Connect with us

Multimédia

KARL MARX: 140 ANOS DA MORTE DO FILÓSOFO ALEMÃO

Published

on

Design Gráfico: Inês Aleixo

Filho de um casal da classe média judaica, Karl Marx nasceu no dia 5 de Maio de 1818 em Trier, na antiga Prússia. Após concluir o liceu, ingressou no curso de Direito, seguindo as pisadas do seu pai, movendo-se, então, para Bona. Um ano mais tarde, mudou-se para a Universidade de Berlim e inclusive perdeu o interesse em Direito, apaixonando-se pela filosofia e juntando-se ao movimento hegeliano. Nasce, assim, a chama revolucionária no jovem, algo que o acompanharia para o resto da sua vida. 

Opositor natural do status quo, Karl Marx viveu grande parte da sua vida exilado, em constante vigilância e até perseguição pelos governos mais conservadores da Europa Central. Primeiro Paris e depois Bruxelas, onde, juntamente com Friedrich Engels, publicam o famoso “Manifesto Comunista” em 1848. A condição financeira da sua família tornava-se cada vez mais instável e uma breve passagem por Colónia viu-o de novo forçado a fugir, chegando a Londres com os seus familiares no ano de 1849, cidade onde viveria até à sua morte. Em 1867, Marx lança a sua mais importante e influente obra, “O Capital”, que viria a servir de inspiração e base ideológica de inúmeras gerações de revolucionários e democratas. Os conceitos de mais-valia, práxis e revolução são todos estudados ao pormenor, sendo apresentadas soluções aplicáveis no contexto da sociedade industrializada capitalista. 

Apesar de relevante em alguns círculos intelectuais dos seus contemporâneos, o marxismo estava na sua fase embrionária. O filósofo alemão foi um estudioso, um analista cuja obra se baseia nas relações socioeconómicas entre o trabalhador e o trabalho, que organizou e explicou a natureza humana e suas ações. Um dos grandes opositores do idealismo, defendia que o ser humano é modelado pelas suas condições e circunstâncias, através do materialismo dialético. Marx foi dos primeiros a demonstrar sucintamente o funcionamento do modelo económico a que chamamos de capitalismo, revelou as suas implicações e contradições e previu como este estava destinado a evoluir no sentido do progresso. Mostrou que a relação entre as classes sociais, seja na luta ou na própria consciência de classe, seria a chave para a libertação do proletariado, que se encontra subjugado à ditadura da burguesia. A inspiração pioneira do filósofo rapidamente se tornaria numa fonte de desenvolvimento de novas ideias e métodos para se iniciar um novo período de mudança.  Apesar de tentativas falhadas, como a comuna de Paris, o primeiro passo vitorioso neste caminho estava para breve, pois passados 34 anos da sua morte, um intelectual revolucionário de nome Vladimir Ulianov, historicamente conhecido como Lenin, aperfeiçoaria a tese deixada por Karl Marx e levaria a cabo a primeira revolução socialista bem sucedida na história.

Feudalismo, capitalismo, socialismo e comunismo, a via sequencial de evolução da humanidade, idealizada segundo as conclusões da análise materialista histórica. E 140 anos depois, este pensamento mantém-se relevante e influente em todos os países e povos do mundo, seja em partidos, sindicatos, movimentos espontâneos ou no próprio dia-a-dia da classe trabalhadora. Quer seja louvado ou desprezado, Karl Marx morreu há 140 anos, mas o seu legado é intemporal.

 

Artigo escrito por: Diogo Macedo Malcata

Editado por: Vasco Castro

Conteúdo multimédia por: Inês Aleixo