Política
PRECÁRIOS INFLEXÍVEIS COMEMORAM 2º ANIVERSÁRIO
Na sequência da longa e duradoura crise económica que o país tem atravessado, em Setembro de 2012, formou-se, no Porto, a Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis. Esta associação, que também possui sede em Lisboa, reúne um conjunto de pessoas que lutam contra o desemprego, o exílio e a degradação das condições laborais, procurando fazer valer os direitos dos trabalhadores. Os falsos recibos verdes que aumentam a vulnerabilidade dos trabalhadores ao despedimento, a flexibilização dos horários de trabalho e os reduzidos salários são apenas algumas das questões sobre as quais este grupo se debate e alguns dos motivos que o incitam à luta.
Nesse sentido, o evento que assinalou o segundo aniversário da associação contou com o debate das lutas da precariedade, moderado por um dos membros desta organização, Tatiana Moutinho, no qual participaram dois oradores. Mónika Varga, trabalhadora no ramo da hotelaria, expôs o caso de sucesso dos distribuidores da Pizza Hut, os quais depois de travarem uma luta com a Ibersol, empresa que detém a cadeia de lojas Pizza Hut, conseguiram impedir a redução salarial. Com o auxílio do Sindicato de Hotelaria do Norte, os trabalhadores organizaram uma greve que teve uma adesão quase total, o que obrigou a empresa a suspender a medida e iniciar negociações.
O debate prosseguiu para a intervenção de Pedro Rodrigues, professor contratado, que veio expor a situação precária do grupo de professores que estabelece contrato ao ano. Este docente de 36 anos, licenciado em Ciência do Desporto – Educação Física, leciona há cerca de 12 anos e conta com 10 anos de tempo de serviço. Natural de Ovar, Pedro revelou que já teve colocações de Portimão a Melgaço e, neste momento, ainda aguarda colocação.
Chegado ao fim o debate, seguiu-se um jantar de convívio, no qual os intervenientes puderam partilhar experiências e trocar ideias, permitindo fortalecer laços para que a luta de cada um se assuma como a luta de todos.
