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Cultura

FANTASPORTO (DIA 5)

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No dia 5 de Março o grande auditório do Rivoli abriu as portas a cinco filmes estrangeiros, dois deles os grandes vencedores desta edição do Fantasporto.

Começou por expôr o filme grego “The Eternal Return of Antonis Paraskevas” de Elina Psykou. Seleccionado pelo festival de Toronto e vencedor de inúmeros prémios do cinema grego, a obra cinematográfica conta a história de um jornalista que desapareceu inesperadamente. Desaparecimento que não passaria de uma estratégia, caso tudo tivesse corrido tudo como previsto.

Seguiu-se “LFO” de Antonio Tublen, produzido por Alexander Brøndsted e Fredric Ollerstam. Tublen apresenta um tipo muito de horror diferente do habitual, um horror que reside na mente. A malícia, a sagacidade e a desordem do filme contribuem para uma atmosfera negra, mas cómica, criando um ambiente onde, literalmente, vale tudo.

É uma comédia negra dramática com contornos de ficção científica sobre um homem que descobre que pode hipnotizar através da manipulação do som. Começa a experimentar com os seus vizinhos, mas, rapidamente, torna-se abusivo e cruel ao ponto de as suas acções terem graves consequências para a humanidade.

Perdido nas suas experiências com frequências áudio, à partida inofensivas, tem um sucesso inesperado, encontrando uma frequência que abre a mente humana à hipnose. Imerso na sua solidão, Robert procura fazer amigos – ou talvez mais – manipulando o comum mortal, nomeadamente, o casal vizinho Linn (Johanna Tschig) e Simon (Per Löfberg).

As ambições de Robert ultrapassam as paredes da sua casa quando a excitação inicial sobre a descoberta científica rapidamente dá lugar a maliciosos instintos. Simultaneamente, Robert demonstra uma extraordinária capacidade de controlar os outros mas apresentava uma grande dificuldade em se controlar.

O argumento de Tublen introduz uma nova onda de ficção científica indie, aliada ao humor negro, que fez sucesso no circuito de festivais internacionais e que provou que não são necessários grandes orçamentos para dar vida a grandes ideias, desde que haja um bom argumento e uma boa dose de talento.

Patrik Karlson, Johanna Tschig e Per Löfberg fazem um trabalho excecional, mudando suavemente de uma postura dramática e traumática para a enigmática, simplesmente através de movimentos faciais subtis. Tublen maximizou o potencial do espaço e das situações, sem recorrer a floreios visuais, o que permite a aproximação do público à trama, num duelo entre o intelecto e a emoção.

Já ao fim da tarde, foi exposto “Chimères” de Olivier Beguin. Protagonizado por Jasna Kohoutova (Livia), Yannick Rosset (Alex) e Catriona MacColl (Michelle), o filme suíço conta a história arrebatadora de um homem que depois de sofrer uma transfusão de sangue contaminado, se começa a tornar num vampiro. A nova condição de Alex tornou a sua relação com Livia impossível, de arrepiar.

“Chiméres” é a primeira longa-metragem do director suíço, que anteriormente se tinha dedicado a curtas, principalmente de drama. Fez sucesso em 2013. Foi premiado no festival suíço NIFFF, em Neuchâtel, assim como no festival americano Screamfest, onde foi o vencedor do prémio de melhor longa-metragem. No Festival Internacional de Cinema da Catalunha também não passou despercebido, tendo sido nomeado para o “Official Fantàstic Panorama Selection”.

No Fantasporto recebeu o prémio especial do júri na secção de Cinema Fantástico.

“The Strange Colours of your Body’s Tears” de Hélène Cattet e BrunoForzani, realizado entre a França, o Luxemburgo e a Suíça, encheu praticamente toda a sala do Grande Auditório. Porém, o filme que fora nomeado para 3 festivais – Ghent International Film Festival , Locarno International Film Festival , Sitges – Catalonian International Film Festival, pareceu não agradar por completo o público do Fantasporto.
A longa-metragem conta a história de Dan, um homem que depois de fazer uma viagem em trabalho, regressa a casa e não encontra a mulher.

Desesperado pelo desaparecimento de Edwige, faz de tudo para a encontrar. Entretanto, ao investigar a ausência da esposa, descobre o quão estranhas e misteriosas são as pessoas que vivem no seu prédio. Serão eles os responsáveis pela sua fuga? Será que foi ela que quis desaparecer? Será que ela morreu? São questões que permanecem sempre na cabeça de Dan.

Para encerrar a noite, eis o grande vencedor do Festival Portuense – “Miss Zombie”. Filme japonês, de Hiroyuki Tanaka, foi reconhecido com o grande prémio para Melhor obra do Fantasporto de 2014.

Tinha já sido eleito Melhor Filme no Gérardmer Film Festival, e tinha também sido nomeado para o prémio “Noves Visions Experimenta Award” pelo Sitges – Catalonian International Film Festival.

“Miss Zombie” é invadido pelo humor negro e fala de um Japão do futuro, onde os zombies tanto são animais de estimação como empregados domésticos.