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Educação

CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO: MUDANÇA DE INSTALAÇÕES GERA MANIFESTAÇÃO

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O protesto, que juntou mais de uma centena de manifestantes numa marcha que começou nas atuais instalações dos cursos de Ciências da Comunicação (CC) e acabou junto da Reitoria da universidade, deveu-se à mudança de instalações dos cursos de CC para a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), e à consequente separação das salas de aula dos recursos audiovisuais, que se manterão no antigo edifício. A decisão foi tomada pelos diretores das faculdades da Universidade do Porto (UP) que são signatárias do protocolo de criação da licenciatura e mestrado de CC da mesma Universidade: Faculdade de Letras (FLUP), Faculdade de Engenharia (FEUP), Faculdade de Belas Artes da Universidade (FBAUP) e Faculdade de Economia (FEP).

A manifestação deu-se depois do Reitor da UP, Sebastião Feyo de Azevedo, receber alguns estudantes de CC. Na reunião, o Reitor informa que a mudança é definitiva e sublinha que a qualidade dos cursos não está a ser posta em causa.

Marcha silenciosa porque os alunos não foram ouvidos

A manifestação começou com uma marcha silenciosa. Em declarações ao JUP, um dos alumni envolvidos no protesto, Hernani Zão Oliveira, justifica a opção como sendo um protesto contra a forma como “silenciaram os alunos” neste processo, por não lhes terem dado voz para “manifestarem a sua opinião”. Depois de tomada, a decisão foi transmitida à comunidade de CC no dia 24 do mês passado, pela diretora da FLUP.

“Não fomos minimamente informados dos preparativos desta mudança” disse, em declarações ao Jornal de Notícias, a diretora de mestrado, Helena Lima. A docente fala numa decisão “intempestiva” que a deixou “surpreendida”. Já o professor da licenciatura Fernando Zamith, também presente na manifestação, acredita que os alunos “têm o direito de reclamar as condições que acham melhores para a sua formação”.

“O curso funcionava numa rua e agora vai para outra rua”

Ao longo das últimas semanas, a diretora da FLUP tem vindo a falar à comunicação social sobre as mudanças em CC. À agência Lusa, Fernanda Ribeiro fala da alteração: “o curso funcionava numa rua e agora vai para outra rua. Tão simples quanto isso. Apenas algumas aulas que exigem equipamento continuarão onde estão”.

Contudo, os alunos não adotam uma interpretação tão simplista das circunstâncias. Rui Martins, estudante do 1.º ano da licenciatura que segurava um dos cartazes da manifestação, diz ao JUP que “as condições oferecidas não são as mesmas nos dois locais”. O aluno caracterizou as deslocações para os trabalhos obrigatórios como “inevitáveis” e acrescentou que a transformação trará “desmotivação” para os projetos extracurriculares.

Estúdios de rádio, estúdios de televisão, o Serviço de Audiovisual e Multimédia onde os estudantes requisitam os materiais para os trabalhos práticos, salas com computadores e o jornal online JornalismoPortoNet (JPN) são alguns dos recursos que passarão a exigir a deslocações de cerca de 2km. A diretora da FLUP considerou a transferência destes materiais para o novo polo uma hipótese a longo prazo, mas o reitor, na reunião com os alunos, “negou essa possibilidade” garante Beatriz Teixeira, uma das alunas presentes.

Depois da manifestação, uma petição

A manifestação ganhou forma no grupo do Facebook “Contra a reorganização dos cursos de CC no Campo Alegre”. O grupo conta com mais de um milhar de pessoas, entre alunos, ex-alunos, professores e pessoas solidárias com a causa.

Antes da manifestação, foi levada a cabo pelo grupo uma “ação digital”, que consistiu no envio de e-mails para os responsáveis pelo Conselho Geral da Reitoria e na publicação de comentários de descontentamento nas redes sociais da UP e das faculdades envolvidas nos cursos de CC.

Entretanto, foi criada uma petição pública contra a transferência dos cursos para a sede administrativa no Campo Alegre, que já conta com mais de 200 assinaturas. O JUP falou com a responsável pela petição, Vanessa Pinto, que fala do “aumento de visibilidade” do protesto como a principal motivação para a criação da petição. A ex-aluna de Ciências da Comunicação partilha que: “como jornalista saída de CC, gostaria que atuais e futuros alunos tivessem a mesma oferta formativa que eu tive.”