eu, fujo assim um bocado mais para o alternativo. Isto é uma junção. Nós gostamos todos de coisas bastante diferentes, mas eu mostrei-lhes e eles pensaram “Porque não?”. É uma cena que muita gente não conhece, traz algo de novo para a mesa talvez.

Afonso: Na altura tu até nos estavas a mandar músicas para nós vermos…

Joana: E vocês a rejeitar tudo! [risos]

Afonso: Pois, mas essa por acaso foi uma que nós gostámos bastante. Não podes dizer que rejeitámos tudo.

Que bandas vos influenciam mais? Como definem o vosso estilo?

Joana: Epá, eu gosto de tudo dos Peach Pit e o Afonso diz que aquilo é tudo igual. Essa da qual nós fizemos uma cover é das minhas músicas preferidas mesmo. Gosto bastante da Lana del Rey também, Black Keys também é muito bom.

Afonso: Depois também temos aquela cena que é Arctic Monkeys, que é uma coisa que eu não ouço muito regularmente, mas é algo que a Joana gosta e que eu consigo gostar também.

Vocês são apenas três e sem baterista. Como é que isso funciona?

Afonso: Sou eu que faço a bateria pelo computador. Pegamos em sons de baterias a sério que nós pretendemos a juntamos às nossas gravações. De vez em quando em coisas mais suaves fazemos nós mesmos, como os sons de shakers e sticks.

Têm planos futuros para o que pretendem lançar daqui para a frente?

Afonso: Em janeiro começámos eu e o Gonçalo a escrever uma versão nova da “Ain’t No Sunshine”, que ia ser a nossa próxima cover. Essa foi a primeira música em que reescrevemos praticamente todo o instrumental. Basicamente estamos a fazer uma música nova só que com a mesma letra, numa versão completamente diferente. Ao fazer isso, eu e o Gonçalo começámos também a ter ideias e começámos a escrever músicas originais. A partir daí começámos a escrever só músicas originais. Já temos uma data delas. Lançámos uma para o concurso da Fnac [Fnac Novos Talentos]. A nossa ideia é tentar fazer um EP no verão.

 E que estilo de músicas estão a compor?

Gonçalo: É um espetro alargado.

Joana: Sim, é um bocado. Acho que reflete as diferenças entre nós todos.

Afonso: A primeira música de todas que vamos lançar não tem nada a ver com nenhuma cover que nós fizemos, por exemplo. É assim mais Rockabilly ou Blues muito rápido. As nossas músicas todas, logo as que nós temos selecionadas para primeiras, são assim muita mistura. Acho que não temos três músicas do mesmo género. É tudo diferente. É interessante também porque eu e o Gonçalo escrevemos uma balada de Blues e mandámos à Joana e ela fez uma melodia completamente diferente do que é normal.

Estão a pensar em juntar um baterista à banda num futuro próximo?

Joana: Ainda não estávamos muito a pensar nisso. Somos três amigos e conhecemos mais ou menos as dinâmicas uns dos outros. Primeiro queremos construir um reportório para depois dar para encaixar alguém que se alinhasse connosco. O nosso medo é estar a atirar alguém para o bolo e depois dar porcaria. Mas precisamos de um, para não continuarem a dizer que o nosso baterista está no celeiro. [risos]

Gonçalo: Basicamente temos de esperar até ao verão e lançar o EP ou álbum, ainda temos de ver como é que vamos gerir isto, e depois vamos à caça.

Afonso: É como a Joana disse, nós temos que ter alguma coisa para mostrar. Isto é uma visão de nós os três. Então queremos alguém que goste, perceba a visão e encaixe. Tenho um amigo que já veio a minha casa tocar teclado comigo. Eu gosto imenso de tocar com ele. Já lhe falei que depois deste primeiro projeto que vamos fazer, o tal EP ou álbum, vamos-lhe mostrar para ele ver o que acha e ver se se identifica com a identidade da banda. Nós também queremos começar a expandir para fazer músicas mais ambiciosas. Mas um baterista seria melhor, primeiro…

Gonçalo: Um baterista é mesmo a prioridade máxima agora.

 Artigo da autoria de Daniel Diogo