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Artigo de Opinião

MATAMO-NOS!

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Somos devotos de uma vida estúpida, por isso a incerteza não pode dominar a nossa vida. Como ação para possibilitar a saída dos meandros da dúvida, juntamo-nos em forma de “grupo”, não porque pretendemos união, mas sim porque somos egoístas e queremos o bem-estar pessoal e reduzir a tão horrível incerteza. Um dos maiores exemplos disto é a famosa e suicida religião.

Somos ignorantes ao ponto de mentirmos a nós próprios. Inocentes “corticalmente”, afirmamos que estamos na religião para praticar o bem e tornar a vida dos outros melhor. A verdade é que nos juntamos a uma religião, porque inconscientemente temos medo que o diabo nos engula a alma. Esquecemo-nos que nós somos os diabos de nós próprios e vamos habituando o espírito a uma loucura rotineira sem fim, que nos torna a alma depressiva e sem vontade de viver para realmente ajudar o mundo.

Uma religião é uma forma de conseguirmos viver numa comunidade com regras, medo e poder. Como imperfeitos que somos, temos receio de pensar por nós próprios e deixar de ser cegos, ao ponto de conseguirmos realmente saber o que é uma religião e para que é que ela serve.

No outro dia, ouvia um sermão feito por um padre e olhava para aqueles leigos fanáticos religiosos que nada ouviam do que estava a ser proclamado. Eram mensagens motivadoras e importantes para a situação de risco humano que vivemos hoje em dia. Contudo, os ouvidos tapam nas circunstâncias que as pessoas mais desejam. No final desse sermão, só se ouvia as atitudes normais do ser humano, que é fazer “gossip” da vida das pessoas que não conhecem de lado nenhum.

Somos suicidas e queremos a todo o custo mostrar que não o somos. Matamo-nos com más interpretações das boas razões. Uma religião, tal como qualquer grupo, serve para ajudar, perceber, aceitar e acima de tudo mantermos a nossa alma viva e livre de qualquer preconceito. Sermos livres deveria ser o nome dos grupos. Matamos o nosso espírito com dogmas, tal como a religião matou centenas de inocentes na Inquisição, onde o seu único crime era ser livre. Tal como muitos religiosos, hoje em dia, tentam matar a liberdade dos refugiados que querem vir. Hoje em dia, não se foge muito daquilo que se fez há alguns séculos atrás. A única diferença é que, hoje em dia, as praças públicas foram preenchidas por urbanizações mal construídas e, por isso, não há espaço para acender fogueiras.

Religião é um grupo com bons princípios, mas que, tal como todos os grupos do mundo, é governado por maus líderes.