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Opinião

Buuuu: você precisa sentir medo

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Imagem: "O Grito" de Edvard Munch

Arrepio na espinha, calafrios e até ranger de dentes. Você já sentiu medo de alguma coisa que não podia controlar? Claro que sim! A ciência explica que o medo é uma reação fisiológica inerente ao humano. Mas, afinal, por que precisa sentir medo?

Doces ou travessuras. Dia 31 de outubro é comemorado o halloween, data em que se festeja o “medo” na cultura americana – e em todo o mundo. Por isso decidi trazer um conteúdo exploratório onde a gente possa saber um tanto mais sobre as nossas predisposições ao medo. Terror, horror e suspense. Você já se perguntou por que gostamos de reviver situações de medo?

Nas aulas de ciências, os professores ensinam que foram sentimentos como o medo, ansiedade e o estresse que ajudaram diretamente o homem a evitar os grandes perigos pré-históricos e assim amparando toda a humanidade. Evolutivamente importantes, tais reações fisiológicas aumentam a eficiência do organismo, deixando o corpo em alerta para o combate.

Assim que o cérebro percebe uma ameaça, um sistema chamado circuito do medo entra em ação e gera reações físicas para que todo o organismo se ponha em modo “atenção” e possa lidar com a situação em questão.

A explicação de Sigmund Freud para este fenómeno é que o indivíduo necessita dessas narrativas apavorantes para estabelecer o seu psiquismo. Segundo o pai da psicanálise, situações assustadoras e universos disformes, partem do mundo interno e primitivo de qualquer um, e vão assumindo forma com as imagens dos sonhos ruins e das histórias assombrosas.

Na teoria psicanalítica, as narrativas oníricas tiram o medo que está dentro do ser humano, projetando para fora os objetos por meio da condensação que se reveste no pavor. Para Freud, lidar com o medo a partir dele mesmo é um mecanismo de combate e defesa das questões do inconsciente.

Entretanto, é importante lembrar que o medo é um sentimento comum ao humano, mas a fobia é algo que atravessa esse sentimento natural, tornando-se uma barreira e adoecendo a mente. Isso significa dizer que a fobia termina condicionando o indivíduo, a inutilização e a paralisação quando se torna uma condição.

O ideal é procurar apoio psicológico sempre que sentir que o medo está te trabalhando em atividades simples. Mas já que estamos aqui, vamos saber mais sobre algumas fobias.

Fobias: a crise do medo excessivo

Todo mundo conhece alguém que tem medo de alguma coisa. Medo de altura, medo de animais, de palhaços, ou até mesmo medo de executar alguma atividade do dia a dia. As fobias são reações fisiológicas caracterizadas por sintomas físicos que inibem o indivíduo. É um tipo medo ou aversão extrema e irracional de algo.

Quem desenvolve essa doença provavelmente tem uma sensação de pavor ou pânico ao se deparar com uma situação ou objeto específico. A condição prejudica tanto o físico, como o psicológico de uma pessoa, porque a pessoa se torna incapaz de enfrentar situações diárias ligadas a esse medo. As fobias estão classificadas em fobias especificas e fobia social.

As fobias específicas

Estas estão categorizadas em cinco tipos: de animais (cães, cobras, aranhas, insetos); de eventos naturais (relâmpagos, tempestades, água); de injeção ou situações que envolvam sangue; situacionais (aviões, elevadores, direção, locais fechados); e outras — como evitar situações que podem levar a um engasgo, vômito ou contrair um vírus/doença.

Sintomas físicos: ao se deparar com a situação que causa fobia, a pessoa pode sentir o coração acelerado, dificuldade para respirar, tremores, suor excessivo, náuseas, boca seca e aperto ou dor no peito.

Sintomas emocionais: ansiedade ou medo, sentimento de impotência para superar ou receio em perder o controle.

Como tratar: geralmente é indicado a psicoterapia cognitiva comportamental, em que pode ser aplicada uma técnica chamada exposição e prevenção de respostas. Em casos mais graves, o paciente também pode usar medicação.

Fobia Social

Para pessoas com fobia social, atuar em público causa uma ansiedade intensa. Isso acontece em situações quotidianas que envolvem interação social, pois quem tem esse tipo de fobia tende a temer julgamento, critica ou alguma possibilidade de ser ridicularizado

Sintomas físicos: transpiração excessiva, tremores, gagueira, náusea ou diarreia (ocorrem quando a pessoa se depara com a situação).

Sintomas emocionais: ansiedade, angústia, preocupação excessiva por acreditarem que poderão fazer ou falar coisas erradas, chegando constantemente a evitar situações quotidianas por temer agir de forma humilhante ou constrangedora.

Como tratar fobias sociais?

Acompanhamento psicológico é o tratamento mais utilizado, mas é muito importante que se leve em consideração o contexto em que o indivíduo se encontra inserido. A fobia desenvolvida pode refletir a uma situação isolada, e até mesmo se tratar de um sintoma pós-traumático que foge do comum.

Como disse, sentir medo é uma coisa muito comum, mas é preciso estar atento para perceber quando esse medo excessivo na verdade pode ser uma patologia. Procurar ajuda psicológica é sempre o mais indicado e não há mal nenhum nisso.

Artigo da autoria de Ícaro Machado

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