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Cultura

PDC: NO PRIMEIRO DIA DE COURA, O ELEFANTE FEZ-NOS DANÇAR

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O festival Paredes de Coura vai, e sempre foi, para além da música. Os dias anteriores ao festival são sempre passados entre amigos e descritos como “um paraíso”. Este ano, o campismo abriu dia 15 e recebeu uma enchente de pessoas que aproveitaram os dias para relaxar: não faltaram mergulhos no rio Coura, banhos de sol e refeições de atum ou salsichas. As atuações deste primeiro dia, que são habitualmente o “aquecimento” do festival, ocorreram pela primeira vez no palco principal ao invés do secundário, pela crescente afluência com que o festival tem contado.

Ontem à noite, os primeiros pés a pisarem o palco foram os de Capicua, originalmente Ana Matos Fernandes, rapper, portuense de espírito e sotaque. A artista, que se autointitula “Maria Capaz”, na música de mesmo nome, procurou sempre puxar pelo público e lançou uma parte dele num abanar de ombros afetado e próprio do ritmo ouvido. Na setlist, encontraram-se, por exemplo, “Medo do Medo”, “Casa no Campo”, “Búzio” e, como não podia deixar de ser “Vayorken“. Na atuação de 40 minutos, o público, ainda timidamente sentado, foi sendo aquecido pela MC, que acabou o concerto com “Pedras da Calçada”, música que revela o espírito intervencionista da artista.

No entanto, foram os americanos Cage The Elephant que trouxeram o público a dois pés, percorrendo grande parte do seu último álbum Melophobia, que significa, servindo uma piada irónica da banda, fobia ou medo irracional de música. A bola de espelhos, que entrou um pouco antes da banda encabeçada por Matt Shultz, antecipou a dança que se ia fazer, no palco e fora dele. Numa setlist que alternou entre a calmaria de “Cigarette Daydreams” e a explosão de “Ain’t No Rest For The Wicked“, a banda emanou energia ao longo de toda atuação e alimentou-se da adoração do público. O vocalista, que foi ter com a primeira fila, fez crowdsurfing e dançou excentricamente, acabou a atuação em pé sobre o público que o elevou de boa vontade.

A vez de Janelle Monáe chegou um pouco depois. A artista entrou em palco num colete de forças e trouxe para o palco todo o seu universo de R&B: as backup singers de vestidos listrados a preto e branco e botas acima dos joelhos, o trompete e a percussão alinharam completamente no mundo de Monáe, que em palco assume uma personalidade alternativa: Cindi, uma android.

Por fim, o duo Public Service Broadcasting fechou o palco principal, numa atuação que fundiu bateria, banjo, guitarra e música eletrónica com sons retirados de amostras de filmes antigos e imagens de arquivo.

Cut Copy entraram em cena um pouco depois das 2:00, em DJ set, no palco alternativo, atuação que se estendeu pela noite dentro, fechando este primeiro dia de uma melting pot musical que se estenderá a todo o festival. A banda regressa dia 22, pelas 00:45, ao palco principal, para apresentar o seu último álbum, Free Your Mind.

Hoje, o festival banhado pelo rio Coura abre também o palco secundário. De entre os inúmeros artistas que irão atuar esta noite, Franz Ferdinand regressam, após 5 anos, para matar saudades do idílico Paredes de Coura.