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Cultura

PDC: FERDINAND INCENDEIAM NOITE FRIA DO FESTIVAL MAIS BONITO DO MUNDO

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No segundo dia do Festival Paredes de Coura, os concertos tiveram início no palco secundário com Fast Eddie Nelson, artista português que explodiu rock ‘n’ roll. A sua característica voz gutural alimentou um repertório não muito extenso, mas enérgico e até deu voz a uma versão bem rock de “Come Together” dos Beatles. Apenas uma hora depois, subia ao mesmo palco o trio australiano de eletrónica Panama que aqueceu o palco para Thurston Moore, ex-Sonic Youth. O mar de t-shirts do icónico Goo, álbum emblemático da banda, antevia a multidão que viria a concentrar-se no pequeno mas quente palco secundário. Thurston Moore emanou energia rock e alimentou saltos e sorrisos.

Entretanto, no palco principal, já Oso Leone havia apresentado a sua música, fusão de um rock melódico com eletrónica. A banda espanhola trouxe o introspetivo disco do ano passado, Mokragora.

Perto das 20:00 o sol já esmorecia e Seasick Steve, septuagenário dos blues, começava a deslumbrar a multidão que se sentava a seus pés e se estendia ao longo da colina. De nome original Steven Wold, o músico deu início a um encadeamento de concertos que deixariam o público deliciado. Os blues de Seasick Steve arrancaram uivos da multidão mas não tantos como quando ele apelidou o festival como “o mais bonito que vira”.

De seguida, um dos concertos mais aguardados deste segundo dia começava, mas nada fazia antever o que Mac DeMarco traria ao palco: uma atuação que provavelmente será uma das mais intimistas desta edição do festival. O rapaz do boné e dos crooked teeth começou com “Salad Days” e não esqueceu “Brother“, “Let My Baby Stay” e, claro,”Ode to Viceroy“. Aproximando-se do final do concerto, DeMarco ofereceu um momento de Bob Marley ao público, convidando uma rapariga a acompanha-lo em “Jammin’“, mas no final do concerto, já uma dezena de pessoas estavam em palco para ajudá-lo a terminar o concerto. Mac DeMarco, no seu ar de miúdo espertalhão agarrado à guitarra, deixou a multidão com um grande sorriso. Ao mesmo tempo, no palco secundário, o rock dos californianos Thee Oh Sees levava muita gente à loucura.

Chvrches enfrentaram entretanto o anfiteatro natural do palco principal e acarinharam a multidão com o seu pop rock com sabor a pastilha elástica. O trio escocês, munido de sintetizadores, de samplers e da voz pueril de Lauren Mayberry, apresentou o seu primeiro e único álbum, The Bones of What You Believe. A batida que se fez sentir em toda a multidão foi acompanhada por um jogo de luzes que percorreu todas as cores, tal como o arco-irís que é a própria música da banda e Mayberry, de lantejoulas douradas debaixo do olho direito, conquistou o público com a sua timidez e voz aguda.

Finalmente, chegou a vez dos cabeça de cartaz, os também escoceses Franz Ferdinand, subirem ao palco. O grupo, que tinha atuado na edição de 2009 do festival, espevitou corpos e almas e percorreu as novas canções, mas não esqueceu os seus clássicos que provocaram a loucura da multidão, entre eles: “Do You Want To“, “Tell Her Tonight“, “Take Me Out” e “Jacqueline”. Franz Ferdinand, veteranos de palco, nunca deixam de dar um verdadeiro espetáculo, quer seja pelo aguardado solo conjunto de bateria ou pela excentricidade de Alex Kapranos, vocalista e guitarrista da banda. Numa setlist que deixou muito pouco de fora, o público cedeu à loucura do frenesim musical, espremendo suor do corpo a corpo que acontecia, onde se acenderam very-lights, engenhos de fumo colorido, e onde se comeu muitíssimo pó. O quarteto escocês finalizou o encore com “This Fire” e deixou logo saudades ao público.

O palco secundário seguiu noite dentro com White Haus, projeto de João Vieira dos X-Wife, e com Ivan Smagghe, DJ e jornalista musical francês, que não deixaram esquecer o fogo que Franz Ferdinand atiçaram.

Hoje, a noite conta com muita música: o rock dos Black Lips, o punk dos Perfect  Pussy, a eletrónica brilhante dos Cut Copy e, como não podia deixar de ser, um DJ set que se estende noite dentro – assim, ninguém vai parar de dançar.