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Educação

CURSOS PROFISSIONAIS: EXAMES PODEM DEIXAR DE CONTAR PARA MÉDIA DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

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Em declarações ao PÚBLICO, José Eduardo Lemos, presidente do Conselho das Escolas (CE), afirma que a previsão é a de que os alunos do ensino profissional e artístico façam somente o exame correspondente à prova de ingresso. No entanto, esse exame não vai contar para a média final do ensino secundário. 

O CE acredita que com esta medida “estarão criadas condições de manifesta desigualdade de oportunidades no acesso ao ensino superior”

Já o Ministério da Educação (ME) “não confirma, nem comenta”, por esta ser “uma proposta ainda protegida por confidencialidade”.

O JUP foi à procura de opiniões junto da comunidade escolar. As opiniões divergem, mas o foco mantém-se. O antes e o depois da aprovação da lei são os pontos de análise.

Injustiça face aos alunos que já enveredaram em condições anteriores

Ana Maia  frequentava um curso profissional no Instituto Nun’Alvres (INA) e entrou no ensino superior no passado ano letivo. A estudante afirma que a lei implementada é uma medida injusta.  A aprendiz suporta a tese vinculando que apresentou um empenho notável para entrar na universidade e que o facilitar da entrada dos próximos alunos que concluam os estudos em vertente profissional, coloca os antigos discentes em desvantagem.

“É injusto para todos os alunos que saíram do ensino profissional e que, efetivamente, se esforçaram para entrar na faculdade que queriam”

A estudante conta-nos também que teve necessidade de apoio complementar depois das aulas e que o resultado dos exames fizeram a sua média final descer três valores. Se entrasse agora, as contas de Ana seriam outras e o leque de cursos a que se poderia candidatar seria mais vasto.

(Des)Igualdade estabelecida

Sara Silva, que frequenta uma escola profissional em Santo Tirso, acredita que esta medida é vantajosa pois num curso profissional não lecionam a totalidade da matéria que irá ser avaliada em exame. Segundo a discente, este facto acaba por ser prejudicial. Adicionalmente, comenta  que a existência de uma carga horária superior ao ensino regular é outro dos fatores penalizadores do ensino profissional.  Para a estudante, esta lei traz uma “brisa de ar fresco” às desvantagens existentes e estabelece alguma igualdade entre as tipologias de ensino secundário.

Raquel Fangueiro, que ainda frequenta o INA, é da mesma opinião que Sara. A aluna acrescenta que os exames “continuam a ser importantes” porque só se podem candidatar ao ensino superior se tiverem “o valor mínimo exigido nos exames”.

Possível subida de inscrições em cursos profissionais

Todas as raparigas concordam em duas coisas: que os exames descem a média final e que esta alteração vai fazer com que uma maior quantidade da comunidade escolar se candidate ao ensino superior. Ana Maia corrobora esta ideia concluindo que

“esta medida vai levar a que uma maior quantidade de alunos se inscrevam em cursos profissionais, porque é uma via muito mais facilitada do que o ensino regular”